Capítulo °39

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— Eu não acredito! — Ela disse, pude ver os seus olhos lacrimejar, com certeza ele estava tão confuso e surpreso quanto eu.

— Me desculpa vir até você desse jeito, mas eu precisava depois que eu descobrir que você é o meu pai biológico — Falei para ele, quase deixando lágrimas caírem junto com ele, ele se aproximou de mim e tocou o meu rosto, passou a mão em meu cabelo e sorriu.

— Meu deus, Kevin — Ele me puxou e me deu um abraço apertado, ele era poucos centímetros maior do que eu, mas porra, que abraço, foi um abraço tão desajdo, tão duradouro, foi o nosso primeiro abraço de pai e filho, e mesmo que ele seja um estranho para mim agora, eu nunca recebi um abraço desse da minha mãe, e estava tão bom que eu permiti realmente chorar.

— Como eu não percebi que era você? — Ele enxugou as lágrimas — Você se parece tanto comigo, meu deus como você cresceu.

— Você não tem ideia de como eu venho pensando nesse momento.

— Vem, entra, vamos conversar — Ele colocou as mãos em minhas costas e me levou para dentro, a sua casa era totalmente linda por dentro, decorada do chão ao teto, logo na entrada havia um lustre impecável e uma escada que levava para o segundo andar.

— Você já tomou café da manhã? — Perguntou ele.

— Na verdade, ainda não.

— Perfeito, você vai tomar café comigo, e vamos poder conversar sobre tudo — Fiquei sem reação, e eu estava muito envergonhado, ele estava sendo tão gentil e doce, e eu não estava acostumado com isso, por isso era algo estranho para mim, estávamos nos aproximando da cozinha quando vejo algumas fotos em uma parede, fotos dele com uma outra mulher, e havia uma outra foto de uma garota de cabelos pretos, pele clara e os olho castanhos, linda até, deduzi na hora que ele com certeza seguiu em frente.

Quando chegamos na cozinha, vejo um balcão grande, uma mesa de vidro com uma janela de vidro imensa com vista para o mar, a mesa estava arrumada e lotada de alimentos, bolo, biscoitos, pães e tantas coisas que não sabia como descrever, havia uma outra mulher lá, aparentava está na casa dos 45 anos:

— Kevin, eu quero te apresentar essa mulher magnífica, ela se chama Rose, é a governanta da casa. Rose, esse é o Kevin, e ele é o meu filho mais velho de quem te falei a muitos anos atrás.

— Minha nossa senhora! — A mulher fez um olhar tão apavorada que parecia que fosse desmaiar, ela veio até mim e me deu um abraço, e também havia tocado o meu rosto.

— Eu escutei o seu pai falar de você tantas vezes, seja muito bem vindo querido, vocês são a cópia um do outro — Ela parecia ser tão gentil e delicada, e eu simplesmente adorei ela.

— Muito obrigado — Assenti, logo eu e o meu pai nos sentamos, onde ele pediu para que me servir, de início eu apenas me servi com um pouco de café.

— Bom, eu suponho que o motivo de você estar aqui é por que descobriu que Francis não é o seu pai — Ele disse enquanto colocava algumas colheres de açúcar no café.

— Na verdade, sim, e acredite não foi nada bom.

— O que aconteceu com o seu rosro? Está machucado e com alguns cortes, e dá para ver que os dedos de sua mão também estão machucados, anda se metendo em brigas no colégio? — Perguntou ele, fiquei sem graça e surpreso, ele era tão observador quanto eu, agora eu entendo de onde puxei isso, não sei se seria o certo eu dizer o que aconteceu, mas eu também não queria mentir:

— Na verdade, quem fez isso foi ele, o Francis — Ele me olhou friamente, franziu a testa e quase rosnou de ódio.

— Você está de brincadeira? Aquele homem te machucou?

— Acho que, durante a minha vida toda desde que eu me entendo por gente — Tomei um pouco do café.

— E a sua mãe? Ela não fez nada?

— Não, ele sempre esfregou na minha cara que me odeia, que nunca quis me ter e que deveria ter me abortado quando teve a chance, desculpa, mas são as palavras dela — Vejo ele fechar a cara novamente, meu deus, eu estava com medo de isso dar errado.

— Kevin eu estou severamente aborrecido e irritado com isso, eu não vou mentir, depois de tudo o que houve eu percebi que a sua mãe não prestava de verdade — Ele fechou os punhos — Mas ela permitir que aquele homem tocasse em você, isso eu não vou aceitar.

— Eles dois sempre foram assim comigo, abusaram e queriam todo o dinheiro que eu recebia dos meus trabalhos.

— Eles queriam? E o dinheiro que eu enviava para a sua mãe cuidar de você?

— E se eu te disser que eu só fui saber desse dinheiro recentemente? Que foi a minha avó quem me contou, ela provavelmente usa esse dinheiro desde sempre, porque ela sempre tem do bom e do melhor.

— Não — Ele passou a mão no rosto e sorriu, eu pude ver nitidamente o ódio em seus olhos — Sua mãe não fez isso.

— Eu sinto muito, pai, mas encaixando as peças, sim, eles usam esse dinheiro por que ambos tem tudo, e dão tudo de bom para o meu irmão.

— Bom, nesse caso, isso eu não vou permitir, eu vou colocá-la na justiça e ela terá que te entregar até o último centavo, por que isso que ela está fazendo é errado e ela vai pagar caro — Ele estava uma fera, ficamos quase 1 hora ali conversando sobre tudo, eu contei a ele tudo o que eu passei durante os anos naquela casa, contei a ele sobre os assuntos recentes e que eu havia sido expulso de casa, ele ficou triste com a situação e se lamentava, dizia que se soubesse de tudo isso lutaria para que eu fosse morar com ele, infelizmente, agora é tarde demais para isso.

— Mudando um pouco de assunto, eu posso perguntar quem é aquela mulher no quadro, e a garota? — Apontei para os quadros na parede, ele olhou para eles e voltou a me olhar.

— Bom, filho — Era tão estranho escuta-lo me chamar de filho, mas era bom ao mesmo tempo — Depois do que aconteceu entre eu a sua mãe, eu não permiti cair novamente, eu decidi seguir em frente e viver a minha vida, alguns anos depois eu conheci a Anastasia, e casei com ela, tivemos uma filha linda cujo nome é: Nataly, é a sua irmã mais nova, hoje está com 15 anos.

Nossa, eu havia deduzindo isso mas não imaginava que ela teria quase a mesma idade que eu, além de Jack, eu tenho uma irmã mais nova, e isso realmente me deixou feliz.

— Tanto a Ana como a Nat, sabem de você, eu contei a elas que tive um filho e a Nat tem uma vontade imensa de te conhecer, assim como a Ana, eu tenho certeza que elas vão te tratar tão bem que você vai se sentir confortável.

— Eu realmente não esperava por isso, que você se casou de novo e que teve uma filha. Posso perguntar o por que você nunca foi atrás de mim? — Perguntei, mas com medo de entrar em um assunto delicado e sentir que invadi a sua privacidade.

— Eu quis muito fazer isso, mas a sua mãe inventou coisas que me impossibilitou de ver você, o que me doeu muito, mas não se passou um dia se quer que eu pensasse em ver você denovo, e agora veja só você, tão crescido e independente, eu sei que a vida não tem sido justa com você, Kevin, mas isso só mostra o quão forte você é. E além do mais, você faz 18 daqui alguns dias.

Fiz um olhar surpreso, dessa vez ele me pegou, nem eu lembrava mais do meu aniversário, e ele ter me dito isso só comprovou que ele realmente nunca me esqueceu.

— Pois é, eu nunca esqueci a data do seu aniversário, e me dói ver que estive presente apenas no seu aniversário de 1 ano, mas agora tudo será diferente, e eu quero que saiba que eu vou ajudar você com tudo o que você precisar, quero dar a você todo amor que eu nunca te dei, quero ajudar você com a sua nova casa e tudo o que for preciso.

— Pai, eu agradeço de todo coração, mas eu vou me virar — Falo sem graça, eu realmente não queria que ele fizesse isso, eu poderia me virar sozinho.

— Eu sei, mas eu quero fazer isso, você é o meu filho, e agora eu tenho a chance de estar com você de novo — Ele colocou a mão em minha nuca e sorriu, eu estava me sentindo tão feliz por te-lo conhecido, eu me sentia bem e, além da minha avó, agora eu tinha ele, eles são a minha família.

Se eu Ficar? Vol.1 (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora