Capítulo °4

38 5 25
                                    

Quando o sinal da última aula tocou, Levi estava ao meu lado quando saímos para o lado de fora do colégio, segundo o que ele disse, ele mora em frente a praia, alguns metros de onde descrevi a minha casa, ou seja, eramos literalmente vizinhos. No caminho, o sol estava estava ardendo as minhas costas, enquanto o suor escorria pelo o meu rosto.

— Que calor, meu Deus. — Resmungou ele.

— Nem me fala, eu prefiro o frio para ser mais específico. — O respondi.

— Topa ir até a praia? — Ele perguntou em seguida, felizmente, eu moro a alguma metros da praia, a rua da minha casa já pode se avistar o mar, e por um lado isso é ótimo! Estávamos nos aproximando da rua onde eu morava quando eu disse:

— Eu topo, mas, vamos por outro caminho. — Disse eu, Levi franziu a testa tentando enteder o por que, apesar de estarmos muito próximos para cortar o caminho, íamos apenas ir por uma outra rua. Ele não retrucou ou questionou, apenas topou e me seguiu.
Alguma minutos de caminhada e já havíamos chegado na calçada da praia, que por sinal, estava vazia, era semana e pelo o horário, as pessoas não costumavam estar aqui, tirei o meu sapato e carreguei ele na mão, Levi fez o mesmo, ao tocar os meus pés na areia, uma brisa gelada vinda do mar tocou o meu rosto, acompanhado do som das ondas que me fez sentir um arrepio.

— Eu posso te fazer uma pergunta? — Perguntou Levi ao me olhar.

— Claro, pode sim.

— Por que viemos por outro caminho? E cortamos a rua da sua casa?

— Bom... — Suspirei. — Eu meio que, faço tudo a base do escondido, por assim dizer. Meus pais pegam muito no meu pé por nada, não posso fazer isso, não posso fazer aquilo, e mesmo eu tendo a minha liberdade e o meu trabalho, eles querem controlar a minha vida. Se eu passasse em frente a minha casa e eles me vissem indo para um caminho oposto, com certeza iriam fazer um escândalo.

— Eu te entendo perfeitamente, os meus pais são um pouco parecidos, mas são gente boa. — Levi colocou a mão em frente o rosto tampando o sol, enquanto caminhamos, paramos de andar e nos sentamos na areia.

— Eu tenho um irmão, ele é um ano mais velho do que eu, cara meus pais mimam ele como se fossem um bebê, ele é o preferido deles então, eu não me importo. — Tentei não demonstrar que eu me importava.

— Isso é chato, mas sabe o que você faz? — Ele perguntou, olhei para ele esperando por sua resposta. — Liga o foda-se e viva a sua vida, estamos aqui para viver, e não ficar presos, tenha a sua liberdade para ser o que você quiser ser.

Isso mexeu comigo, até por que ele não estava errado, de algum modo aquilo me motivou, mas também me deixou um pouco inseguro e com medo de algo der errado se eu decidi enfrentar os meus pais, entretanto, isso não muda o fato de que sim, eu posso ser livre.

— Você tem razão.

— Eu sei! — Gabou-se ele, abrindo um sorriso orgulhoso, ele se levantou em seguida e começou a desabotoar a sua calça, logo abriu o zíper:

— O que você está fazendo? — Perguntei surpreso e curioso.

— Eu vou entrar na água, você vem?

— Ah, eu não sei, e se...

— Vamos, Kevin! — Ele me interrompeu — Você tem algum shorts aí?

— Sim, eu sempre trago um na mochila pois costumo vir para cá as vezes.

— Ótimo, então tira essa calça, e vamos lá. — Motivou ele, com uma face alegre. Me levantei no mesmo instante e tirei a camiseta, Levi já havia tirado a dele revelando o físico, em seguida, abro o zíper da minha calça, desabotoei e a tirei ficando apenas de cueca, assim como o meu amigo.

— Fala se a minha cueca de presidiário não é uma graça? — Zombou ele, que estava com uma cueca boxer branca com listras pretas, o que não deixou de marcar o volume do seu membro, desviei o olhar.

— Uma gracinha eu diria. — Complementei a sua brincadeira enquanto sorria.

— A sua não tem graça, é só preta! — Ele brincou.

— É padrão, ok? Presidiário. — Brinquei, ele gargalhou enquanto vestia o seu shorts, percebi que ao mesmo tempo, ele também olhou de mais para além da cueca que eu estava vestido, que me fez sentir um pouco de vergonha, em seguida, vesti o meu.
Colocamos as nossas mochilas encostadas uma na outra, junto com os nossos sapatos e os pertences, a praia estava vazia então não tinha risco de pegarem as nossas coisas, e o histórico de segurança desse lugar é maravilhoso, caminhamos até a água que não estava tão gelada, mergulhei direto deixando o corpo submerso, a água estava calma e havia poucas ondas, ao subir, dei de cara com Levi me olhando, fui para traz rapidamente pois eu estava próximo de mais a ele, o mesmo sorriu.

— Fala se tem algo melhor do que está aqui? — Ele passou as mãos em seu cabelo molhado.

— Sinceramente, não tem nada melhor do que estar aqui. — Suspirei fundo, puxando o ar pelo o nariz e soltando pela a boca. Olhando para o mar, senti um aperto no peito, mas especificamente, no coração, e o motivo? Eu também não sei dizer, olhei para os meus braços molhados revelando cicatrizes, Levi fez um olhar triste quando viu, e se aproximou de mim, a água batia no nosso pescoço e percebi que tínhamos nos distanciando do raso.

— Eu não vou invadir a sua privacidade e perguntar o que é isso no seu braço, mesmo eu já sabendo do que se trata. — Ele olhou de relance.

— Marcas de uma guerra! Por muito tempo eu tive que aprender a lidar com isso sozinho. — Senti um aperto de novo, ele me olhou e abriu um sorriso.

— Agora não está mais, eu sei que a gente se conheceu hoje, mas pode contar comigo!

— Posso? — Questionei.

— Pode, para todos os momentos! Quando quiser ligar, conversar, ou só a minha presença, eu estarei lá. — Ele disse de uma forma que fosse cumprir a sua palavra, o que me fez me sentir mais confiável, contudo, eu ainda sim tenho as minhas inseguras.

— Você curte sair? Ir para festas e tauz?

— Estive em uma festa ontem, e acredite, não foi nada legal. — Sorri lembrando dos acontecimentos de ontem.

— Olha sexta feira a noite vai ter uma balada no Hot night, conhece?

— Como não conhecer a melhor balada da cidade? — E era! O Hot night era uma balda famosa, metade do colégio ia para aquele lugar sempre que tinha festas, eu fui lá apenas uma vez, e na época em que eu fui, adivinha? Eu fui sozinho, mas eu conheci o lugar e vi que além de ser bem movimentado, era um local irado para curtir.

— Então, eu não ia ir, mas já que eu conheci você, que tal irmos juntos? Sabe, descontrair, curtir, beber alguma coisa, quem sabe achar umas gatinhas lá. — Acabei sorrindo, apesar de não curtir muito estar em lugares assim, mas lembrei do meu pensamento de ontem, estar em uma festa com alguém deve ser legal, afinal, curtir é a intenção.

— Eae, Kevin? Bora? — Ele perguntou mais uma vez, esperando a minha resposta.

— Bora!

Se eu Ficar? Vol.1 (Concluído)Where stories live. Discover now