Capítulo 12 - O seu corpo é um caminho sem saída, então só entro

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Algo molhado, suavemente mole, tentava invadir os lábios de Martín.

O argentino pensou estar sonhando, mas ao se dar conta de que nem mesmo tinha percebido quando caíra no sono, abriu os olhos um pouco assustado.

A primeira coisa que ele viu foram os olhos fechados de Luciano, que estava com o rosto quase colado ao dele, colocando os lábios para trabalhar junto da boca do argentino.

Não era nem mesmo um beijo – era um roçar doce, os lábios de Luciano abraçavam os de Martín como um carinho. A língua do brasileiro percorria a boca de Martín tão lentamente, que parecia estar saboreando um tipo de doce caríssimo.

Martín, sonolento demais para fazer sentido de qualquer coisa, instintivamente respondeu àquele estímulo. Descerrou a boca e aceitou a língua de Luciano.

O brasileiro abriu os olhos, e depois de deixar que Martín o beijasse de volta por alguns segundos, sussurrou com a boca ainda colada à dele:

— Acordou, princeso? Sinto muito por te despertar assim.

Martín colou os lábios aos de Luciano de novo. O brasileiro ficou extremamente satisfeito ao perceber que o argentino aparentemente despertara com a mesma vontade que ele estava sentindo no momento.

— Tá com fome, neném? Quer comer alguma coisa? – Luciano sussurrou de novo.

Martín, que mantinha os olhos semicerrados porque ainda parecia estar no mundo dos sonhos, negou as perguntas de Luciano com a cabeça, voltando a procurar os lábios do brasileiro de um modo quase sedento.

Só depois de acariciar a língua de Luciano com a própria língua por um bom tempo, depois de degustar de uma quantidade considerável da saliva refrescante do moreno – que tinha gosto de menta no momento – é que Martín finalmente pareceu acordar.

O argentino afastou o rosto do brasileiro de um modo repentino, abrindo os olhos por completo.

— O que... Que horas eu... dormi?

— Eu não sei, meu bebê. Acordei à tarde e tu 'tava completamente apagado. Não quis te acordar mais cedo, mas não podia te deixar dormir mais porque já está na hora.

Martín ainda terminava de colocar a cabeça no lugar. Olhou para trás, para a janela do avião, e viu que já tinha anoitecido, a escuridão da noite pintava todo o imenso céu.

— Na hora... Do quê?

— Disso aqui – Luciano tomou a iniciativa mais uma vez, segurando com delicadeza o pescoço de Martín e colando as bocas dos dois homens de novo.

Martín ainda estava no mesmo assento no qual se sentou quando entrou no avião. Luciano, sentado ao seu lado, parecia estar numa posição que o colocava um pouco mais imponentemente alto em relação à Martín. Esticou todo o corpo na direção do argentino, tomando todo o campo de visão do loiro.

— Mas o que...

— Só me beija, Martín. Eu estava desesperado por isso.

Luciano mordeu o lábio inferior de Martín com força, arrancando-lhe um gemido.

A mão do brasileiro que estava no pescoço de Martín subiu para os cabelos do loiro, enredando os dedos ali, forçando o rosto do argentino ainda mais contra o ataque dos lábios de Luciano.

— Por Deus, eu não posso passar muito tempo longe dessa tua boca não, cariño... Eu sofro de abstinência, sabia?

— Luciano... Espere um pouco...

Martín tentava – e, de fato, não tentava – se afastar de Luciano. As duas mãos no peito do brasileiro, Martín ainda não conseguia assimilar a ideia de que o moreno possivelmente queria fazer algo a mais ali naquele avião.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora