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ISADORA
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Eu não esperava que fosse gostar tanto de um estabelecimento em questão de segundos de convivência, mas para minha surpresa esse bar era uma verdadeira festa repleta de pessoas incríveis.

Quando cheguei na fase adulta minhas comemorações anuais se tornaram as mais chatas possíveis, isso quando eu me forçava a comemorar, mas tinha que confessar que a desse ano em específico foi muito boa mesmo tendo uma tranquilidade surpreendente.

Dani e Gabi tinham amigos divertidos dos quais me fizeram aprender um pouquinho mais sobre os meus chefes. Talvez eu ainda estivesse com meus pensamentos de adolescente apaixonada mas poder adquirir mais informações sobre eles foi um presente ótimo, principalmente quando tudo isso veio acompanhado de histórias engraçadas dos quais algum dia perguntaria a eles sobre, mas no momento meu foco era outro.

O ruivo apertou minha mão com uma certa força que me lembrava das nossas diferenças de peso e me guiou pelo corredor do segundo andar, eu não sabia o que estava acontecendo mas tinha uma confiança neles. Os dois só me levaram em direção as escadas sem mais nenhuma explicação.

Paramos em frente a uma porta e eu me questionei o que havia atrás da grande madeira. Olhei para Dani com confusão e ele pareceu entender a dúvida.

— Por que estamos aqui em cima? — O lugar era vazio e o único som além de nossas vozes era da música abafada.

— Você vai vê.

O moreno abriu a porta e eu não tentei entender sobre o que se tratava, Gabi me soltou para que eu entrasse no cômodo. Precisei de um tempo para raciocínar.

No lugar tinha uma cama estilo sofá com uma parede estreita sobre medida do colchão, alguns pôsteres de bandas, meio desconhecidas por mim, coladas na parede, uma cômoda com um abajur estranho em cima e outros complementos típicos de um adolescente rebelde dos anos dois mil.

Escutei o barulho da porta sendo fechada e coloquei minha atenção sobre meus chefes.

— Não pretendem me sequestrar, não é? — Os dois soltaram uma risada.

— Talvez — Gabriel brincou indo em direção a cômoda e pegando uma revista.

— Podem me explicar de quem é esse quarto?

Os dois se olharam como se um turbilhão de lembranças tivessem passado por eles. Sempre admirei essa conexão que pertencia apenas aos meus chefes, mostrava a essência de paixão que ainda existia no relacionamento.

— Esse era nosso quarto — Dani colocou um quadro na minha mão e tomou a bebida que estava na outra. Ele bebeu todo meu drink de frutas.

Olhei para a fotografia e reconheci o traço dos rosto de cada um. Eles eram tão diferentes.

— Não entendi, vocês moravam aqui?

— Quase — O homem de cabelos vermelhos foi até a guitarra no canto da parede — Pepita fez esse quarto para gente quando éramos adolescentes, naquela época casais de pessoas do mesmo gênero era quase uma aberração — Ele falou de uma forma natural enquanto ajustava as cordas do instrumento.

— Isso é triste e fofo ao mesmo tempo — Escutei a risadinha abafada — Mas por que me trouxeram aqui?

— Pensamos que gostaria de um pouco de silêncio, a senhorita bebeu um pouquinho de mais, não acha? — Dani falou com uma voz diferente ou era apenas eu que não me aliviava a anos e enxergava malícia até no seu timbre.

Nossa BabáWhere stories live. Discover now