Capítulo 51 - Y déjame abrazarte para siempre, que yo he nacido pa' quererte

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Por um exageradamente longo período de tempo, Martín se recusou a aceitar o quão fraco ele ficava diante das técnicas de provocação de Luciano.

O brasileiro sempre fora um verdadeiro boca-suja, desde os anos iniciais da adolescência em que eles se conheceram, e em todos os contextos sociais nos quais havia uma mínima intimidade com quem quer que ele conversasse – palavras de baixo calão pareciam ser as preferidas do moreno.

Até certo ponto, Martín achava que quase nunca isso dava um tom de vulgaridade a Luciano (por mais que o argentino assim abertamente o julgasse às vezes, apenas para irritá-lo). Pelo contrário – era até mesmo fofo, fazia parte de todo o conjunto da obra do "ser-Luciano".

O único problema para o loiro era que as provocações faladas do brasileiro, quando acompanhadas das provocações físicas, desarmavam toda e qualquer possibilidade que existia dentro de Martín de querer ou conseguir resistir às investidas do outro homem.

Não havia lugar ou sentido para a palavra "resistência" quando Martín se encontrava de joelhos aos pés de Luciano, implorando com o olhar azul para que o brasileiro deixasse de provocá-lo com o rápido enfiar-e-tirar da pontinha daquele vultoso pênis moreno, de dentro dos lábios salivantes do argentino.

— Até onde eu posso ir, meu amor? – o brasileiro, segurando o pênis ereto pela base e tocando-o levemente no canto dos lábios de Martín, falou tão baixo e com uma voz tão grave, que o loiro a sentiu percorrer toda a sua espinha.

Martín desceu o olhar para o membro que o tocava. O argentino se notava ficando impaciente, ainda mais quando lhe era oportunizado encarar tão de perto a parte do corpo de Luciano responsável por levá-lo ao delírio.

Anos atrás, Martín se autojulgou como um homem "extremamente e inegavelmente gay" por descrever, em silêncio, o pênis de Luciano como algo mais do que gostoso – era, no devaneio de tesão do argentino, um pênis muito, muito, bonito.

Martín sempre escutava as más línguas do meio do futebol falarem sobre o "pacote" que Luciano da Silva carregava no meio das pernas, quando as imagens dos treinos do Paris Saint-Germain denunciavam marcas bem sugestivas nas calças de malha que o moreno vestia.

Quando o time brasileiro usava um calção branco em campo, os comentários grotescamente lascivos sobre o pênis de Luciano ficavam intragáveis – para um homem ciumento que se recusava a admitir que era, de fato, ciumento. Para um homem como Martín.

Luciano era grande e grosso, demasiadamente grande e grosso.

E tinha uma cor amorenada um pouco mais escura do que a pele do restante do corpo do brasileiro. O pênis, sem curvatura e com duas veias sobressalientes, só se abrandava em toda a sua morenice justamente na pontinha usada ali para provocar a boca de Martín – mas bem pouco, o que dava uma impressão de que o brasileiro tinha sido todo pintado num dia em que Deus estivera verdadeiramente inspirado.

Não havia nada fora do lugar na imagem de Luciano, e seu membro era apenas um reflexo disso.

Martín segurou a mão do brasileiro que se agarrava à base daquele pênis e, com um pouco de agressividade, a arrancou dali, porque era o argentino quem tomaria conta daquele momento.

— Martín... – Luciano o alertou. — Vai com cuidado, meu bem, com cuidado...

"Ele está preocupado...", o argentino pensou, e sorriu sozinho, o que provocou uma risadinha no brasileiro.

— Tu quer mesmo engolir meu pau até arranhar tua garganta de novo, não quer? – Luciano perguntou, balançando a cabeça em falsa reprovação.

— O que você acha? – o loiro respondeu, sem olhá-lo e lambendo os lábios em expectativa.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora