Bêbada feliz

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A faculdade parecia realmente empolgada com o time de futebol estar avançando no campeonato, o que aparentemente não acontecia há alguns anos.

Carter estava sumido, e obviamente Charlie estava sumido com ele, e eu, tentava aproveitar esse tempo ocioso para fazer algo de útil com a minha vida. O que obviamente me levou para a lanchonete com uma grande porção de batatas fritas e alguns livros.

Havia uma movimentação nos auto falantes, cartazes, e claro, os líderes de torcida anunciando o jogo no dia seguinte, ainda mais considerando que ele não seria ali e eles queriam o máximo de público da nossa faculdade presente.

Eu tentava não me contagiar com o estado aloprado de Nathan e nem com o possível nervosismo dos meus meninos, eu sabia mais do que qualquer um que ficar nervosa não ajudaria nada, colocaria ainda mais pressão nos dois e eu queria demonstrar que se desse certo seria ótimo, e se não desse, estava tudo bem.

Porque de fato, estava tudo bem.

Rose estava sendo esse equilíbrio para Carter, e eu estava tentando ser isso para o Charlie agora. Eu via que ele queria demonstrar que sempre estava bem, mas eu tinha um informante chamado Nathan, então quando Charlie passava a noite acordado de pernas cruzadas no sofá da sala, eu ficava sabendo.

— Oi — pisquei vendo que estava olhando fixamente para o nada, Carter sorriu suavemente e puxou a cadeira à minha frente — achei que poderia te achar aqui.

— Tão previsível assim? — ergui as sobrancelha sorrindo.

— Mais do que imagina, mas menos do que eu gostaria — pegou algumas batatas — enfim, e aí?

Sinalizei os livros.

— Na mesma — ele concluiu rindo e eu sorri.

— É — assenti de leve — e o senhor capitão, como vão os treinos?

Carter deu um sorriso meio sem graça e pegou mais uma batata.

— Ah, tudo bem até — ele suspirou — mas sei lá, todo mundo ta meio tenso pra amanhã e sinto que eu deveria fazer algo, mas não consigo — ergueu os ombros — e como a Rose tá ocupada, decidi vir atrás de você.

Franzi o cenho e ele sorriu de verdade.

— Ah eu precisava de alguém que não fosse do time — acabei rindo enquanto ele devorava minhas batatas — mas se está lendo, talvez não possa me ajudar no quesito distração.

Revirei os olhos. Eu não entendia como alguém podia ter tanto desprezo pelos livros.

— Como consegue ser aprovado nas matérias? — ele sorriu de lado.

— Com meu rostinho lindo, claro.

Revirei os olhos novamente.

— Transa com as professoras? — Carter riu mexendo nos meus livros na mesa.

— Não, com os professores — ele riu mais e eu acabei sorrindo — mas, acredite se puder, eu consigo atingir a média todas as vezes, Rose chama de milagre.

— Eu chamo de privilégios por ser homem e ser capitão — ergui os ombros — mas não vamos falar disso, não quero me estressar com o machismo hoje.

Carter sorriu novamente e tirou a mochila do ombro a abrindo.

— Não quero questionar, mas creio que não seja meu caso — tirou algumas folhas — ter uma namorada inteligente é quase contagioso — estendeu as folhas para mim — eu aprendo por osmose.

Olhei suas provas, realmente nenhuma maravilha, mas sem dúvida melhor do que ele se saía na escola. O suficiente para atingir a média.

— E se eu reprovar, estou fora do time — deu de ombros — é um bom estímulo.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora