Capítulo 21 - Abrazados y mirándonos

4.4K 379 498
                                    


— Martíííínnnn... Eu quero mais, bebê... Não acredito que tu tá me negando isso agora...

Luciano continuava dentro da banheira, apoiando o queixo nos braços cruzados na borda de mármore, fazendo bico e encarando Martín.

O argentino conseguiu, com muito custo, se soltar do abraço que os dois acabavam de dar. E este "muito custo" se deu tanto por culpa de Luciano, quanto por culpa do próprio Martín – que sentia um peculiar e ardente desejo por mais também.

Mas enquanto terminava de beijar Luciano, sentado em seu colo, acariciando o rosto do moreno, Martín percebeu que o brasileiro estava cansado. Mesmo que aquele boludo estúpido nunca admitisse algo do tipo, ele estava definitivamente cansado.

Martín reparou os olhos negros de Luciano com as pálpebras levemente caídas numa semi-sonolência, a expressão facial como um todo do brasileiro parecia meio abatida. O argentino queria pensar que era por conta do cansaço de uma viagem tão longa quanto a que eles fizeram, mas algo lhe dizia que não era apenas isso.

"Claro que não é. Por que é que nós viemos pra cá mesmo?"

— Eu estou com fome, Luciano. Precisamos comer alguma coisa, nem me lembro de quando foi a última vez que comemos comida de verdade.

— Aaaarrrghhh... – Luciano se exasperou. — Eu tenho leite pra te dar, não serve?

Martín, olhando a própria imagem no espelho da pia, virou-se para encarar severamente o brasileiro, que tinha o sorriso mais cínico no rosto.

— Você é impossível. Se eu não te parar, é capaz de querer ficar o mês inteiro dentro desse quarto só fazendo essas coisas.

— E qual é o problema disso? – Luciano deu de ombros.

— Um mês? Um mês, boludo?!

O brasileiro continuou inerte em sua resolução de que não via problema algum em ficar um mês trancado dentro de um quarto só para transar com o argentino.

— Uma semana eu até... compreendo – Martín disse, sem saber qual palavra utilizar para demonstrar que esse prazo já lhe era um exagero, por experiência própria. — Mas um mês... Solo puedes ser adicto al sexo.

— Nah, cariño. Só tem um cu no qual eu sou viciado, e é no seu. Não sou viciado em sexo em si. Só sou fanático por esse seu buraquinho lindo mesmo.

Martín passava um lenço umedecido pelo rosto, em alguns pontos meio endurecidos e que claramente ainda "se hidratavam" com vestígios do sêmen de Luciano.

O argentino olhou mais uma vez para o brasileiro. Balançou a cabeça em reprovação, numa última negação ao pedido de Luciano - que esperneou dentro da banheira, jogando água pra todo lado.

— Tens quantos anos mesmo? – Martín perguntou.

— Tá bom, tá bom! Chatinho demais, esse meu argentino...

Sem esconder a frustração – mas ainda assim aparentando estar cansado aos olhos de Martín – Luciano finalmente saiu da banheira.

O argentino tinha coberto o próprio corpo com um dos roupões de cetim que estavam disponíveis ali. Não pôde deixar, como sempre acontecia, de notar toda a grandiosidade do corpo de Luciano.

Em todos os sentidos.

Olhou-o de baixo pra cima, percebendo que seu olhar azul agradava o brasileiro.

Luciano se aproximou de Martín, colando seu suntuoso corpo ao dele. Abaixou a cabeça para roçar o nariz nos cabelos dourados do argentino. Levou uma mão até as nádegas de Martín, acariciando-as levemente.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Where stories live. Discover now