44 • O culpado

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Cecily estava arrependida do que tinha feito

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Cecily estava arrependida do que tinha feito. Conseguia perceber em seu olhar o quão mal estava se sentindo, porém teria que cumprir com sua pena. A situação não ficou pior para seu lado, pois foi considerada apenas cúmplice e não a assassina direta da morte de Bethany.

Bethany, minha melhor amiga...

Espero que algum dia consiga seu perdão pela situação que a coloquei.

— Não há outra forma de diminuir sua pena? — balanço a cabeça para os lados. Cecily fechou as pálpebras ameaçando chorar outra vez. — Sinto muito pelo que fiz...

— Isso comprometeu toda nossa vida e agora nosso filho vai viver sem nenhum por perto.

— Eu irei cuidar dele...

— Como pensa em cuidar dessa criança com a mentalidade abalada, Cecily?! Você precisa de ajuda e com uma criança por perto só vai piorar tudo.

Eu precisava, de alguma forma, convencer ela a se afastar do bêbê enquanto estivesse cuidando de si.

E no fundo pensava que poderia haver alguma chance do contrário, mas pelo diagnóstico que Royal havia contado, ela precisava se internar para tratar de seu transtorno.

A razão que me levou a aceitar era o bebê, claro, mas, relembrar o caso de Chloe foi a conclusão das minhas dúvidas.

— Não serei internada. — ela reluta, apoiando suas costas na cadeira e cruzando seus braços em seguida. — Estes policiais querem que a gente seja preso e nunca mais saia. E com quem deixarei meu filho?! Com os meus pais?!

— Não acha uma boa opção? Ele não ficará longe de nós e podemos ficar despreocupados. — A questão é que nem mesmo poderia ficar com os pais de Cecily depois de todo o seu passado em Siddle Hille. — Me escuta pelo menos dessa vez. A gente não pode ficar com ele, você não pode cuidar dele durante este tempo enquanto tenta se recuperar.

— E tudo que fizemos foi em vão?!

— Sim! Foi uma perda de tempo, graças a você mesma! — perco o controle de minha paciência.

A verdade é que recordar o que Cecily havia cometido contra a Bethany me deixava mal, culpado e perdido. Me fazia questionar se realmente poderia continuar com esta mentira ou aceitar a realidade que nem todos merecem ser salvos.

— A Bethany era apenas uma amiga, ela estava tão feliz quando soube da sua gravidez e até ajudaria você a escolher os preparativos da festa do nosso bebê. Mas aquela conversa que tivemos antes não serviu de nada para você, pelo visto. — ela abaixou seu olhar para a mesa que nos dividia. — Parece que ao invés de te deixar feliz, a gravidez está te deixando uma pessoa amargurada, ruim e insuportável.

Nada comparável a Cecily que convivi por semanas e tentei conquistar, a que havia fugido para construir uma vida melhor ao seu lado me arriscando ser preso novamente e sem chances de escapatória.

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