Hormônios

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— Empurra essa mala pro lado — Charlie murmurou empurrando a mala de Carter no bagageiro de forma agressiva.

— Espaçoso — Carter disse se sentando.

No fim das contas, nós que iríamos até meus pais, o que bem, parecia o mais justo a ser feito. Carter ainda não estava muito contente, mas estava conformado.

— Senta ai e fica bonzinho — brinquei com Charlie enquanto ele colocava agora minha mala no bagageiro.

— Sossega ai, loirinha — ele brincou de volta.

Sorri me arrumando na cadeira pronta para a viagem.

— Só sei que vou dormir durante essas cinco horas — Rose disse esfregando o olho — então não me incomodem — sorriu gentil antes de se arrumar em sua poltrona.

Charlie sentou ao meu lado e suspirou colocando o cinto.

— Vai dormir também? — perguntei colocando minha almofadinha no colo.

— Eu… — ele riu brevemente checando o cinto novamente — bem, eu tenho um pouco de medo de avião — ele disse baixo olhando pra mim — acho que deveria saber.

— Tem medo do que? — Carter meteu sua cabeça entre nossas poltronas, o tom risonho claro em sua voz.

— Deixa ele — Rose o puxou para se sentar direito de volta.

Sensata.

— Mesmo? — perguntei surpresa segurando sua mão, Charlie assentiu.

— Não grito, choro ou algo do tipo — ele disse com um sorrisinho — só evito entrar num desses ao máximo.

Assenti beijando sua mão rapidamente antes de deitar a cabeça em seu ombro.

— Vai passar rapidinho, ok? — beijei sua bochecha — tenta dormir.

Ergui o braço que dividia nossas cadeiras e coloquei meu cinto juntando meu corpo com o dele. Ouvi Rose e Carter falarem algo, mas não prestei atenção e mais rápido do que imaginei, o avião estava decolando.

Charlie fechou os olhos segurando o cinto com muita força. Respirei fundo segurando seu braço para demonstrar que estava ali, e depois de um tempo, aquele barulho absurdo e a sensação de estar subindo passou, e consequentemente Charlie abriu os olhos voltando a respirar normalmente.

— Viu? Eu sou bonzinho — ele disse baixinho e eu sorri assentindo.

— Um garotinho ótimo.

Assim que Charlie dormiu, um pouco depois da primeira meia hora de voo, consegui me sentir tranquila para pegar no sono e rapidamente me enrosquei no seu corpo para dormir também.

Fomos acordados para comer, e quando vi que faltava menos de duas horas de voo, não achei que seria uma boa ideia voltar a dormir. Abri a janelinha para me deparar com o céu escuro que eu sabia que veria e respirei fundo olhando para Charlie.

— Eu não perguntei diretamente — entrelacei os dedos nos seus — mas está calmo? Parece calmo.

— Se diz sobre seus pais, sim, estou calmo, quanto ao voo, não.

Sorri.

— Bom, muito bom — murmurei — só Carter que está nervoso então, maravilha.

Charlie riu baixinho.

— Afinal, por que ele está assim?

O olhei com o cenho franzido.

— Achei que você soubesse.

Ele negou suavemente.

— Bom, eu também não sei — ergui os ombros — mas pelo que entendi, ele tem medo dos meus pais se apegarem a ela e… bem, acabar.

O melhor amigo do meu irmão Where stories live. Discover now