Ruim, muito ruim

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Kate pintou meu rosto e eu o dela, coloquei o moletom azul com uma jaqueta de couro por cima, vesti a calça preta, os coturnos e respirei fundo me olhando no espelho vestindo o boné de Charlie devagar o encaixando em minha cabeça com cuidado.

    Olhei para o lado onde Kate terminava de vestir a jaqueta, ela sorriu para mim e eu sorri também apesar de estar meio nervosa. Quase parecia que eu ia jogar.

    O jogo seria em casa, o que me deixava um pouco mais tranquila, mas mesmo assim, não era muita coisa.

    — Te vejo na arquibancada — disse a Kate antes de sair.

    Com sorte poderia entrar no vestiário ou algo do tipo, só queria conseguir vê-los antes.

Fui rapidamente para o campo, era muito cedo para ter alguém, mas ao mesmo tempo, tarde para os jogadores que já estavam lá há algum tempo. Pelo menos o último sinal de vida de Charlie havia sido há mais de duas horas.

Carter estava perto do vestiário, parecia tenso, Rose estava com ele, sorria daquela forma gentil enquanto acariciava seus cabelos, claramente tentava acalmá-lo. Pensei em deixá-los ali e procurar Charlie, não queria interromper, mas ele me viu ao virar a cabeça por acaso e deu um sorriso me chamando com a mão.

    — Tudo bem? — perguntei, Rose colocou a mão em meu ombro o acariciando.

    — Tudo, só os joelhos que insistem em se bater — ele disse brincando e eu acabei sorrindo o abraçando.

    — Você é ótimo, não esqueça disso.

    — Tentarei lembrar — ele sorriu.

    — Bom jogo, estarei gritando dali — apontei para a área da arquibancada onde eu geralmente ficava com todo mundo.

    Deixei Rose voltar a fazer seja lá o que estivesse fazendo, e fui atrás de Charlie para tentar fazer o mesmo. Sentei em um dos primeiros degraus da arquibancada e liguei para ele ao não localizá-lo num primeiro momento.

    — Oi — ele atendeu rapidamente.

    — Oi — sorri — onde está?

    — Deitado em posição fetal no vestiário— ele riu — por quê?

    — Tem algum lugar que eu possa te ver antes do jogo?

    — Vá para o meu cantinho— ele disse — te encontro lá.

    Olhei para os lados antes de entrar embaixo da arquibancada, alguns jogadores estavam espalhados pelo campo treinando alguns passes rápidos e coisas do gênero, em breve o time adversário chegaria.

    Charlie entrou me olhando diretamente, usava a calça do uniforme e apenas a manga longa que ia por baixo, tão justa que marcava todos os seus músculos perfeitamente. Mas ele parecia tão murcho que nem o tamanho daqueles braços parecia ameaçador.

    Sorri cutucando sua barriga antes de abraçá-lo para tentar arrancar algum sorrisinho.

    — Estou com um pressentimento ruim — ele sussurrou me apertando com força.

    — De que tipo? — afastei o rosto para olhá-lo.

    Charlie ergueu os ombros e eu respirei fundo segurando seu rosto entre as mãos.

    — Vai dar tudo certo, amor, vocês são ótimos — o beijei rapidamente e desci as mãos até seus ombros arrumando sua postura.

    Charlie sorriu se endireitando e me segurou pelo rosto me beijando de volta.

    — Vai gritar mais alto que Nathan?

    — Isso não posso prometer — rimos — Nathan é maluco.

O melhor amigo do meu irmão Where stories live. Discover now