Capítulo 11 - Tão fácil de encaixar os teus cenários na minha rotina

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— Está preparado pra ser fodido gostoso numa altitude de mais de trinta mil pés, neném?

Na porta do avião, com Luciano segurando forte sua mão após falar mais um de seus devaneios libidinosos, Martín olhou pelos arredores de onde estava, nos quais não se via uma única alma viva de qualquer passageiro além da tripulação daquele voo caminhando de um lado para o outro, se preparando para a decolagem. Olhou para a escada do avião que tinha acabado de subir, vazia. Deu alguns passos para dentro da aeronave (esticando o braço o máximo que conseguia em face da mão presa na do brasileiro), espiando pelos corredores entre os assentos, também vazios.

Voltou para o lado de Luciano, fechou os olhos e suspirou fundo.

— Ainda dá tempo de eu desistir dessa viagem?

Luciano riu audivelmente.

— Eu sabia que tu ficaria puto com isso.

Martín levou a mão que estava livre ao rosto, esfregando-o exasperado.

Instantes atrás, na cafeteria do aeroporto, enquanto era assediado pelo pé de Luciano, Martín imaginou a possibilidade de que o brasileiro tivesse cometido a sandice de, de algum modo, ter fretado uma aeronave comercial inteira apenas para que os dois pudessem viajar sozinhos. E Luciano teria, claro, um único objetivo com isso: despejar toda a sua insanidade sexual em Martín enquanto os dois percorriam os céus.

O frete de aeronaves comerciais não era algo completamente inconcebível ou que nunca ocorrera antes com times inteiros de futebol, em especial quando considerados os privilégios do status social no qual os dois se encaixavam.

O problema, entretanto, sobre a ideia de se fretar um Boeing inteirinho apenas para dois jogadores de futebol famosíssimos, tinha um único nome ali naquele contexto: Luciano, o Libertino.

— Você poderia... Simplesmente... Aaah, Dios mio... – Martín tentava falar, mas encontrava-se tão desacreditado daquela situação, que não tinha forças para formar uma frase que fizesse sentido.

— Eu sei o que tu tá pensando. Acredite, foi bem mais barato comprar as passagens desse voo do que reservar uma aeronave exclusiva.

— Impossível. Você com certeza teve de comprar passagens e subornar um monte de gente que já tinha comprado. É um voo comercial pra Ásia, carajo. Impossível ter gasto menos do que gastaria com um frete particular.

— Bom... – Luciano usou a mão que não se agarrava à de Martín para coçar o pescoço, sem jeito. — É que se a gente fosse esperar um voo particular, ia demorar muito. Muita burocracia pra conseguir um voo desses pra Tailândia só pra duas pessoas. E eu estava louco pra viajar logo com você. Então pra mim saiu mais barato. Ou valeu mais à pena.

Martín abriu os olhos e encarou Luciano. A expressão cansada no rosto do argentino, que denunciava que o mesmo não tinha condição alguma de relutar contra a força brutalmente convincente que era Luciano, encontrou um rosto moreno que brilhava e sorria sem culpa alguma pelas atitudes tomadas impensadamente.

Rayos... Como é que vocês brasileiros dizem mesmo? Se já estou no inferno...

— Abrace este capeta da luxúria aqui que tá doido pra te pegar enquanto viajamos pelo céu!

Luciano agarrou Martín desajeitadamente, dando alguns beijos no rosto do argentino que tentava se desvencilhar dele.

— Espera, espera, mierda! – Martín afastava o brasileiro com as mãos. — Você não está pensando que... Eu e você... Nesse avião... Não, né, Luciano? No, no, no, absolutamente no!

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Where stories live. Discover now