Vazamento

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Olhei para o lado quando um passarinho passou rapidamente ali do lado, isso me distraiu o suficiente por alguns segundos, o que bem, não poderia acontecer porque estávamos no meio de um jogo. Uma bola passou por mim de raspão e eu me taquei no chão para não levar uma bela bolada na cara, e por muito pouco ela não atingiu mais do que meu cabelo.

— EI! — gritei me levantando de volta enquanto Carter ria batendo palminhas — podia ter acertado meu rosto, criatura!

— Era a intenção! — gritou de volta.

— Seu desgraçadinho! — chutei a bola nele.

— Emily! — minha mãe e meu pai, cada um de um lado do campo gritaram ao mesmo tempo.

— Desculpa — disse revirando os olhos, eles não entendiam bem esse conceito de xingar não falando extremamente sério.

Nos ajustamos novamente no campo. Meu pai, Rose e Carter de um lado, e eu, Charlie e minha mãe do outro. Uma péssima separação de times, mas foi sorteio, não tinha o que discutir.

— Covardia o nome — Charlie disse voltando seus olhos para os meus — está bem?

Assenti limpando a roupa rapidamente, estava meio suja de grama, mas não me deixaria abalar por isso.

Eu amava Carter, vocês sabem bem disso, mas jogar contra ele qualquer espécie de jogo sempre foi um inferno. Éramos muito competitivos, mas Carter sempre apelava para ganhar e isso me deixava completamente irada, ainda mais por parecer que ele sempre apelava justamente para me deixar irada.

Fiquei de frente para ele que estava com a bola em mãos e semicerrei os olhos tentando ser ameaçadora.

— Da próxima vez acerto no seu nariz — disse brava.

— Com toda a força desse corpinho, tenho certeza que não vai fazer nenhum estrago.

— Você — minha mãe apontou para ele — para de provocar senão vou deixá-la bater em você.

— Pode deixar — piscou para a mamãe com um sorriso de lado — a revolta das loirinhas não me assusta.

Charlie ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços.

— Está ferrado — ele riu de Carter — muito ferrado.

Carter era grande, e por isso, muito menos ágil que Charlie, e o jogo que estava sendo pácifico até então, virou um campo de guerra. A montanha de músculos dele não fez diferença contra a rapidez de Charlie, e ao notar isso, começou a ficar nervoso.

Charlie fez cinco gols seguidos no meu pai, e toda vez eu e minha mãe gritavamos animadas fazendo caretas para meu pai e Carter, Rose apenas ria, provavelmente se perguntando como havia parado ali no meio daquele tanto de malucos.

— Estão comemorando por quê? Nem se mexem! — meu pai disse meio nervoso para mim e minha mãe, obviamente afetado com a bruta desvantagem desde que charlie começou a jogar para valer.

Minha mãe ergueu as sobrancelhas e pediu com a mão a bola para Charlie que chutou devagar para ela que a arrumou antes de meter um chute forte no meu pai.

— Anne! — ele disse assustado com a atitude “violenta” da minha mãe.

— Veremos quem não faz nada!

Eu simplesmente amava minha mãe.

Consegui fazer um gol, em troca, levamos três de Carter e papai, mas ainda estávamos na frente, Charlie era ótimo e era de fato o que estava nos salvando.

Em certo momento os dois deram um encontrão forte e Charlie foi pro chão aceitando a mão estendida de Charlie para se levantar. Charlie deu dois tapinhas no ombro dele dizendo alguma coisa e Carter assentiu devagar antes de falar algo e se afastar.

O melhor amigo do meu irmão Where stories live. Discover now