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GABRIEL
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Minha vida anda perfeitamente nos caminhos ao paraíso e isso era mérito de meus dois companheiros que têm feito minha rotina imensamente melhor. Já havia me acostumado com essa nova rotina.

Nunca pensei que o contrato de uma babá nos levaria a uma montanha de felicidade pessoal. Quando começamos a conviver com Isadora as coisas foram difíceis, uma presença feminina fez toda a diferença em nossas cabeças, mas agora estávamos desfrutando nossa devida recompensa.

Continuei mexendo a massa de panqueca que estava na vasilha e me atentei em prestar atenção nas crianças que aprontavam pela cozinha. Amy parou em meus pés fazendo eu focar na pequena.

— O que foi, meu amor? — Perguntei ainda mexendo minhas mãos.

— Quero a mamãe.

— Ela tá se arrumando para descer.

— Mas eu quero agora, pai! — A morena cruzou os braços e vi suas expressões emburradas.

Era errado gostar daquele biquinho lindo que ela fazia quando estava chateada? Acho que mimamos demais nossos filhos.

— Por que não vai chamar ela lá em cima?

— Não consigo subir as escadas.

— Amy, já vi você escalar o guarda-roupa, tenho certeza que consegue subir alguns degraus.

Minha filha me olhou por alguns segundos e logo em seguida virou o rosto seguindo seu caminho de volta ao seu irmão. Com certeza essa daí teria a personalidade forte quando crescesse.

Voltei minha atenção ao café da manhã e não tive muitos segundos de descanso até que meu marido aparecesse no cômodo. Ele já estava com suas roupas de correr.

— Já terminou de preparar a comida? Pensei que íamos correr hoje.

— Isadora disse que desceria daqui a pouco para me ajudar e cuidar das crianças, ela deve está se arrumando.

— Que estranho, ela se trancou no quarto dela a um bom tempo, pensei que já tivesse descido.

— No quarto dela? Isadora ainda usa aquele quarto? Pensei que ela já estivesse definitivamente no nosso.

Não gostava desse negócio de dormir separado, principalmente morando na mesma casa. Quando falamos para Isadora se mudar para o nosso quarto era em questão a tudo, ela já deveria ter se apossado de todo nosso closet, por que a morena ainda estava naquele cômodo?

— Dani, será que não aconteceu nada? Faz séculos que a Dora não entra naquele lugar.

— Não sei, mas agora você me deixou preocupado, pode ir lá olhar ela? — Meu marido me olhou com aquela carinha de cachorro abandonado.

Não era uma necessidade dizer que sou completamente louco por Daniel, ele nem precisava fazer chantagem para que eu fizesse algo. Era um pau mandado mesmo.

— Tá bom, continue preparando as panquecas das crianças então — Entreguei o pote em suas mãos.

Saí da cozinha já pronto para subir correndo as escadas, mas antes que eu pudesse terminar de atravessar o corredor, minha filha me impediu. Ela parou em minha frente e estendeu os bracinhos para que eu a pegasse.

— Tá bom danadinha, vamos lá — Revirei os olhos e ela abriu seu sorriso de dentinhos tortos, peguei ela como se fosse uma pena e subi os lances de escada.

Não demorou para pararmos em frente ao cômodo que minha mulher estava. Deixei Amy no chão e ela bateu na porta fortemente.

— Mamãe, abre! Tô com saudade — Meu coração apertou com as palavras simples que me enchiam de amor. Nem parecia o monstrinho de sempre.

— Dora, está tudo bem? Podemos entrar?

— Tá tudo bem! Só me dá mais uma horinha — A voz dela não estava normal.

Olhei Amy e percebi que ela havia notado o mesmo que eu. O que estava acontecendo com Isadora?

Abri a porta deixando um aviso que entraria e assim eu fiz, minha filha não deixou de se empolgar em entrar correndo. Fiquei assustado ao notar o quarto todo escuro com a mulher embrulhada na cama, agora sim eu estava preocupado.

— Amor, tá tudo bem? — Fui até Isadora junto de Amy e subimos na cama.

— Pedi para vocês uns minutinhos sozinha — Seu tom de voz parecia ser de alguém que havia chorado.

— Isadora, olha para mim — Afastei o cobertor do seu rosto — O que aconteceu?

— Não foi nada — Ela limpou as bochechas molhadas de lágrimas.

— Se fosse nada você não estaria assim.

Olhei ao redor do quarto e busquei por algo que me mostrasse o real motivo do problema.

Tudo parecia normal pelo lugar, estava com a aparência de que ninguém entrava aqui a dias, o que de fato era. Mas então por que... Assim que vi a pequena pilha de roupa no chão entendi o que estava acontecendo.

Ontem Isadora não quis ter relações como de costume, por si só isso já é sinal de alerta, até porquê ninguém resistia ao meu charme. Mas vendo o seu pijama jogado e sua calça com uma pequena mancha de sangue eu já entendia a situação. Isso explicava um pouco do humor diferente que ela vinha tendo nesses últimos dias.

— Ai meu senhor, Isadora por que não nos disse que estava menstruada?

Menstluada? — Amy fez uma careta assim que repetiu o nome — Papai, o que é isso?

— É quando as mulheres soltam sangue pela...

— Gabriel! — Isadora me repreendeu como se estivesse prevendo o que eu falaria.

— A mamãe tá sangrando!? — Vi o rostinho da minha pequena se encher de preocupação — Tá machucando muito, mãe?

— Eu tô bem, Amy, não se preocupe — Ela se sentou e eu vi seu semblante diferente. Isadora não parecia nada bem.

Alguns passos vieram do corredor e em segundos Dani entrou no quarto com Luke em seu colo. Vi meu esposo cheio de dúvidas no rosto.

— O que aconteceu com a Isadora?

— Ela tá monstluada — Amy respondeu.

— Ai meu Deus! Agora toda a casa sabe — O rosto dela se encheu de cor.

— Amor, você tá bem?! — Dani correu até nós e começou a procurar alguma coisa que mostrasse algo incomum.

— Eu tô bem! Só queria ficar um pouquinho sozinha.

— Tá, tá — Levantei da cama — Dani, você compra algumas coisas para ela na farmácia aqui perto, vou dá um banho na Isadora.

— O que?! — Ignoramos tudo que ela falava.

— Tá bom, vou pegar minha carteira — O moreno saiu depressa do quarto.

— Eu estou bem!

— Calma mamãe, vai ficar tudo bem — Luke deitou o lado dela — Dormi um pouquinho.

— Vou preparar a banheira.

— Gabriel não preciso que você me dê banho!

— Crianças, cuidem dela.

Fui até o banheiro do quarto e comecei a preparar tudo para o banho. Nunca que eu deixaria minha menina ficar sozinha nessa situação, Isadora têm que aprender a compartilhar mais seus sentimentos.

E depois teríamos que ter uma conversa sobre ela vir para esse quartos mixuruca. Por que ela não quis ficar menstruada no nosso aposento? Isso mudaria.

Nossa BabáOnde as histórias ganham vida. Descobre agora