27 - Lábios de cereja (+18)

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Não pude ficar muito tempo longe de todos, por mais que quisesse

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Não pude ficar muito tempo longe de todos, por mais que quisesse. Minha saída foi definitivamente apenas para tomar um ar, tentar colocar a cabeça no lugar e digerir que aquilo de fato estava acontecendo, por mais que parecesse uma piada de mau gosto.

Após receber a notícia do namoro dos dois, me senti a pessoa mais suja do mundo. Estava traindo meu melhor amigo e servindo de gigolô para a minha prima. Nossa, realmente é uma delícia ser eu. A sorte é que tivemos apenas uma "aula", então será mais fácil voltar atrás na minha decisão.

Martelei essa questão na minha cabeça durante todo o almoço, enquanto todos felicitavam o casal. Não sabia qual seria a decisão da minha prima em relação às aulas após o tão esperado pedido de namoro, até porque, pelo que havia entendido, este era seu maior objetivo. Entretanto, pude perceber que, enquanto todos conversavam, ela tentava a todo custo chamar a minha atenção.

Sinceramente, preferia quando ela me odiava e ignorava a minha existência. As coisas eram muito mais fáceis. 

Por fim, depois que a última pessoa terminou de comer, minha avó finalmente nos liberou para a área de lazer de sua casa. Enquanto todos se dirigiam para o local, de forma discreta, andei para o lado oposto e me tranquei no quarto de hóspedes, onde fiquei assistindo a um filme no celular.

Ou melhor, achei que havia me trancado, porque fui interrompido justamente pela última pessoa que queria ver: Eloá. Ô mulherzinha difícil.

Meu estômago quase congelou ao ouvir sua voz, entretanto, meu corpo praticamente incendiou de ódio após a pergunta que fez. Quase não pude acreditar na audácia da minha prima. Será que ela pensa que eu sou o que? Um boneco inflável? Levantei, sentei na ponta da cama e a encarei seriamente.

— Vou te dar a oportunidade de voltar para o seu namorado e fingir que nunca veio até aqui, Eloá. Coloque a mão na consciência! — Afirmei irritado e ela cruzou os braços.

— É sério que você vai me abandonar justamente agora? — Enfatizou a última palavra, me deixando extremamente revoltado.

Já lidei com muitas mulheres e nunca escondi isso de ninguém, muito pelo contrário. Todos sabem que aprecio seus corpos e gostos. Nunca tive problemas, afinal, nunca me envolvi seriamente com nenhuma delas. Entretanto, agora, sem qualquer ligação formal, Eloá está conseguindo me deixar completamente louco.

— Uma coisa é te ajudar a seduzir seu ficante, Eloá. Outra coisa é te ensinar a seduzir a droga do seu namorado, que, por um acaso, é o meu melhor amigo! — Levantei e parei de frente para ela, de braços cruzados. — Não era isso que queria, mulher? As coisas estavam por um fio, pelo que me explicou. Só que, pelo visto, mudaram, né? — Questionei de forma incisiva e me afastei para o outro canto do quarto.

Sim, me permiti ser usado como objeto, mas apenas porque não aguentei vê-la naquele estado no banheiro e não soube voltar atrás depois. Já estava conformado e, inclusive, encontrando um benefício nisso tudo. Só que não faz mais sentido!

— EU NÃO SEI O QUE FAZER, LUCCA! — Eloá se desespera quando retrocedo em relação às aulas. — Sabe o que fizemos? Eu prometi ser sincera no que desejo dele, ele me pediu em namoro e usou os dedos e a língua. — Começa a rir de nervoso, enquanto a observo desconfortável, já que não fazia questão alguma de saber dos detalhes do que fizeram. — EU NÃO TOQUEI UM DEDO NELE, LUCCA! APENAS FUI TOCADA! — Enfatiza e eu me irrito. Ela não vai parar de falar sobre a droga da relação deles? — Sabe por quê? PORQUE EU FIQUEI PERDIDA, NERVOSA E COM MEDO DE FAZER ERRADO.

— ENTÃO PEÇA PARA QUE ELE TE ENSINE, DROGA! — Respondo tão alto quanto ela e paro em sua frente. Como reação, ela arqueia uma das sobrancelhas.

— Você está com ciúmes, Lucca? Por isso não quer continuar? — Pergunta e fica alguns segundos me encarando. Quando estava prestes a responder algo, ela mesma o faz. — Nossa, você está com ciúmes. — Dá uma risada irônica e eu fico em silêncio. — O que mais te incomodou? O namoro ou ter me contado sobre como ele usou os dedos? Machuca, né? Sei disso, foram três anos aguentando todo tipo de besteira que fazia com qualquer uma, Lucca. Inclusive minha melhor amiga. — Sorri de escárnio. — Demorei muito para te superar, sabia? Só que com o tempo a gente percebe que não vale a pena chorar por pouca merda. — Continua me fitando com olhar de deboche e eu sinto meu rosto esquentar de raiva.

Poderia ser tão baixo quanto e dizer-lhe que sim, dormi com sua melhor amiga inúmeras vezes quando éramos mais novos, além de outras garotas. Mas não. Ela quer aprender, certo? Então vou ensiná-la.

Ensiná-la que, se continuar arrogante desse jeito, vai perder tudo na vida. Esta será a droga da última lição e que se foda, que aprenda o restante com o maldito do namorado dela. Depois disso, não quero mais me envolver em nada. Que Eloá volte a me odiar, pois assim minha saúde mental fica preservada. Ela pode sequer perceber, mas é pior que um furacão.

— Ciúmes, priminha? Sério? — Debocho ao mesmo tempo que ando lentamente em sua direção. Já ela continua ali, de braços cruzados. — Está achando que estamos em alguma fanfic do Wattpad? — Rio e, apesar de já ter lhe alcançado, continuo andando, fazendo-a recuar. — Está muito enganada, Eloá. Isso aqui é vida real. Quer tanto aprender, então vou te ensinar. — Apenas paro quando estou pressionando seu corpo contra a parede. Dou um passo para trás e cochicho em seu ouvido. — Vira e empina a droga da bunda.

Eloá, sem qualquer tipo de resistência, faz exatamente o que peço. Em resposta, dou um sorriso, afasto seu cabelo, permaneço com a mão em seu pescoço e passo a língua ali, seguindo em direção à orelha, com o objetivo de deixar um recadinho próximo ao seu ouvido.

— Pouca merda, Eloá? Sério? — Questiono em tom de deboche e apenas ouço sua respiração ofegante misturada às batidas aceleradas de seu coração. — Realmente teria vindo aqui se eu fosse pouca merda?

Aproveito que ela está com um vestido curto que expõe as costas e percorro sua pele macia com a ponta dos dedos da mão livre, apenas parando quando alcanço sua bunda.

Como Eloá está empinada, logo percebo que está vestindo uma das lingeries de renda que lhe presenteei. Boa garota.

Jogo a calcinha para o lado com pouca delicadeza e muita pressa, sentindo o tecido fino se rasgar na minha mão.

— Droga, Lucca, como vou explicar isso para o meu namorado? — Pergunta ensaiando virar o corpo para trás.

Como resposta, a pressiono novamente contra a parede e cochicho em seu ouvido.

— Pensasse antes de vir transar comigo. Isso definitivamente não é problema meu. — Falo e mordisco o lóbulo de sua orelha, percebendo novamente todo o corpo dela se arrepiar.

Agora que Eloá voltou à posição de antes, meu objetivo é provocá-la até que não aguente mais. Então, com a mesma mão que rasguei a calcinha anteriormente, acaricio sua intimidade, que está extremamente molhada.

Brinco na superfície de sua lubrificação em um movimento de "vai e vem", sempre pressionando o clitóris com os nós dos dedos, mas sem me preocupar em fazê-la chegar ao clímax agora, muito pelo contrário.

— Lucca... — Ela geme baixo e eu continuo com os movimentos com mais intensidade, até mesmo ensaiando penetrá-la enquanto me aproximo para ouvi-la. — Isso é torturante.

— Quer que eu te foda? — Me aproximo de seu corpo e roço o relevo da minha bermuda fina em sua intimidade. — Peça. Não quer aprender a dar prazer? Cada um tem seu jeito, o meu é assim. — Concluo e ela vira na minha direção, completamente suada e ofegante.

— Me fode, Lucca. Me fode, mas... — Encara meus lábios e até fica sem palavras por alguns segundos. — Mas antes eu quero te satisfazer com a minha boca.

Fico surpreso com o pedido, mas assinto imediatamente. Jamais recusaria tal proposta, ainda mais desses lábios de cereja. Sem contar que, depois que sairmos desse quarto, essas aulas, que nunca deveriam ter começado, chegarão ao fim.


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