47 - Quem é o pai?

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Não tive outra reação a não ser segurar Eloá

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Não tive outra reação a não ser segurar Eloá. Sei que estou seminu e que tanto contato é até mesmo inapropriado, entretanto, ela simplesmente despencou ao chão na minha frente. Não poderia agir diferente, caso contrário, ela poderia se machucar e jamais permitiria que isso acontecesse.

Ao perceberem a queda da aniversariante mais nova, todos voltam a atenção para ela, que está nos meus braços. A música foi automaticamente pausada pelo DJ.

Lúcia se aproxima e começa a abanar o rosto dela incessantemente, acreditando se tratar de uma queda repentina de pressão. Tio Márcio vem correndo e abre o olho da filha, que continua apagada. Ele vai até a coxia para pegar uns panos molhados e colocar na testa de Eloá.

Apenas neste momento de extremo tumulto Jonas, que está completamente bêbado no bar, percebe o que está acontecendo. Com isso, ele anda cambaleando até o palco. Sei que é meu amigo, mas estou começando a sentir raiva dele.

— Ela simplesmente caiu? — Meu pai pergunta enquanto tia Dorotéia liga para os bombeiros. Tio Márcio está passando cuidadosamente o pano molhado no rosto da filha.

Após subir cambaleando pelas escadas, Jonas para à minha frente e encara meu abdômen exposto colado ao corpo da namorada. Automaticamente o mesmo fecha a feição, como se esse contato fosse relevante nesse momento.

— Por que está segurando ela desse jeito, tão agarrada ao seu corpo? — Questiona enciumado, interrompendo a pergunta de meu pai e querendo tomá-la de meus braços, apesar de mal conseguir se manter de pé. — Está se aproveitando da fraqueza dela! Será que ninguém está percebendo? — Encara meus familiares, que o fitam irritados, pois conhecem meu caráter.

Respiro fundo, irritado e muito ofendido com a acusação. Como pode esse desgraçado, que me conhece há anos, falar uma merda dessas? Isso porque se dizia meu melhor amigo. Puta que pariu, não é possível.

Beleza, ele está bêbado agora, mas e o foda-se? Ele estava completamente sóbrio quando deu a cotovelada na Eloá, então o mau caráter não sou eu.

— Pai, apenas estávamos dançando quando, do nada, ela despencou. — Engulo em seco e respondo a meu pai, ignorando inicialmente a acusação de Jonas. — Mário, você poderia segurar a sua irmã por gentileza? — Encaro meu primo, que assente prontamente e acolhe a garota.

Totalmente livre , dou um sorriso de ódio, viro meu corpo na direção de Jonas e, antes que qualquer pessoa possa me impedir, desfiro um cruzado em sua mandíbula, sentindo o estalar do osso nos nós dos meus dedos. Ótima sensação, espero que fique um bom tempo sem falar merdas depois disso.

Ele se afasta e leva as mãos ao rosto após um grunhido de dor. O conheço o suficiente para saber que teria revidado se pudesse, mas estava bêbado e com dor, então permaneceu agachado, pressionando as mãos contra a mandíbula.

— Quero que me escute bem! — Falo irritado e já percebo meu pai se aproximando, com medo de que eu parta para cima do rapaz novamente e perca ainda mais minha razão. — Primeiro de tudo, seu bêbado miserável: JAMAIS faria algo de mal à Eloá. Ela é a pessoa mais importante da minha vida! — Esbravejo e vó Conceição me interrompe com sua comemoração.

Segundas Intenções ✔️Where stories live. Discover now