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ISADORA
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Não podia dizer que não gostava de dividir uma cama com meus chefes, até porquê seria uma grande mentira, mas eu podia afirmar que tinham grandes consequências em dormir com eles e todas elas levavam em apenas um ponto.

Os dois gostavam de dormir juntos e eu não falava de uma simples conchinha, meus chefes praticamente dormiam grudados em mim. Por eles gostarem de dormir tão perto assim eu sofria muito tentando conseguir respirar um pouco, já teve situações em que precisei gritar socorro para eles acordarem e perceberem que podiam me matar sufocada com o peso de seus corpos. Eu nem comentaria sobre a época do calor, os dois emitiam o inferno de dentro de si e mesmo assim não me largavam por um segundo. Resumindo, eu era uma pelúcia deles.

Mas o pior nem eram esses pequenos fatores que faziam minhas noites com eles me deixarem louca. Eu e os meninos ainda não tínhamos divido momentos íntimos e eu sabia o quanto isso abalava os dois, diversas situações me mostraram isso. Não precisava de muito para que eles me atacassem, bastava eu dá um simples beijo em suas bochechas e os dois já começavam a me mostrar um lado bem menos profissional que tinham. Também não era diferente na hora de dormir, estava farta de acordar sentindo coisas que não deveria e ter que me reprimir por isso.

Só o toque básico deles não estava mais funcionando, eu precisava de tanto para me satisfazer.

Olhei para o teto e tentei não me incomodar com a luz da manhã que brilhava no quarto. Todos ainda dormiam e só minha cabeça idiota me mantinha acordada.

Os meninos estavam sendo uns fofos durante nosso pequeno caso, mas não podia negar o quanto gostaria de conhecer um pouquinho mais deles. Ao mesmo tempo que o tesão me consumia, a inexperiência me fazia tremer. Por que eu não poderia me interessar por um único cara como pessoas normais?

Daniel se movimentou ao meu lado e puxou meu corpo para perto do seu, o volume que carregava entre suas pernas grudou em minha bunda, ele não estavam mais duro como a alguns minutos atrás. Esses dois eram piores que adolescentes na puberdade.

— Todos os dias poderiam ser desse jeito — Ele murmurou ainda de olhos fechados — Devia se mudar para esse quarto, sabia?

— Não têm espaço para mim.

— Sempre têm espaço para você, não vê como se encaixa tão bem com a gente? — Tinha absoluta certeza que seu cérebro na havia acordado cem porcento.

Gabriel veio até mim e sua mão procurou por minha cintura, assim que o ruivo achou ele se aproximou e apoiou sua cabeça em meus seios. Esse meu chefe tinha uma estranha obsessão por meus peitos, juro que já o vi observando de maneira predatória.

— Quero comer — Gabi falou as palavras de forma embolada.

— Posso preparar algo se vocês quiserem — Os dois me apertaram como se dissessem que eu não deveria sair — Não podem passar a folga toda de vocês dentro do quarto.

— Podemos sim e você fica aqui — O tom de Daniel foi autoritário como sempre.

A sensação de nunca sentir frio estava começando q se tornar um hábito que eu gostava bastante. O que eu faria quando isso acabasse?

O ruivo pegou minha mão e levou até seu cabelo, entendi o que ele queria e comecei o cafuné em sua cabeça. Era uma criança mesmo.

— Os dois estavam diferentes ontem, aconteceu algo que queiram desabafar? — Demorou um pouco até que um dos dois respondesse.

— Cobranças no trabalho, nada que você já não tenha ajudado a relaxar — O moreno colocou sua perna em cima de mim.

— Deveriam ir escovando os dentes enquanto eu preparo um café da manhã bem gostoso para vocês — Já havia feito minha higiene matinal, por isso estava bem mais disposta.

— Se sua buceta vier de acompanhamento eu gostaria sim — As palavras de Gabriel me fizeram ficar vermelha igual um morango.

— Gabriel! — Eu e Dani repreendemos o homem que não tinha nenhuma vergonha na cara.

— Não falei nada que fosse alguma mentira — Seu falta de arrependimento era surpreendente.

Ficamos alguns minutos a mais apenas curtindo a companhia um do outro e eu precisava falar o quanto era difícil sair disso mesmo tendo dezenas de coisas para fazer. As vezes queria que o tempo congelasse apenas para ficarmos mais alguns séculos desse jeito.

Depois que os meninos tomaram coragem de levantar para começarem o dia, eu fui garantir em um espelho que não tinha nada de errado comigo, não demorou muito até que a babá eletrônica desse seu primeiro sinal de vida do dia.

As crianças acordavam cedo quando estavam comigo na semana, mas quando meus chefes estavam em casa eles deixavam que os dois dormissem um pouco mais tarde. Amy e Luke se adaptaram rapidamente a essa rotina.

Fui até o quarto dos meus bebês e ajeitei eles direitinho para que pudesse lava-los até seus pais. Assim que entrei no quarto novamente os dois já arrumavam a que tínhamos bagunçado.

— Bom dia,  meus nenéns! — Os dois foram correndo até os papais.

— Como vocês dormiram?

— Papai, eu sonhei com um cavalo hoje! — Amy falou do seu jeitinho difícil de entender — Ele tinha chifre!

— É mesmo, pequena? Acho que algum unicórnio veio te visitar a noite — Dani disse colocando sua filha no colchão.

— Sim! Será que têm algum presente para mim? — Meus chefes se olharam como se pensasse no caso.

— Depois podemos vê embaixo do seu travesseiro — Ele contornou a situação do seu jeito.

Os dois sentaram com seus filhos na enorme cama e eu fiquei em pé olhando a cena. Tentava sempre manter uma boa distância deles quando as crianças estavam por perto.

— Preciso de uma foto da família toda — Luke falou pegando o controle que ficava na mesa de canto.

— Por que precisa disso filho? — Gabi perguntou colocando desenho para seu filho na televisão.

Eles destruíam minha rotina saudável com as crianças quando estavam em casa. Quem já se viu assistir desenho sem mal ter acordado?

— A professora pediu, é para fazer um desenho da família bem lindo... Acho que vamos ter que tirar uma nova, com os papais, a maninha e a mamãe.

— Temos uma foto de todos juntos, só é meio... — Gabi parou as palavras derrepente — Espera, mamãe?

— Sim, não tenho nenhuma foto com a Dora.

Não três nos olhamos e foi como se um choque batesse de frente do nosso rosto. Mamãe?

Nossa BabáWhere stories live. Discover now