Capítulo °7

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A noite passou rápido, já estava tarde demais pra ficar fora de casa, foi quando Levi e eu decidimos voltar, nós nos despedimos no calçadão e ele foi rumo a sua casa, eu voltei para a minha, e não tive problemas algum para entrar, todos estavam dormindo, foi por esse motivo que eu não usei a porta do porão, ia fazer muito barulho, subi por fora e pulei a janela do quarto a dentro, só tive cuidado para descer até o portão novamente para colocar a chave no mesmo lugar e voltei para o meu quarto, ao meu deitar na cama, o meu celular notificou uma mensagem de Levi:

— Espero ter ajudado a tirar você do seu inferno interior. — Abri um sorriso por ler aquela mensagem.

— Você fez muito mais do que isso, obrigado! — Respondi, coloco o celular em cima da cômoda e adormeço em seguida, os dias passaram rápido, e as coisas em casa estavam tensas, meus pais mal falavam comigo depois do que houve no jantar, todas as noites a gente comia e apenas eles três conversavam, nenhuma palavra, pergunta, ou qualquer coisa foi direcionada a mim, e muitas vezes eu recusava ir jantar para não ter que escutar aquelas conversas de como Jack era bom em tudo no que fazia, de como Jack ia para a melhor faculdade, e de como Jack isso, Jack aquilo...

Enfim, sexta-feira havia chegado, eram seis horas e o céu estava com uma coloração amarela e laranja por conta do por do sol, eu estava me arrumando para ir a festa com Levi, e já estou preparando para escutar os meus pais debaterem comigo até o dia em que eu morrer devido a esse motivo, decidi não sair escondido dessa vês, eu iria avisar que ia sair, eles não podem me prender a vida toda, e eu já tenho quase dezoito anos, não sou mais um menino indefeso.
O meu celular vibrou no bolso, o pego apenas para ver a mensagem de Levi:

— Cadê você? Estou no calçadão. — Respondi no mesmo instante.

— Estou indo.

Eu já estava pronto, me olho no espelho vendo que eu estava aparentemente bem arrumado, calça jeans clara, uma camiseta preta com apenas um desenho no peito, não muito larga assim como a calça, calcei o meu Jordan cinza e branco, e o cabelo estava um pouco bagunçado, o que nos dias de hoje é moda, e eu gosto de ter o meu cabelo desse jeito, assim que pronto, desço a escada dando de cara com os meus pais jantando juntos ao meu irmão.

— Para onde você pensa que vai essa hora? — Perguntou a minha mãe segurando os talheres de modo delicado.

— Eu vou sair. — Meu pai soltou uma gargalhada alta, quase se engasgando.

— E vai para onde? Você não tem amigos, muito menos dinheiro para sair. — Disse ele, vejo Jack segurar uma risada, bebeu um pouco de água para disfarçar, suspiro fundo e respondo de modo mais tranquilo possível.

— Eu não disse que vou sair com alguém, apenas disse que vou sair, e dinheiro não é um problema para mim, eu tenho, não se preocupe. — Arquei a sobrancelha e dei alguns passos até a porta, eles não disseram mais nada, saio de casa e vou até a praia, me encontro com Levi lá, ele estava com uma camiseta branca estampada atrás, uma bermuda preta e um tênis branco, o padrão estiloso.

— Te juro que de longe não parecia você, todo arrumado. — Brincou ele.

— Acostuma não, não é sempre que me visto desse jeito. — Retribui o sorriso.

— Vamos lá? Hoje nós temos que curtir, sem hesito. — Começamos a andar.

— Não vou carregar você bêbado para casa, já vou logo avisando. — Brinquei.

— Eu? Não... Eu quero trazer você bêbado para casa. — Ele mexeu a mão no bolso.

— Não espere muito por isso, eu não sou de beber, principalmente álcool.

— Mas hoje você vai, toma... — Ele tirou do bolso um preservativo e me entregou, o pego rapidamente escondendo em minhas mãos.

— Para que isso? — Olhei para ela confuso.

— Acha mesmo que você vai sair de lá hoje sem comer alguém? Tem muito mais de onde essa veio.

— Cara, eu... — Ele me lançou um olhar suspeito, e parou de andar abrindo um sorriso sincero.

— Você é virgem? — Perguntou ele, fiquei completamente vermelho o que me causou um mal estar no estômago.

— Não era isso que eu ia dizer, mas sim, eu sou virgem, e não me sinto envergonhado por dizer isso.

— E não deve se sentir, está tudo bem, mas hoje você vai perder, portanto, flerte com alguma garota lá, e o resto deixa rolar. — Ele colocou a mão entre o meu ombro, e voltamos a andar, o Hot night não era muito longe, dava menos de vinte minutos de caminhada, ficava em frente ao calçadão na parte sul da praia, era um lugar onde as pessoas com ótimas  condições viviam, contudo, os meus baixa renda frequentavam, o que é engraçado.
Começamos a escutar a música alta ao nos aproximarmos, junto com o grande nome do local com lede colorida Hot Night.

A fila não estava muito grande, então não demorou muito para estarmos dentro do local, o que me deixou deslumbrado com a porra do lugar que eu fui parar, o hot estava diferente do que eu me lembre, até por que já faz muito tempo que eu não venho aqui, e ele passou por uma reforma há um tempo atrás, então tudo estava diferente do que eu me lembrava, era tanta gente pulando, dançando, bebendo e a cada canto que eu olhava era uma droga diferente, diversas, heroína e muito mais, de tudo o que tem direito, meu deus, se meus pais sonharem que eu estive em um lugar desses eles me expulsam de casa, mas eu não estava aqui para pensar nos meus pais, eu estava aqui para curtir.

— Cara, que lugar é esse? — Gargalhei, achei a situação engraçada pois eu nunca imaginei vir para um lugar assim.

— É a zona! — Ele chacoalhou o meu ombro.

Se eu Ficar? Vol.1 (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora