Feliz ano novo

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Charlie sorria com muita frequência e dava pra ver que ele estava leve, e pra minha sorte essa alegria dele era extremamente contagiante.

Ao mesmo tempo que eu estava feliz por estarmos finalmente passando algum tempo juntos, sozinhos daquela forma, também estava aflita por estar tão feliz e ter que esconder isso da minha família.

Meu único consolo era que aquilo tinha data para acabar.

Seus braços envolveram minha barriga enquanto ele me abraçava por trás beijando meu ombro algumas vezes. Segurei seus braços virando meu rosto de lado para olhá-lo e Charlie sorriu me beijando suavemente.

Estávamos na festa de ano novo no salão do hotel, não havia tantas pessoas quanto imaginei, mas tinha bebidas e comidinhas realmente agradáveis, então ficamos por lá bastante tempo.

Charlie inclusive pegou aqueles chapeuzinhos escritos “Feliz ano novo” e colocou na minha cabeça e na dele.

— É o primeiro ano novo que eu passo sóbrio! — ele comemorou e eu ri revirando os olhos acariciando com as unhas seus braços que envolviam minha barriga.

— Quer dançar? — deixei o copo da mesa voltando meus olhos para os dele.

Charlie sinalizou com a mão pedindo um minuto e terminou de comer o que estava comendo virando o resto da bebida de uma só vez garganta abaixo.

— Vamos — segurou minha mão andando comigo até longe das mesas.

Era impressionante como ele nunca recusava algo, evidentemente gostava de me deixar feliz, e eu notava isso, e acima de tudo, apreciava muito Como aquele menino poderia ter sido um babaca antes? Não fazia nenhum sentido pra mim.

Nos movemos no ritmo da música lenta que tocava, os olhos fixos um no outro enquanto eu acariciava sua bochecha com o polegar observando cada detalhe em seu rosto. Cada dia ele parecia ficar mais bonito, muito provavelmente isso acontecia porque a cada dia que passava, eu gostava mais daquele homem.

— Obrigado, por vir — ele disse sério após um tempo em silêncio — se preocupar em não me deixar sozinho significa muito, de verdade.

Sorri erguendo os ombros e ele sorriu também.

— Porque se importa tanto? — ele me olhava curioso como se eu fosse um enigma que ele de forma alguma conseguia desvendar.

Respirei fundo com um sorrisinho.

— Sei que pode parecer loucura, senhor Martin — aproximei meu rosto um pouco mais — mas eu gosto de você — beijei a ponta de seu nariz — em outras palavras, não vou te deixar sozinho, nunca.

Charlie me abraçou colocando minha cabeça em seu peito.

— Nunca? — sussurrou.

— Nunca.

— Então eu sempre vou te agradecer por isso.

Estava completamente inebriada por seu cheiro e toque que demorei alguns segundos para perceber que as pessoas no lugar estavam fazendo a contagem regressiva. Mas não eram tipo umas dez horas?

Tirei meu rosto do peito de Charlie e olhei em volta a tempo de ouvir todo mundo gritar batendo palmas.

— Feliz ano novo, Emily — ele sussurrou no meu ouvido.

Voltei meus olhos para os dele e sorri abertamente antes que ele me beijasse de forma lenta.

— Feliz ano novo — lhe dei mais um selinho — agora para o quarto.

— Agora? — ele riu.

— Agora! — ri também o beijando de volta.

Charlie sorriu e me segurou pelo pulso andando comigo para a saída. Fui erguida pelas pernas assim que entramos no quarto e com um pontapé ele fechou a porta pressionando minhas costas nela.

O melhor amigo do meu irmão Where stories live. Discover now