16 - Amigos com benefícios 💭

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Lucca e Eloá estavam no elevador, prestes a alcançar o andar onde Marcos, pai do garoto, os esperava

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Lucca e Eloá estavam no elevador, prestes a alcançar o andar onde Marcos, pai do garoto, os esperava.

Eles não compreenderam muito bem, mas a intenção era ensinar-lhes sobre a história da "Oliveira Vinhos". Segundo os mais velhos, a nova geração de sobrinhos estava mostrando muito pouco interesse nos negócios da família.

Conversavam sobre assuntos aleatórios quando o elevador começou a emitir barulhos estranhos. Instantaneamente, Eloá agarrou o braço do primo. Nunca fora fã de espaços confinados, ainda mais naquele instante.

De repente, a luz se apaga e o elevador simplesmente trava. Eloá solta um grito, enquanto Lucca pragueja contra este e todos os outros mundos. Ele vinha evitando a todo custo ficar a sós com a prima desde o episódio do gambá, mas parecia que o destino realmente queria uni-los de alguma forma.

O garoto acende a lanterna do celular e encara a prima, que parece estar muito assustada.

— Corremos o risco de morrer? — Pergunta Eloá, com a voz embargada. — Imagina se isso cai? Meu Deus, só tenho 15 anos, ainda tenho tantas coisas para viver... — A jovem começa a refletir sobre o que pode acontecer em seguida e nada de bom vem à sua mente.

— Não fale bobagens, Eloá! — Lucca repreende a prima, pois não quer ficar nervoso. — Deve ter sido uma queda de energia rápida. O elevador não vai cair e não vamos morrer, fique tranquila. Só teremos que aguardar.

Assim, os dois, cada um em um canto, recostaram-se nos espelhos e sentaram-se no chão, frente a frente.

Lucca colocou o celular com a lanterna virada para cima, iluminando o ambiente. Antes, eles tinham clima para conversar sobre qualquer coisa. Mas agora, nesse escuro, a situação era diferente. Sem mencionar que não faziam ideia de quanto tempo ficariam trancados naquele elevador.

Após alguns minutos, Eloá decide quebrar o silêncio.

— Quer aproveitar para conversar sobre o episódio do gambá? E o Natal? — Ela batia os dedos uns nos outros compulsivamente, pois estava nervosa em puxar o assunto.

— Não me sinto confortável para falar sobre isso. — Responde Lucca, e Eloá revira os olhos, mesmo que ele não pudesse ver.

— Mas não é sobre conforto, Lucca. É questão de precisarmos conversar. Algo mudou entre nós e temos que falar sobre isso, senão vamos acabar nos afastando e eu não posso perder você. Não posso e não quero. — Ela fala e o garoto se aproxima dela.

— Eu sinto tesão por você, Eloá. — Lucca admite, fazendo com que a garota sinta frio na barriga. — Muito. Muito mesmo. Mais do que em qualquer outra garota que já beijei ou fiz... você sabe. E eu simplesmente não sei como reagir, não sei como lidar com isso, porque somos primos.

— Eu... eu também sinto. — Ela admite e fica com as bochechas ruborizadas. — Mas não vejo nosso parentesco como impedimento. São dois corpos que se desejam, qual o problema? — Ela pergunta, e Lucca passa as mãos no rosto, como se quisesse desaparecer daquele elevador. Queria que fosse tão fácil assim.

— Claro que é um impedimento, Eloá. Sem contar que somos melhores amigos. Eu jamais me perdoaria se esse tesão que temos um pelo outro estragasse isso. — Lucca afirma, e Eloá deita a cabeça em seu ombro.

— É só não ultrapassarmos os limites. Por mais que dê vontade, já sabemos que isso pode estragar nossa amizade, que, de fato, é a nossa prioridade. — Afirma ela, acariciando o braço dele. — Eu te amo muito, muito mesmo, e não vou permitir que nada estrague nossa relação. Somos parceiros, sempre fomos, por que seria diferente nisso?

— Porque quando estou te tocando, Eloá, não te vejo como prima ou melhor amiga, te vejo como mulher e sinto uma vontade absurda de fazer amor contigo. — Ele confessa, e a garota se assusta, não acostumada a ouvir tais palavras.

— Que horror, Lucca! — Ela dá um tapa no braço do primo, que ri em resposta. — Não fale essas coisas.

— Mas é isso mesmo, Eloá. Foi exatamente assim que me senti quando pulaste no meu colo nua, ou quando nos beijamos no Natal. Se achas que podemos continuar nos tocando, precisas ter plena consciência de que vou te enxergar assim sempre que estiveres em meus braços. Se estiveres de acordo e disposta a parar quando as coisas estiverem saindo dos limites, podemos tentar. — Ele diz, e a garota permanece em silêncio por um longo minuto.

Ele não fazia ideia dos sentimentos de Eloá e, se dependesse dela, não ficaria sabendo tão cedo. Esse acordo entre os dois era um grande passo para se aproximar da maneira que tanto desejava do rapaz por quem era apaixonada, mas também seria extremamente doloroso, já que não seria nada mais do que isso.

O pior é que a garota nem tinha tempo para avaliar se aquilo realmente seria positivo para seu coração. Mas o desejo de tê-lo, mesmo que em partes, para si era tão grande que não havia outra resposta a ser dada a não ser...

— Por mim, sim. Podemos tentar. — Ela sorri, sem que ele veja.

Permaneceram mais 30 minutos naquele elevador parado, até que a luz finalmente voltou. Pelo menos o clima desconfortável entre a dupla não existia mais e finalmente poderiam voltar a ser como antes. Quer dizer, mais ou menos, porque agora, além de melhores amigos, também poderiam se considerar "amigos com benefícios".


Segundas Intenções ✔️Where stories live. Discover now