Nossa Babá

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•GABRIEL•
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Não estava em nossas planos deixar que nossos filhos vissem a intimidade que tínhamos com a Isadora, sabíamos que isso prejudicaria algumas coisas nas crianças e não queríamos deixar que eles se apegassem a Isadora de um jeito que não deveriam. Mas era notável o quanto isso não tinha dado nenhum pouco certo.

Luke chamou Isadora de mãe e isso estava consumindo nosso juízo de uma jeito que estava nos deixando doido, ele jamais fez isso com Fabi, então por que agora ele decidiu enxergar algum tipo de sentimento maternal com a Isadora?!

Era loucura deixar isso permanecer desse jeito, o apego que ele está tendo por uma babá pode prejudicar tanto nosso filho que chega a ser doloroso observar isso.

Fui até meu filho que estava sentado no cadeirão e mostrei a tela do meu notebook para ele. A criança deu um sorriso.

— Quem é essa filho? — Ele colocou o dedinho na tela.

— A Bibi! — Ele se referiu a nossa antiga babá.

— E o que ela é sua? — Dani perguntou.

— A titia que cuidava de mim.

— Certo, agora quem é essa? — Passei a foto e mostrei a imagem da Isadora.

— A mamãe — Olhei para meu marido e seu semblante de preocupação foi notável

Sempre fomos muito claro com nossos filhos que eles tinham apenas dois pais e já tentamos explicar como as coisas aconteceram de uma forma que eles entendessem. As crianças nunca conheceram a mulher que gerou eles e também nunca tiveram interesse em saber mais, mas logo agora esse tipo de coisa acontecia.

Luke tinha quatro anos e nesse tempo todo ele nunca viu alguém do sexo feminino e declarou que era sua mãe, justo com a Isadora isso tinha que acontecer. Talvez a decisão de ficar com ela tenha alterado alguma coisa.

— Filho, por que acha que Isadora é sua mãe? — Meu marido perguntou com cautela.

— Papai, quero brincar com a Amy, chega de perguntas.

— Tá bom, mas ainda vamos falar sobre isso depois — Ajudei ele a descer e o pequeno foi correndo para a sala.

A situação não estava nada boa, a possibilidade de nosso filho está passando por tudo isso e a culpa ser nossa me deixava com um grande aperto no peito. Podia adorar Isadora, mas deixar que coisas assim se prosseguisse era uma grande loucura.

— Me desculpem, a culpa é toda minha — A voz feminina que veio atrás da gente nos fez colocar nossa atenção em outra coisa. Desde quando ela estava aqui?

— A culpa não é sua, não se preocupe — Dani a tranquilizou.

— É sim, deveria ter deixado as coisas menos óbvias sobre nós três, as crianças podem está se confundindo por esse tipo de coisa — Vi em seu semblante que ela estava mesmo triste com essa situação. Não gostava de vê-la desse jeito.

— Amor, isso não têm nada a ver com nós três, quer dizer, pode até ter, mas a culpa não é apenas sua — Fui até ela e a puxei para um abraço — Fomos descuidados em nossa relação, mas vamos resolver isso de algum jeito, te garantimos.

— Como podemos deixar esse tipo de coisa clara para uma criança? Ele não vai entender nada e ainda por cima vai influenciar Amy a dizer o mesmo.

— Isadora, a culpa não é sua, não se preocupe com isso, vamos dá um jeito — O moreno deixou um beijo em sua testa e ela fez um biquinho lindo. Eram essas pequenas coisas que me faziam ter uma grande queda por ela.