Capítulo 50 - Yo te llevo dentro, hasta la raíz

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— Tá sentindo amor por mim agora? Hum? Me fala, bebezinho...

As palavras de Luciano pareciam distantes para Martín, apesar de o brasileiro permanecer deitado por cima dele, dentro dele, as sussurrando em seu ouvido enquanto continuava beijando, lambendo, tocando com os lábios tudo o que podia alcançar do rosto e do pescoço do argentino.

Mas Martín se encontrava totalmente envolto nas sensações que tomavam conta de seu corpo, nas pequenas e nas grandes – nos rápidos tremores que pareciam se espalhar por toda a sua pele, na enorme pressão daquele também enorme homem completamente jogado em cima dele.

Martín sentia-se cheio, literalmente cheio, com a quantidade de sêmen de Luciano que se espalhara em seu interior, e com o pênis do brasileiro que parecia não querer diminuir em tamanho, repousado confortavelmente dentre suas paredes internas.

As oscilações de sensações também eram sentidas pelo argentino no exato ponto em que ele se abria, na região mais baixa de seu corpo, para receber Luciano – ora uma ardência dolorosa lhe queimava por dentro (e Martín não sabia se era pelo sempre intenso demais ato de penetração que envolvia aquele avantajado membro brasileiro, ou se era pelo frescor do lubrificante), ora sua pele mais interna parecia entorpecida pelo prazer.

E enquanto Martín se deixava levar pelas sensações, encarando o teto e acariciando os cabelos negros e o pescoço do homem agarrado a ele, o brasileiro seguia murmurando com uma voz sensualmente arrastada e rouca:

— Me diz o que tu tá sentindo, docinho... Conta pra mim...

Luciano levantou o rosto que estava enterrado no pescoço do argentino, olhando com o olhar negro repleto de êxtase:

— É amor? É amor, meu lindo? – o moreno perguntou afetuosamente.

Martín confirmou com um balançar de cabeça. Os dois homens respiravam compassados, envolvidos por um calor que nenhum dos dois saberia dizer de qual corpo saía, qual corpo queimava mais.

— Então me fala... Deixa eu ouvir isso na tua voz, meu bem... Deixa? – Luciano pediu, enquanto devolvia ao rosto de Martín as carícias que o argentino lhe fazia na face morena.

Olhos azuis e olhos negros trocavam, pelo olhar e em silêncio, uma quantidade expressiva de palavras que não eram ditas – como sempre acontecia nesses momentos, Martín se dava conta.

Não era como se as palavras precisassem ser ditas. Não era como se o diálogo não acontecesse, mesmo que silenciosamente, porque os corpos dos dois rapazes comunicavam o suficiente nesses momentos de troca de toda sorte de emoções.

Mas naquele instante, Martín queria dizê-las. Ele sentiu uma imensa necessidade de colocar para fora, com todas as letras, exatamente o que Luciano queria ouvir.

O argentino sentiu, no mesmíssimo segundo, que uma das vozes que ocupavam sua mente, uma que quase nunca aparecia porque Martín era bom em prendê-la, lhe incentivava à impulsividade da qual o loiro se autojulgava ser incapaz de ter.

Mas ao mesmo tempo em que Martín queria dizer que sentia amor – queria dizer até muito mais do que isso – a sua racionalidade (que era momentaneamente destroçada com o prazer que só Luciano lhe provocava) o alertava dos perigos e das consequências daquele tipo de promessa afetiva.

"Quais perigos? Quais consequências?!", Martín a questionou.

"Todos e todas que você já imagina!", sua mente lhe respondia.

"Mas nada disso faz sentido... Só o que faz sentido é que eu... gosto dele... Eu gosto tanto, tanto dele..."

O argentino implorava silenciosamente para sua própria consciência, sentindo o conhecido turbilhão de palavras tirar-lhe o foco do prazer, do tesão, do calor, de tudo o que acontecia, quando um movimento mais preciso da cintura de Luciano o lembrou de que tinha um farto e grosso pênis dentro dele.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Where stories live. Discover now