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ISADORA
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Quando você passa sua vida toda criando crianças de variadas personalidades, aprende a valorizar uma boa noite de sono embaixo de cobertores quentinhos. Era como se toda a barulheira e confusão da manhã, acabasse logo após um bom banho e noite de silêncio, eu adorava esses momentos.

Sabia o quanto deveria aproveitar minha juventude agora. Algumas pessoas gostavam de sair para festas ou baladas, outras preferiam noite de jogos com família ou amigos, mas eu optava por um bom livro e sono.

Assim que desliguei a chamada que estava com a minha irmã, peguei o meu livro da mesinha de canto e me aconcheguei na cama fofinha. A paz durou por poucos segundos até um choro fininho vim do quarto ao lado.

Eu costumava me negar a cuidar das crianças depois do horário de trabalho. Primeiramente, pelo meu momento de conforto e segundo pelos meus chefes estarem na responsabilidade. Mas quando uma das crianças tinha esse tipo de choro, eu me sentia no dever de checar se estava tudo bem.

Não era o meu dever. Martelei essas palavras até me convencer de que era verdade, mas como eu podia negar cuidadas para minha pequena? Cadê aqueles dois!?

Levantei da cama me xingando mentalmente e fui em direção ao quarto das crianças apressadamente. Assim que entrei no cômodo vi Amy berrando em pé no berço, segui até ela.

— O que foi pequena? — Tentei pegar a menina mas ela não deixou.

— Quero o papai!

— Tabom, pode se acalmar um pouquinho? — Ela chorou ainda mais — Deve ser a gengiva, fica aqui rapidinho e não acorda seu irmão.

— Papai!

Apressei os meus passos para fora do quarto e corri pelos corredores descendo de imediato as escadas. Não suportava vê bebês sofrendo.

Fui em direção a cozinha, peguei o mordedor de dentro da geladeira e quando estava prestes a voltar para o andar de cima, um barulho me despertou fazendo eu perder meu ritmo. O que estava acontecendo?

Andei pelo largo corredor e reparei na luz que vinha do outro cômodo, tinha algo suspeito. Me aproximei devagar em direção ao barulho e foi impossível segurar a emoção com a imagem na minha frente.

Dani e Gabi estavam transando.

Era algo normal casais terem seus momentos íntimos. Mas porra, precisava ser agora e na sala!?

Me controlei para não abaixar o olhar para lugares que não deveria e assim que estava pronta para sair correndo o mais rápido possível, ambos notaram minha presença. Meu corpo se encolheu no mesmo instante.

— Isadora? — Gabriel saiu de cima do seu marido no mesmo instante.

— Ai meu Deus, me desculpa! — Fechei os olhos de imediato — Eu só vim pegar o mordedor da Amy, acho que vocês não escutaram o choro dela.

— Porra — Daniel murmurou e escutei um barulho de zíper.

— Meninos, me desculpem de verdade, eu não tinha a intenção de vê vocês nessa... Situação.

Abri os olhos com cuidado e quase respirei de alívio quando notei que eles estavam vestidos.

Um silêncio constrangedor ficou pelo cômodo por pouco tempo até eles irem de disparado para o andar de cima, acompanhei eles sem pensar muito.

É por esses momentos que eu ainda vou acabar sem emprego.



DANIEL
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Amy estava aos prantos quando chegamos no quarto, a pequena estava com a gengivas mais vermelhas do que o comum. Eu nem cogitei alguma coisa antes de pegá-la e oferecer o mordedor que Isadora tinha me entregado.

E por falar na morena, ela não saiu do quarto até garantir que nossa filha estivesse calma de novo. Por que ela tinha que nos vê naquela situação!?

Coloquei a pequena de volta ao berço e me certifiquei que ela estivesse dormindo confortavelmente, por sorte Luke não tinha acordado. Virei em direção a porta e observei Gabriel e Isadora me olhando. Perfeito, como fica esse clima agora?

Com toda essa confusão eu mal notei o pijama que Isadora vestia, que por sinal não parecia nada propício ao frio já que era um conjunto curtinho de calor, com estampas de cerejinha. Era um pijama infantil?

Aposto que Gabriel já devia ter reparado nisso a muito tempo.

— Ah... Acho que vou para o meu quarto agora — Olhei a morena que tentava ao máximo cobrir o que estava totalmente amostra. Direcionei minha atenção para qualquer coisa que não fosse seu corpo.

— Claro, tenha uma boa noite.

— Vocês também — A mulher ficou corada e saiu rapidamente do quarto. Me senti um idiota por ter descido meus olhos até sua bunda.

Meu marido quase capotou no chão quando Isadora saiu nos deixando sozinhos. Eu ainda mato o Gabriel por me colocar nessa situações.

— Por favor, me fala que nossa babá não viu a gente transando.

— Ela viu e foi tudo culpa sua — Passei a mão no rosto tentando de algum jeito tirar a vergonha.

— Culpa minha? Desculpa, mas você não parecia nada culpado por está prestes a gozar na minha mão.

— Você que quis transar na sala.

— Você não rejeitou e isso não importa agora, se ela tiver escutado o que estávamos falando estamos ferrados.

— Puta merda, Gabriel — Meu dia estava indo de mal a pior — O que fazemos agora?

— Eu não sei! Geralmente você resolve os meus problemas.

— Senhor, eu me odeio — Falei baixo para não acordar as crianças. Nem deveríamos está falando sobre isso aqui — Certo, vamos ignorar isso tudo.

— Ignorar? Isadora deve está com medo de nós dois nesse momento.

— Não quero pensar sobre isso, na verdade eu quero deixar para resolver amanhã.

— O que você vai fazer?

— O que a gente vai fazer é assunto para amanhã, agora eu vou tomar meu banho e tomar um copo de veneno — Saí do quarto das crianças e fui em direção ao nosso.

Ótimo, estragamos nossa relação profissional com a nossa babá e de quebra ganhamos um incrível momento constrangedor.

Se eu pudesse me mataria agora.

Nossa BabáWhere stories live. Discover now