Capítulo 34 - A mí me gusta, y si me gusta lo hacemos a tu manera

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Cada centímetro do corpo de Martín parecia reclamar de dor e cansaço e, ao mesmo tempo, provocava-lhe uma sensação de leveza e de estar flutuando como se estivesse entorpecido, quando o argentino acordou acreditando ser ainda cedo numa bela manhã do dia seguinte.

Martín precisou de quase cinco minutos desperto e com um olhar desfocado preso em um ponto aleatório qualquer, para tentar compreender aonde é que ele estava. O que o acordou daquele transe de mente vazia foi a visão de um corpo masculino alto, forte, moreno e completamente nu que se aproximava da cama e se sentava em seguida.

— Acordou, meu bem?

O argentino olhou para o lençol sob o qual estava deitado, finalmente entendendo que estava numa cama, a cama do quarto do sobrado.

Martín levantou o rosto, agradecido pelo fato de o quarto estar escurecido, com uma fraca luz do dia entrando pelo tecido grosso das cortinas fechadas.

— Eu fiquei preocupado. A hora do almoço passou e tu ainda dormia, mas não tive coragem de te acordar. Tu precisava descansar...

O loiro piscou os olhos várias vezes, reparando um copo de água entrando em seu campo de visão.

— O que... Como... – a voz de Martín estava extremamente rouca, mais pela sonolência do que por qualquer outra coisa.

— Eu te trouxe hoje cedinho, bebê. Não se preocupe, eu te vesti antes de chamar Luna pra dar uma carona pra gente. Tu até acordou pra isso, mas resmungou feito criança, acho que não estava acordado pra valer – Luciano brincou. — Também te limpei...

Martín ainda ficou um tempo piscando os olhos, até que aceitou o copo de água que Luciano lhe oferecia, tomando-o em goladas.

Assim que a água desceu por sua garganta, o corpo do argentino pareceu acordar mais ainda, reclamando não só de dor e cansaço, mas também de fome.

— Espero que tu não fique bravo comigo, mas eu peguei uma pomada na tua mochila pra passar no teu buraquinho, eu sabia que tu viria pra cá preparado – mais uma vez o moreno brincou, soltando uma curta risada. — Tu ficou todo inchadinho, mi dulce... Depois de se grudar na madeira feito bicho preguiça, não poderia ser diferente, não é mesmo?

A mente de Martín voltava a funcionar lentamente, tanto que o argentino não prestara atenção na piada. Levou uma mão até sua região mais íntima, notando-a de fato inchada.

— Tu tá sentindo alguma dor? Por dentro ou por fora?

No... no... – Martín suspirou profundamente, voltando a cabeça para o travesseiro e esfregando o rosto com as duas mãos. — Díos, o que foi... que eu fiz...

As mãos em sua face abafaram sua voz.

— E lá vamos nós... – Luciano disse, e Martín sentiu pela cama o movimento do brasileiro se levantando.

Tirando as mãos do rosto, o loiro observou a parte detrás do corpo de Luciano totalmente nu caminhando pelo quarto, para colocar sob a mesa o copo de água que Martín acabara de beber.

— Por que você está sem roupa?

— Por que eu estaria com roupa? Tu acabou de ver que também está peladão. Imagina se eu deixaria que a gente dormisse com roupa depois de... ontem.

Martín percebeu um tom levemente desanimado na voz de Luciano, o que pareceu despertá-lo ainda mais.

— O que você quis dizer com "e lá vamos nós"?

O brasileiro esticou os braços pra cima, espreguiçando o corpo e suspirando, de novo com o mesmo sinal de apatia.

Luciano voltou para a cama, sentando-se por completo em cima do colchão e cruzando as pernas, virado na direção de Martín.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Where stories live. Discover now