O melhor amigo do meu irmão

Planos

Os dias de férias que restaram ali em casa foram ótimos. Carter fazia o favor de sair para malhar com Charlie todas as manhãs (e com isso, livrava minha barra), e ficar sozinha com Rose era incrível, não sei porque não fazíamos aquilo mais vezes.

E no dia que estávamos voltando, ela achou que seria uma ótima ideia alisar meu cabelo só pra "ver como ficava" e como era algo facilmente reversível, deixei. O máximo que ia acontecer era ficar muito estranho e eu ter que lavar de volta ou prender.

Rose às vezes me enxergava como uma boneca, e na maioria das vezes que me maquiava e mexia no meu cabelo, eu terminava com maquiagens coloridas e nada parecidas comigo. O máximo de colorido que eu usava era o batom vermelho e um glitter corporal em festas, e era só.

Então geralmente suas experiências eram cômicas pra mim.

Mas pra minha completa surpresa, daquela vez eu gostei. Preferia as ondas naturais do meu cabelo, claro, mas gostei dele liso também.

— Ok, agora você realmente parece uma Barbie — ela disse contente com seu trabalho — CHARLIE!

Ri enquanto ela ia atrás dele e voltei a me olhar no espelho mexendo no meu cabelo. Até a "textura" estava diferente e isso era muito cômico. Afinal, já havia arrumado meu cabelo de diversas formas para todo tipo de festa, mas nunca tinha alisado apenas, sem prender nem nada assim.

— Como assim? — ouvi a voz preocupada de Charlie e depois passos apressados até o quarto.

Ri já imaginando a cara dele, e rapidamente ele entrou no meu quarto me olhando pelo reflexo do espelho.

— Meu Deus — ele disse meio assustado.

Ri me virando para ele.

— Ficou tão ruim assim?

— Não, não, é só que... meu deus, não parece você — ele riu indo até mim para olhar mais de perto — eu gosto das ondinhas — ele disse mexendo no meu cabelo.

Rose riu entrando no quarto.

— Ela ficou incrível, nem vem.

— Ela fica incrível de qualquer jeito, não conta — ele sorriu tocando meu rosto.

Ouvi mais passos e depois a porta do quarto abriu de volta.

— Galera, eu to pretendendo chegar no hotel e dormir alguma coisa, se continuarem enro... — Carter me olhou — Rose!

Rimos e ela piscou os olhinhos com cara de santa.

— Ta parecendo uma patricinha de filme adolecente, credo — ele disse pegando algumas malas para descer.

Começamos a nos arrumar para sair. Os dois acabaram se animando em voltar de carro com a gente, o que era bom, porque quanto mais bagunça, mais rápido o tempo passava.

— Dirijo até metade e você assume depois? — perguntou Carter estendendo a mão para mim.

— Fechado — concordei.

— E você não vai me deixar mesmo assumir um pouco o volante? — Rose olhou ofendida para Charlie.

— Não — ele riu — só vou deixá-los agora porque não sei o caminho, mas amanhã é comigo.

Rose deu de ombros.

— A não ser que goste muito de dirigir, porque eu gosto.

— Não, era só pra ajudar mesmo — deu de ombros e Charlie sorriu.

— Então resolvido.

Teve aquela choradeira de sempre enquanto nos despedimos e minha mãe não queria me soltar por nada, mas deu certo e logo partimos mais cedo do que eu tinha previsto que conseguiríamos. Se tudo desse certo, como na ida, amanhã antes do almoço estávamos na faculdade.