Capítulo 13 - Cê dizia pra eu me soltar porque você me conduzia

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— Martín, meu bem... Eu sei que tô sempre dizendo que amo teu cu quando ele fica apertadinho assim, porque eu gosto mesmo, mas tu vai quebrar meu pau ao meio se não relaxar um pouquinho, neném...

Martín entendeu o que Luciano dizia, mas não estava fazendo de propósito. O próprio argentino sentia que sua região mais interna estava se apertando exageradamente, causando-lhe ali uma dor tão intensa que nem mesmo o lubrificante ou os movimentos que a mão de Luciano fazia em seu pênis eram capazes de amenizá-la.

O argentino resmungou alguns "huummm, huuumm", tentando chamar a atenção do brasileiro, mas quando Luciano fez menção de que iria destampar-lhe a boca, todo o avião tremeu levemente, numa turbulência comum, fazendo com que ambos os homens sentissem suas partes dos corpos que estavam grudadas uma na outra pressionarem-se ainda mais.

Tanto Martín quanto Luciano gemeram de dor.

Em qualquer outra circunstância, Martín teria gostado (mais do que ele admitiria contra seu orgulho) daquela sensação dolorosa. Mas o argentino realmente sentia seu corpo reclamar de um tipo de dor nada prazerosa.

Luciano, não sendo hábil apenas no toque humano, leu o clima do momento como o leitor sensualmente voraz que era.

— Martín, cariño, está tudo bem? Eu fui rápido demais? Está doendo muito? – Luciano retirou a mão dos lábios do argentino, que soltou uma arfada de ar penosamente dolorosa. — Ô neném, eu devia ter brincado aqui embaixo um pouco mais antes de meter, não é? Tu me perdoa? É que eu estava com muita vontade... Tu quer parar?

Luciano despejava uma pergunta atrás da outra, retirando a mão também do membro de Martín que ele alisava, segurando o argentino pela cintura e indicando que iria sair de dentro dele vagarosamente.

Martín respondeu esticando uma de suas mãos pra trás, agarrando uma nádega de Luciano para impedi-lo de se mexer.

— Você pode continuar... Não precisa parar...

— Eu sei que tá doendo, doendo mesmo, Martín. A gente pode relaxar um pouquinho antes, o que acha?

Martín jogou o corpo pra trás, de encontro ao peito de Luciano. Subiu a mão que estava na nádega do brasileiro para o pescoço do moreno, sussurrando:

— Continua... Está tudo bem, eu dou conta...

As palavras de Martín dificilmente condiziam com a realidade do que o corpo dele realmente queria, e Luciano já tinha aprendido essa lição anos atrás. O brasileiro aprendera a interpretar perfeitamente bem quando o argentino realmente dizia sua vontade autêntica, e quando não a falava.

E esse aprendizado veio justamente com a capacidade que Luciano adquiriu de ler o corpo de Martín.

Porque naquele instante, a mão do argentino que lhe acariciava o pescoço tremia. Um tremor que claramente não era de tesão, não era de prazer, e que o brasileiro julgou – acertadamente – ser pelo forte medo de altura do qual Martín sofria.

Nem mesmo Martín parecia compreender que a vulnerabilidade sexual apenas piorava sua sensação de insegurança, impedindo-o de ficar propenso à sentir um prazer real naquele momento, como geralmente acontecia com a fragilidade que a dominação do brasileiro lhe causava.

Luciano conseguiu tirar seu membro de dentro do argentino, que gemeu ao ter seu buraco repentinamente exposto. O moreno o abraçou, dando-lhe um selinho demorado.

— Tu devia ter me dito que realmente não queria, bobo.

— Mas eu quero...

— Peraí, vou refazer minha fala: tu devia ter me dito que realmente não conseguiria. Não a trinta mil pés de altura. Que tu quer, eu sei que quer. Mas aqui não vai dar.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Where stories live. Discover now