Fratura

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Não consegui muitas informações porque ainda estavam averiguando o que havia acontecido com ele.

A única coisa que me disseram foi que Charlie havia quebrado duas costelas e levado uma pancada forte na cabeça, não era uma situação nada boa, mas pelo visto poderia ser bem pior.

Avisei a todos que mandaria notícias assim que tivesse, e eles me atualizaram sobre o jogo. De acordo com os áudios berrantes de Nathan, a saída do campo de Charlie fez Carter ficar doido de raiva, e isso estava refletindo num resultado bem positivo para o time.

E eu estava ali, olhando para as pessoas passarem pela sala de espera quando chegou a mensagem dizendo que haviam ganhado. Sorri, Charlie gostaria de saber disso.

Passou mais algum tempo, não sei dizer exatamente quanto tempo, mas quando a mesma médica que havia vindo me informar da situação a primeira vez apareceu, minha atenção foi totalmente para ela esperando que ela me chamasse.

— Senhorita Davis.

Levantei num salto e a médica sorriu pra mim.

— O senhor Martin está acordado — ela disse — sem nenhuma lesão interna nem sangramento, apenas as costelas fraturadas. Acabamos de levá-lo para o quarto.

Soltei todo o ar de uma vez, acordado, estava acordado.

— Ele está bem?

Ela ponderou com a cabeça.

— Pareceu melhor quando disse que estava aqui.

Sorri, me chamou com a cabeça e eu rapidamente a segui.

Charlie estava deitado na cama, brilhava suor e seu cabelo colava na testa, mas meus olhos foram imediatamente para seu peito descoberto, descendo um pouco para a barriga. Por fora parecia tudo normal.

— Oi — ele disse com um pequeno sorriso.

— Oi — sorri abertamente.

— O senhor deve receber alta em algumas horas, e por dois meses deve ficar bem quietinho, nada de futebol — a médica disse com um sorriso simpático.

— A temporada acabou — ele disse direcionando os olhos para mim e eu sorriso mais.

— Acabou, e eles ganharam.

Charlie sorriu ainda mais e eu cheguei perto dele segurando sua mão do lado oposto das suas costelas quebradas.

— Meus parabéns então — a mulher disse — volto daqui a pouco com sua receita para te dar alta — e saiu.

Tirei o cabelo suado de sua testa e acariciei seu rosto.

— Doendo muito? — olhei para o grande roxo em seu corpo que era a única coisa que me mostrava que havia algo errado.

— Agora não — piscou pra mim — mas quando o efeito desse remédio passar, provavelmente vai doer mais.

Me inclinei o beijando rapidamente.

— Fiquei preocupada — disse baixo acariciando seu rosto

— Você gritou? — ele perguntou falando um pouco lento, parecia com dificuldade para respirar — eu ouvi sua voz.

— Eu acho que sim, não lembro — respirei fundo puxando a poltrona para sentar na cama ao seu lado.

— Ouvi sua voz — ele repetiu fechando os olhos por alguns segundos — mas pode ter sido uma alucinação também.

Assenti de leve olhando seus olhos atentamente. Pareciam um pouco apagados, mas o brilho ainda estava ali, de alguma forma me mostrando que ele estava bem.

O melhor amigo do meu irmão Where stories live. Discover now