Último ano

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Percebi algo com o final próximo daquele ano letivo. O próximo ano seria o último de Carter, Nathan, Kate, Sarah e… Charlie.

Ou seja, só sobraria eu, Abby e Jack, e eu realmente não havia parado para pensar nisso antes. Como podem imaginar, estava no momento em uma crise existencial, mesmo faltando quase dois semestres para eles irem embora.

E Kate parecia assustada com eu só ter percebido aquilo… naquele momento.

— Fica tranquila, ainda vai me aguentar muito tempo — ela deu um sorrisinho — Charlie tem planos de voltar para L.A, assim como o Nate, é muito provável que eu também vá e…

— Espera, Charlie vai para Los Angeles?

Kate me olhou confusa.

— É… ele e Nathan tem pensado em voltar, pensei que soubesse.

Charlie ser fechado era uma grande droga, mas em alguns momentos isso parecia pior. Quer dizer, Los Angeles era praticamente do outro lado do país, era importante eu saber que ele estava planejando voltar, ainda mais considerando que eu ficaria aqui para terminar os estudos.

— Ele não falou nada, para variar — suspirei sentando na cama.

Kate ficou alguns segundos em silêncio.

— Bom, tem bastante tempo para conversarem  sobre isso — ela descontraiu enquanto terminava de arrumar as malas para as férias.

Charlie viria comigo para casa e Carter passaria metade com os pais de Rose, e metade em casa. Eu estava animada para descansar um pouco depois daquele semestre, mas Charlie estar planejando algo sem ao menos conversar comigo me deixou um pouco tensa.

E se ele não estivesse me incluindo em seus planos futuros?

Respirei fundo fechando o zíper da minha mala e peguei a mochila colocando nas costas.

— Boas férias, Cupcake — sorri indo abraçar Kate.

— Obrigada, Barbie, pra vocês também.

Charlie havia inventado de ir para minha casa de carro, porque além do fato de não querer andar de avião, havia um lugar no caminho que ele queria passar. E assim, eu passaria um dia e meio no carro com aquele homem, revezando no volante e nas músicas.

O dia ainda clareava quando saí do dormitório. Quanto mais cedo saíssemos, mais cedo do dia seguinte estaríamos em casa, considerando que na melhor das hipóteses a estrada estaria tranquila e sem trânsito, e que iríamos dormir apenas o suficiente no hotel no meio do caminho.

Arrastei minha mala até a casa dos meninos. Charlie mexia no porta-malas de seu carro, provavelmente arrumando suas coisas, a testa estava franzida e os braços flexionados enquanto cutucava algo por ali.

— Bom dia.

Seu cenho relaxou e ele sorriu me olhando.

— Bom dia, loirinha — o beijei rapidamente — só essa? — apontou para a minha mala.

— E a mochila.

— Ah, estava tirando tudo para abrir espaço achando que traria mais coisa — ele disse sorrindo — melhor assim.

Sorri.

— Passamos para comprar as comidas e pé na estrada — me beijou de volta antes de colocar minha mala no porta malas o fechando — vamos?

Assenti dando a volta para entrar no carro.

Paramos em um mercado grande que tinha três ruas acima e saímos apressados para comprar tudo sem enrolar muito.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora