39 - Megera

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— É um prazer, Dona Célia

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— É um prazer, Dona Célia. Sou Eloá Oliveira. Seu filho fala muito bem da senhora. — Cumprimento-a enquanto me sento à mesa, na cadeira à frente de Jonas.

Estou nervosa. Não lido bem com esse tipo de situação e minha "bateria social" tem curta duração. Contudo, farei o possível para agradar a mãe de Jonas, apesar de ter sido alertada que ela não é muito receptiva.

— Hum. — A mulher me avalia de cima a baixo e me cumprimenta. — Digo o mesmo, Eloá. Meu marido não está em casa, pois Jonas decidiu te convidar justamente no dia em que ele estaria trabalhando. — Explica com um sorriso amargo.

Realmente, nada simpática ou receptiva.

— Não faltarão oportunidades. Pretendo estar com o seu filho por muito tempo. — Pontuo com um sorriso constrangido. Jonas mencionou que a mãe certamente falaria algo a respeito, então preparei essa resposta.

— Foi exatamente o que a última disse. Nossa, meu filho, você sempre escolhe as menos interessantes. Sempre aquelas que fazem de tudo para conquistar o carisma da sogra. Que ranço. — Ela responde e dá uma garfada na lasanha à sua frente.

O brilho no meu rosto some instantaneamente. Não tinha ideia de que havia uma "última", pois pensei ser a primeira namorada de Jonas. Em segundo lugar, foi completamente desnecessário da parte da Dona Célia. Não quero criar conflito, mas se continuar a me tratar assim, será impossível evitar.

— Ainda bem que meu nome é Eloá, não é mesmo? Não "a última". Mas não vou levar a mal a grosseria, a idade prejudica a compreensão de algumas pessoas mesmo. — Rebato e também dou uma garfada na minha lasanha. Diante da resposta, minha arrogante sogra arqueia uma sobrancelha e me encara.

Claramente se sentiu desafiada e pouco me importa. Não vou engolir gracinha, até porque não estou muito contente com Jonas desde que ele achou que seria uma boa ideia comemorar o início do nosso relacionamento em um clube de strip. Sem mim.

— Abusada a sua namoradinha, hein? Muito abusada. — Dona Célia se dirige a Jonas, que observava em silêncio. Ele tinha plena consciência de que seu nome seria envolvido nisso, só não sabia quando.

Aguardemos a resposta do queridinho. Espero que ele defenda, caso contrário, as coisas não vão acabar bem entre nós. Ele sabe muito bem que não sou de engolir desaforos.

— Acho que ela se expressou mal... Com certeza não quis dizer isso. — Jonas estica a mão e toca meu braço com ternura, como se pedisse um favor. — Não é, amor?

— Não amor, ela entendeu muito bem. Foi exatamente o que quis dizer. Na verdade, aprendi desde cedo com a minha avó a não engolir grosseria gratuita. — Encaro Dona Célia, que me devolve o olhar com os olhos arregalados, como se eu tivesse falado uma atrocidade. Jonas faz o mesmo. — A senhora mal me conhece para me tratar com tanto desrespeito. É a primeira vez que piso na sua casa, então o mínimo que poderia ser é receptiva, ou tentar não ser tão estupida. Mas vejo que não é tão educada assim. — Falo com calma e dou outra garfada na lasanha.

— Jonas me aparece com cada uma nessa casa, pelo amor de Deus. — A mulher se levanta e aponta o dedo para mim. — Diga-me, florzinha, quem você pensa que é para falar comigo assim? A rainha da Inglaterra? Presidente do Brasil? Faça-me rir. Sua avó não te ensinou a respeitar os mais velhos? Garotinha baixa essa, hein. Sem classe alguma. E ainda tem a audácia de me chamar de mal educada. Essa aí não sabe nem o significado da palavra "educação". 

Eu me levanto também e olho na direção do seu dedo, com um sorriso sádico. Meu humor está péssimo e o motivo é o filho dela. Portanto, essa querida está cutucando a onça com vara curta. Normalmente, ficaria quieta, mas agora, depois do incidente na delegacia, não mais.

— Realmente acho que a senhora deveria procurar por um geriatra, afinal, a memória está falhando gravemente. Caso não se lembre, me apresentei assim que cheguei: eu sou a Eloá Oliveira. E a Dona Conceição, uma mulher com muito mais classe que você, me ensinou a dar exatamente aquilo que recebo. Nesse caso, é exatamente esse tipo de tratamento que está merecendo. — Respondo e ela sorri de volta. Não costumo desrespeitar ninguém pela idade, mas essa senhora está merecendo ouvir poucas e boas. 

— Sendo prima daquele Lucca, não esperava que fosse diferente. — Rebate e balança a cabeça enquanto olha para o filho. — Ah, meu querido. Escolha melhor da próxima vez. Alguém mais educado, talvez. Essa aí pode ser bonita, mas beleza se vai com o tempo. De preferência, alguém que não faça parte daquela família. Já deu para perceber que a fruta podre não cai longe do pé.

Observo Jonas em silêncio, apenas esperando que ele me defenda. Afinal, ele me convidou para conhecer sua mãe. Contudo, ele permanece em silêncio ao lado da mãe.

— Ah, sinceramente, viu? Não vou ficar aqui ouvindo desaforo de gente imbecil. — Dou as costas e caminho em direção à saída. Antes de sair, encaro os dois e declaro. — Se continuar defendendo sua mamãezinha diante dessas situações, vai morrer solteiro. — Abro a porta e saio. Felizmente, a casa dá direto para a rua, então não preciso passar por mais estresse para sair daquele ambiente tóxico.

Caminho irritada pela calçada, já que Jonas me levou de carro à casa de sua mãe. A sorte é que meu apartamento não é longe e ainda está na hora do almoço.

Após alguns minutos lidando com minha raiva interna, sinto o celular vibrar no bolso. Ignoro inicialmente, imaginando ser Jonas. Entretanto, a curiosidade me vence e paro em frente a uma loja para ver quem é.

Lucca Oliveira: O que acha de darmos continuidade às nossas aulas hoje? No meu apartamento, às 21h.

Eloá Oliveira: Ótimo. Mas que tal irmos a um motel? Podemos passar a noite e não quero me preocupar com alguém nos seguindo.

Ele leva alguns minutos para responder, o que me deixa ansiosa. Talvez minha proposta o tenha pegado de surpresa, mas não me importo. Sinceramente, não tenho mais nada a perder. Depois do que acabei de vivenciar, não tenho certeza se quero continuar com esse relacionamento. Ao que pude perceber, a última coisa que sou para Jonas, é sua prioridade. Tem como ficar com alguém assim?

Ele prefere celebrar o início de nosso relacionamento em um clube de strip em vez de comigo e, ao invés de me defender, fica ao lado da mãe arrogante. Enquanto isso, eu ultrapasso todos os meus princípios para me tornar a melhor amante do mundo para ele.

Sinceramente? Foda-se. A aula de hoje vai ser por mim. Fico olhando para o celular quando ele vibra novamente.

Lucca Oliveira: Você me coloca em becos sem saída. Como recusar uma proposta dessas, Eloá? Passo no seu apartamento às 21 h, esteja pronta para mim.

Segundas Intenções ✔️Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin