Capítulo 59 - O meu louco querer, nosso estranho amor

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Martín nunca previa, de forma exata, como ele reagiria às insanidades sexuais ditas ou realizadas por Luciano.

O argentino não saberia dizer se a primeira reação seria uma aversão, ainda que fingida, aos absurdos que o moreno costumava vociferar quando o tesão falava mais alto.

Não saberia dizer se a primeira reação seria física, inegavelmente física, com seu corpo respondendo tal tesão à altura – se acedendo, se excitando, pedindo por mais.

Não saberia dizer se acharia estranhamente fofo primeiro, até porque Martín julgava que "fofo" era a última das palavras que serviriam para descrever suas impressões sobre aquele homem monumental que parecia sempre preparado para levá-los às profundezas do prazer sexual.

Mas naquele momento, "fofo" foi a única coisa que passou pela cabeça de Martín enquanto ele (ainda em pé) observava Luciano (ainda sentado à cama) aninhar o pênis do loiro numa mão, e beijá-lo como se acariciasse um animalzinho tímido.

Uma mão do moreno já deslizava bem vagarosa às costas de Martín, na região que ele prometia atacar com a língua em instantes, e os cabelos negros e molhados do pós-banho caíam para frente, escondendo mais do rosto do homem que sussurrava gemidos com os lábios grudados à glande de Martín.

O argentino ergueu uma mão para segurar algumas dessas mechas, querendo ver pelo menos parte da face do brasileiro, e pensando sobre como ter um homem encurvado em sua frente apenas para beijar-lhe a intimidade daquele jeito era, estranhamente e exageradamente, fofo.

Luciano deslizou os lábios com delicadeza por parte da extensão do pênis de Martín que começava a endurecer, e levantou o tronco devagar, erguendo o olhar na direção do rosto do argentino.

— Tu sabe, cariño... Eu não consigo entender uma coisa – o moreno disse meio impudico, e com as pálpebras dos olhos cobrindo languidamente metade de seu olhar lascivo. — Como é que tu pode achar que tu vai conseguir se esconder a vida inteira por conta desse bando de homofóbico filho da puta... Se tu não vai conseguir viver sem um homem pra tocar e beijar teu pau desse jeito? Este homem sendo eu, teu pretinho doce aqui, é claro... Quem mais poderia ser?

Havia um levíssimo tom de dominação na voz de Luciano, que ainda segurava o pênis semi-endurecido de Martín e se levantava da cama devagar, deixando que a toalha em sua cintura fosse ao chão. Os músculos do corpo moreno se flexionaram num reflexo natural, e a altivez da diferença de altura fez com que Martín tivesse de erguer o rosto para manter seu olhar azul fixo nos olhos negros do brasileiro.

— Tu não vai conseguir fugir dos teus instintos que te fazem precisar pra caralho de um homem pra cuidar bem de ti... Se é que tu me entende... – Luciano apertou o membro de Martín um pouco mais agressivamente, antes de soltá-lo num puxão quase indelicado e levar a mão agora livre até o rosto do argentino. O brasileiro diminuiu o tom da própria voz enquanto inclinava a face para baixo, de encontro à de Martín. — E este homem só poderia ser... quem, meu amor?

— Poderia ser... qualquer um... – é claro que Martín não perderia a oportunidade de responder desafiadoramente, com birra, já sabendo o que lhe aguardava no outro lado desse duelo.

O argentino se questionou rápido sobre como ele nunca apenas interpretava esse papel de confrontador das investidas mais dominadoras de Luciano. Era o próprio Luciano quem o instigava a entrar nesta disputa de um jeito natural.

Existiam regras entre os dois quando se tratava de sexo, regras implícitas e que nunca precisaram de ser colocadas num papel – porque Luciano sempre sabia quando continuar e fazer mais, e ir além; ou quando parar e se desculpar se, acidentalmente, passava um pouco dos limites.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Where stories live. Discover now