Capítulo °30

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Eu estava cego de ódio, raiva, dor, todo tipo de sentimento ruim que aquele homem me fez sentir, ele vai receber em dobro, pois a cada passo que eu dava até a minha casa, era como se nada em minha volta fosse existente, ou fizesse sentido,.eu só tinha olhos para aquele lugar que eu chamei de lar.
Levi tentou me acompanhar e por várias vezes, conversava comigo na espectativa de me fazer mudar de ideia, mas eu mal o respondia, ele segurou o meu braço mais de uma vez, e todas as vezes eu me soltei, não havia nada e nem ninguém que iria me parar naquele momento.

— Kevin, por favor! Me escuta — Ele falava comigo.

— Levi, não tente me impedir, eu vou fazer ele pagar por tudo o que ele me causou, eu recomendo que não entre lá — Disse olhando para ele no momento em que pisei na calçada de casa, ele parou de andar e ficou ali me olhando entrar, talvez ele soubesse que o assunto ali iria ficar pesado, por que eu iria causar um estrago.

A porta estava semi aberta quando eu a empurrei com força, aquele homem nojento estava sentado na poltrona da sala, ao lado de Jack que assistia com ele, assim que passei pela porta, fui em sua direção, minha mãe me olhou assustada quando voltava do quintal, Francis se levantou já dizendo:

— Por que você voltou? — Ele disse em voz alta — Volte para a rua seu filho da p...

Atingi um soco em seu rosto antes que terminasse de falar, foi um soco tão forte que vejo ele cospirir sangue no chão.

— Kevin? Qual é o seu problema? — Gritou a minha mãe, eu não a respondi, Francis me olhou com uma cara de desentendido, quando eu o peguei pela a camiseta e o joguei contra a adega que havia no canto da sala, estourando algumas garrafas, outras caíram e quebraram, assim como alguns copos que ali havia, ele me acertou um soco e me jogou contra o raque da sala, me fazendo bater com força na televisão, que caiu no chão em seguida, não me machucou, mas eu não hesitei em continuar quando eu o atingi um outro soco, foi forte o suficiente para ele cair no chão um tanto desorientado, Jack logo veio até mim e me puxou:

— Kevin, por favor, para!— Tire as suas mãos de mim! — Eu o empurrei, ele caiu no sofá, eu fui até Francis e fiquei por cima lhe atingindo sequências de socos, sem parar, atingir um soco tão forte em seu nariz que o escutei deslocar, ele se debatia e tentava me tirar de cima dele, enquanto eu era recebido por inúmeros xingamentos.

— Isso é por todas as vezes que você me machucou, seu filho da puta! — E dei-lhe outro soco, e mais outro, sem parar, sinto as suas mãos segurarem a minha camiseta e ele tentava lutar contra mim, Jack tentava me puxar para traz mas eu conseguia me soltar de suas mãos, minha mãe gritava pedindo para eu parar, mas eu não conseguia parar, e eu não queria, eu queria que ele sentisse tanta dor quanto eu senti, eu queria vê-lo sofrer e implorar por misericórdia, eu queria destruí-lo!

— Kevin, para, por favor! — Logo escuto a voz de Levi, ele me arrancou de cima de Francis me fazendo deixá-lo respirar, Francis cuspia sangue, a minha camiseta mudou de cor completamente para vermelho, minhas mãos e os meus braços estavam encharcadas de sangue, eu sentia as gotas escorrerem pelo meu rosto. Francis tossia e tentava se levantar, Jack estava ao seu lado quando a minha mãe chegou com um pano para limpar o excesso de sangue que saia de seu rosto.

— Olha o que você fez! Seu imbecil, você machucou ele! — Minha mãe diz irritada, no mesmo instante que vejo a minha vó entrando pela porta da frente.

— A culpa é toda sua! — Gritei para ela — Você causou isso no momento em que colocou esse merda dentro de casa, você preferiu um homem ao invés do seu filho!

— É isso mesmo, por que eu nunca quis ser a sua mãe! E eu não sei o por que eu te chamo de filho! — Vejo os olhos dela arregalados de ódio.

— Eu te odeio! Você não é, e nunca foi a minha mãe, o meu pai deve ter feito à coisa certa em ter saído da sua vida, acho que ele viu o quão desgraçada você é! — Ao falar aquilo, a sua fase mudou profundamente, ela me lançou um olhar demoníaco e olhou para a minha vó.

— Como você sabe disso? — Ela perguntou, demonstrou um olhar de medo e preocupação no mesmo instante, olhou para a minha avó que estava ao meu lado.

— Vocês acabaram com a minha vida, e eu vou acabar com a de vocês! — Rosnei de ódio, Levi me puxou.

— Vamos Kev — Ele sussurou, me levando em direção a porta da frente.

— Espera, Kevin! — Chamou a minha mãe, parei de andar e olhei para ela, estava com lágrimas no rosto, lágrimas que não eram verdadeiras.

— Me perdoa, filho — Ela disse com a voz trêmula enquanto as lágrimas caiam, eu sabia que aquilo não era verdadeiro, e por mais que uma parte minha queira acreditar nela, isso não iria funcionar:

— Tarde demais, eu não sou o seu filho! — Saio de casa ao lado de Levi, que colocou a mão em minha nuca e me olhou.

— Como você está? — Perguntou ele, suspirei, soltando o ar pela boca e me sentindo trêmulo.

— Eu estou bem, na verdade, eu nunca me senti tão bem quanto agora, fazer isso me arrancou um peso das costas — Dei uma pausa e olhei para a porta da frente — Eu depositei nele toda dor que ele me causara, e ele nunca vai se esquecer desse dia.

— É melhor a gente dar um jeito de limpar esse sangue, você ainda está machucado e precisa limpar esses cortes.

— Vamos para a minha casa, lá a gente limpa tudo — Falou a minha avó surgindo ao nosso lado — E você quem é?

— Ah... Me desculpa, eu me chamo Levi, eu sou amigo do Kevin.

— Levi? Que nome bonito, admiro a sua lealdade por ter vindo até aqui por causa desse menino — Minha vó tocou o meu ombro.

— Qualquer coisa para fazê-lo bem — Levi sorriu, e olhou para mim, escuto a minha vó sussurar:

— Se eu fosse mais nova, eu pegava — Brincou ela, acabei sorrindo, Levi não entendeu nada, minha vó o convidou para ir com a gente até a sua casa, ele aceitou e fomos juntos até lá.

Se eu Ficar? Vol.1 (Concluído)Where stories live. Discover now