— Como você está se sentindo nestes dias?
Penso rapidamente na pergunta. Eu me sentia esgotada, exausta. Mas o trabalho e os últimos acontecimentos eram o que distraiam a minha mente, a falta de conflitos era o pesadelo das minhas noites.
— Cansada. — admito em um sussurro. — Mas as crises não voltaram.
A médica mantém seu olhar analítico sobre mim e disfarço meu constrangimento com um sorriso.
— Parou com os medicamentos?
— Há alguns meses, foi difícil e continua sendo. Parei por conta própria, não queria ficar dependente deles.
— Ótima evolução. — ela sorriu, logo anotando em seu tablet esta informação. — Quando foi a última vez que teve sua crise?
— Um mês, eu acho.
— Certo...
Eu teria que passar por aquelas frescuras todas as semanas até quando finalmente eu conseguir me livrar do FBI.
Foi um acordo feito por Royal e Kian e teria que aceitar se quisesse participar das investigações contra Aiden. Também era um desejo de Royal ficar de olho em seu sobrinho.
— Quando temos este tipo de crise, Chloe. Imaginamos uma pessoa que nos traumatizou na infância, no passado. Você tem alguém que te traumatizou?
Nunca havia revelado a ninguém sobre quem me importunava a vida inteira, seja de forma indireta ou direta.
Theodore Roosevelt.
Já o conhecia desde o jardim de infância. Desde o primeiro momento, me sentia humilhada por sua pessoa e, para completar, por meu... pai.
— Já te contaram? — ela assinte, e meus músculos logo ficam tensos. — Por que estamos aqui agora?
— Talvez para chegarmos a um entendimento que possa chegar uma conclusão se você é inocente, vítima ou tinha total consciência do que estava fazendo.
— Vou acabar presa de qualquer jeito. — ajeito minha postura na poltrona, tentando me sentir confortável nela. — Para eu estar aqui, Núbia, tive que tirar vidas. Poderia poupá-las, mas eu as tirei.
E doe pensar que todo aquele esforço poderia ser em vão.
— Você tem transtorno de personalidade paranoide. Qualquer pessoa, até eu mesma posso causar desconfiança doentia em você. O seu caso, deve ser tratado com cuidado e de preferência longe dessa situação que te colocaram.
— E o meu trabalho...
— Um trabalho que você se especializou sabendo da sua situação, sabendo o que poderia acontecer com você e com outras pessoas. Chloe, para início de conversa nem deveria estar inserida na polícia.
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DOCE SOLIDÃO
RomanceA vida perfeita talvez não seja ao lado de alguém, talvez a solidão também não seja a melhor a opção. Mas equilibrar estes extremos possa ser uma boa dose de vivências, felicidades e conflitos. Chloe pensava que poderia ter a vida que sempre quis...