Nossa Babá

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•ISADORA•
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Quando decidi que tentaria sair com outros homens antes de ficar com meus chefes, essa ideia veio da minha carência por está a tanto tempo sozinha e pelo desejo de querer tirar Dani e Gabi da minha cabeça, claro que isso não deu certo.

A questão era que eu havia encontrado alguém durante esse curto tempo e desde então nunca fui clara com o que sentia verdadeiramente, isso precisava mudar agora. Ricardo era um homem bom e toda sua simpatia nesses poucos encontros que tivemos, fazia eu me sentir mais culpada do que já estava, ou seja, eu estava certa sobre precisar fazer algo em relação a isso.

Era fim de semana e isso significava que tinha o dia todo para mim, por isso escolhi justamente essa data para conversar com o homem. Não queria acabar essa coisa entre nós por telefone, mesmo que tenha sido apenas dois encontros ainda assim me sentiria mal se deixasse acontecer dessa maneira, então marquei um encontro a tarde em uma lanchonete do shopping, um lugar público perfeito para mostrar que não tinha outras intenções.

Tinha colocado um vestido simples e bem fresquinho para receber o sol caloroso de Los Angeles, por uma grande sorte não tinha nenhum roxo em meu pescoço ou outra parte do corpo, proibi os meninos de me marcarem mesmo que tenha sido contra a vontade deles. Não podia ficar me cobrindo durante esse calor todo.

Por falar neles, nossa relação estava ótima, os dias têm sido mais alegres, venho sentindo aquele friozinho gostoso na barriga e meu coração está carregado de emoções lindas, nossa rotina ainda estava sendo encaixada sobre nossa relação, ultimamente tudo estava diferente. Resumindo, cada dia mais aqueles dois têm me conquistado de maneiras diferentes.

Desci as escadas e assim que coloquei os pés no andar debaixo, escutei o som da televisão ligada e logo dei um sorriso. Fui até o outro cômodo e quando meus chefes colocaram suas atenções sobre mim vi um brilho em seus olhos.

— Uau — Gabi me olhou de cima a baixo.

— Onde você vai tão bonita assim?

— Sair com algumas amigas, falei para vocês que hoje não ia ficar em casa.

O moreno me puxou pela cintura e fez com que eu me sentasse em seu colo, fiquei surpresa por um tempo.

— Pensei que ia ficar com a gente, não temos ficado juntos por muito tempo — Daniel distribuiu vários beijinhos em meu pescoço fazendo minha pele arder com aquilo.

— Como não? Ontem passamos o dia todo assistindo.

Não era totalmente mentira, vimos os primeiros dez minutos do filme antes de nos concentrarmos em outras coisas.

— Mas não foi o suficiente... Por que tá tão arrumada? — Gabriel perguntou fazendo o mesmo que seu marido.

Esses dois estavam ficando mais manhosos do que o comum, desse jeito iria acabar desmarcando meu compromisso e ia querer ficar com eles. Ambos têm trabalhado tanto que não temos tempo nem de dá alguns amassos, principalmente por causa das crianças em casa. Adorava meus pequenos, mas queria um tempinho a mais com os pais deles.

— Não posso me arrumar?

— Não sem a gente por perto, cobre isso aqui — Daniel puxou o decote para cima que nem era tão revelador assim, um exagerado.

— Tá legal, agora tenho que ir, quando eu chegar vamos ter todo o tempo do mundo para ficarmos juntos.

Dei um selinho nos dois e senti a mão do Gabriel tentar me puxar de novo, não deixei que ele fizesse isso. Esse aí poderia ser comparado a uma criança imperativa facilmente.

— Podem me deixar ir?

— Não, seu lugar é aqui, nossa namorada não está cuidando direito da gente — Ele fez um beicinho e eu revirei os olhos.

Desde que estivemos juntos na cama esses dois não param de dizer que estamos namorando e eu tentava firmemente explicar que não era bem assim, mas não podia dizer que não gostava, pelo contrário.

— Eu volto para fazermos o jantar juntos — Dei um último beijo em suas bocas apenas como forma de despedida e saí correndo, esses dois podiam me fazer ficar em casa a força.

Meu coração já não passava de uma bomba relógio esperando grandes acontecimentos para explodir, o tic tac em minha cabeça me mostrava a ansiedade por finalmente resolver esses problemas. Tudo daria certo, pelo menos é isso que eu espero.

•GABRIEL•
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Conhecer Isadora foi a pior coisa de nossas vidas e não tínhamos mais escapatória disso. Nossa babá era perfeita. Um corpo maravilhoso, um sorriso cativante, idéias espetaculares e um boquete que era capaz de nos levar para o céu, era justamente esse o problema, ela era incrível demais e se tornava viciante.

O trabalho tinha virado uma tarefa difícil, isso porquê nossa doce mulher ficava em nossa cabeça e não nos deixava ficar concentrados no que deveria. Durante os dias ela era um belo exemplo de tentação e ficava nos provocando sem nem saber, ela sequer deixava a gente tirar uma casquinha. E agora nos fins de semana a maldita inventava de sair e nos deixava sozinhos em casa como dois cachorros sem donos, muito injusto isso.

Continuei guardando a louça que estava na máquina e olhei pela vigésima vez o relógio, tinha certeza que meu marido havia feito o mesmo. Onde aquela mulher se meteu?

— Acha que ela tá com problemas? — Perguntei quebrando o silêncio que estava na cozinha. Daniel me olhou.

— Ela só deve está se divertindo com as amigas, daqui a pouco está de volta.

— Ela tá demorando muito, isso sim — Tinha certeza que carregava expressões emburradas no rosto — Por que ela não podia marcar esse negócio outro dia? Só temos o fim de semana para ficarmos o dia todo juntos.

— Você está sendo sufocante desse jeito, tenho certeza que em breve ela chega.

— Você fala como se não sentisse o mesmo, queria que ela tivesse saído hoje? — Apenas por seu rosto pude saber a resposta — Viu, Isadora nem deu um beijinho nas crianças antes de ir embora, nossos filhos ficaram chorando a tarde inteira.

— Não seja dramático Gabriel, eles já estão até dormindo — Revirei os olhos.

Tudo bem, talvez eu tenha exagerado um pouquinho ao dizer que Luke e Amy passaram a tarde chorando, mas ainda assim eles notaram a ausência da babá. Por sorte eles já estavam dormindo, estávamos regulando suas horas de sono para que eles pudessem se ajustar melhor ao horário da creche, estamos tentando ao máximo fazer com que nossos bebês tenham um bom descanso.

Claro que enquanto eles dormem os papais vão se divertir, mas isso eles não precisavam saber, a única coisa que interessava agora era a chegada de Isadora, ela disse que chegaria antes do jantar e já passava das oito horas.

Terminei de guardar toda a louça já lavada e foi como se o mundo conspirasse ao nosso favor, o barulho de carro lá fora fez com que nossas mentes se despertassem, até Daniel que estava mexendo em seu notebook levantou.

Os vizinhos não costumavam estacionar em frente a nossa casa, o bairro em que moramos tinha muita rigidez em questão a isso, o que significava que o automóvel a frente era possivelmente Isadora, ela sempre usa carros de aplicativos.

Pelo menos foi isso que pensei antes de olhar além das janelas e enxergar a mulher saindo do carro com um homem, o mesmo homem que havia dado um beijo nela da última vez. Meu coração disparou feito uma arma em meio a guerra, que inferno.

Os dois foram até a entrada da porta e eu não precisei falar nada para meu marido até seguirmos direção ao hall de entrada. Os murmurinhos do outro lado nos indicava que eles conversavam.

A porta se abriu e já estávamos em frente a ela quando pudemos vê a figura do desconhecido e de nossa mulher. Isadora pareceu surpresa quando se deparou com nós.

— Meninos?