Tenho fé em você

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Não havia muito o que fazer na minha cidade natal, isso era um fato, mas eu e Charlie encontramos coisas para ocupar nosso tempo. Claro que ficávamos grande parte do dia no jardim, deitados na grama enquanto conversávamos, mas em algum momento cansávamos de não fazer nada.

Ele tentava manter a rotina de exercícios, mesmo não indo para a academia, e com isso, fui intimada a começar a me exercitar com ele também. Eu tentei fugir, é claro, mas minha mãe entrou no time de Charlie e eu fiquei em desvantagem, e após três seres enchendo minha paciência, cedi.

Para minha surpresa, eu era melhor naquilo do que achava. Depois de três dias correndo com Charlie, eu já não cansava tanto, e mesmo odiando admitir, me sentia mais disposta depois.

Havia um parque com alguns aparelhos básicos de exercício ao ar livre, ficava há quase meia hora de corrida da minha casa, o que na opinião de Charlie era "ótimo", então toda santa manhã eu ia correndo com esse homem até lá, o assistia fazendo os exercícios, e depois voltávamos correndo de volta.

No momento, estava sentada em algo que servia para fazer abdominais enquanto Charlie fazia flexões na barra, seguindo minha contagem.

— Você consegue 100, eu tenho fé em você — o estimulei ao ver que ele estava um pouco cansado.

— 58! — ele disse alto fazendo mais uma, influenciando que eu continuasse a contagem.

— 59! — continuei quando ele fez mais uma.

Algumas pessoas passavam e se assustavam com meus gritos, mas eu realmente não me importava. Charlie fez 100 flexões, como de costume, e soltou a barra caindo no chão, deixando que seus braços caíssem junto ao seu corpo. Estendi a garrafinha de água para ele com um sorriso e ele prontamente aceitou a bebendo rapidamente,

— Quer tentar? — ele perguntou, assim como perguntava todo dia, e todo dia eu dava um sorriso e negava — vamos, eu te seguro.

— Charlie, eu não aguento uma — eu ri.

— Você é levinha, aguenta tranquilo o peso do próprio corpo.

— Me contento em ver você fazer, obrigada — passei seu cabelo suado para trás e beijei seus lábios rapidamente.

— Só tenta, eu ajudo — ele fez beicinho.

Suspirei e levantei o fazendo rir e levantar rapidamente, nem parecia cansado mais.

A barra era alta, até pra mim que não era exatamente baixa, então ele segurou minha cintura com as mãos e contou até três para me erguer o suficiente para eu agarrar com as duas mãos.

— Vamos loirinha — ele apertou minhas coxas influenciando que eu tentasse subir, e eu realmente tentei, mas na primeira já senti que ia morrer — 10.

— Ta maluco? — ri quase me soltando, mas ele voltou a segurar minhas pernas com força.

— 10! — ele influenciou.

Suspirei fazendo força para me erguer.

— Falta oito!

— Cala a boca! — já disse nervosa por sentir meus braços queimarem, Charlie riu e segurou minhas pernas com mais força beijando minha barriga.

— Só paro quando fizer 10.

Forcei novamente conseguindo por um milagre fazer a terceira.

— Isso ai! Só sete! — segurou minhas pernas ainda mais forte ao ver que eu fraquejava.

Me certifiquei que ele me segurava forte o bastante e soltei a barra sem aviso prévio. Charlie me segurou com força antes de me colocar no chão me abraçando enquanto ria.

O melhor amigo do meu irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora