Nossa Babá

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•ISADORA•
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Pela primeira vez em algum tempo eu não senti vontade de jogar o despertador na parede por causa de seu barulho infernal. O meu dia tinha chegado.

Vinte e três anos de vida completos e eu ainda ficava animada com essa data eufórica, as vezes me sentia uma criança.

Coloquei a melhor roupa despojada que consegui encontrar e me arrumei um pouco mais para o dia, nada exagerado, eu ainda pretendia ficar com as crianças.

Respondi todas as mensagens de familiares e amigos que tinha recebido e saí do quarto contendo a agitação dentro de mim. Fui até o quarto das crianças e tive uma surpresa ao vê que elas não estavam alí, meus chefes tinham as pegado?

Andei pelo corredor e desci as escadas quase correndo. Fui em direção a cozinha e assim que entrei no cômodo levei um susto quando vi os dois homens me esperando com um bolo em mãos, meu coração bateu tão forte quanto batuques de um tambor. Eles tinham lembrado.

— Feliz aniversário, Dola! — Luke correu até mim e abraçou minhas pernas.

— Ai meu Deus, que coisa linda.

Peguei o menino no colo e enchi as bochechas gorduchas de beijo. Amy se aproximou sorrindo e me abaixei para ficar na altura da pequena.

— Parabéns, Dora!

— Obrigada, meu amor — Abracei meus bebês com força.

— Nós que preparamos tudo e eles que ganham abraços e beijinhos? — A voz de Gabriel fez eu me lembrar da existência dos meus chefes.

Arrumei minha postura e fui em direção aos dois homens que agora não estavam mais com o bolo em mãos. Abracei cada um com o máximo de profissionalismo e demonstração de afeto possível, minha pele se arrepiou em instantes.

— Obrigada por isso meninos.

— Não foi nada — Dani disse me dando o bolo para assoprar as velas — Faça um pedido.

Me aproximei e pensei bem nas palavras que iria proferir. Fui cautelosa com o meu pedido.

— Vocês que fizeram? — Perguntei depois de assoprar as chamas da cera.

— Sim, mas a receita é da minha mãe — Gabi se aproximou com pratinhos nas mãos.

— Parece delicioso, vamos comer.

— Infelizmente eu tenho que ir se não me atraso para o trabalho — As palavras do moreno me causou desânimo — Mas você está livre hoje, aproveita seu dia.

Ele veio até mim e depositou um beijo em minha testa, apesar de ter me sentido bem não podia ficar tão animada quanto antes. Eu não poderia ter os dois só para mim hoje? Como amigos, claro.

— E você não mate nossos filhos — Ele brincou com o marido e logo em seguida deixou um beijo suave em seus lábios. Tentei não ficar olhando muito — Tchau, meninos — Dani se despediu dos filhos e antes de atravessar a porta da cozinha ele me olhou pela última vez — Feliz aniversário, Isadora.

O moreno saiu e eu logo me despertei indo em direção ao ruivo para ajudá-lo a servir o bolo. O que eu posso fazer hoje?

~#~

Confesso que apesar de amar a data de hoje eu não sabia muito bem como comemorar, ou pelo menos é isso que as pessoas me diziam.

Dias como esse eu costumava passar fazendo auto cuidado e lendo um bom livro rapidinho, se eu tivesse com a minha familia provavelmente faríamos um almoço caprichado entre nós, mas em geral era bem entediante. Eu não tinha tantas amigas da minha idade para sair em algum lugar mais animado, na verdade acho que eu não tinha nenhuma amiga que estava fora do campo de babás, com exceção a Pri, mas as festas que ela frequentava não eram meu estilo.