Se eu Ficar? Vol.1 (Concluído)

Capítulo °12

Finalizei o meu dia quando me deitei na cama após um banho gelado, eram quase 4:30 da manhã, a minha cabeça doía, a minha boca doía por causa do soco, meus pulsos estavam inchados e ao tocar, sentia a pele quente, não me incomodava, afinal, era um alívio, peguei o celular em cima da escrivaninha.e vi através da barra de status do meu celular, uma mensagem de Levi.

— Olha, eu não sei o que se passou aí, mas estou aqui caso queira desabafar ou apenas de um abraço.

Eu achava incrível o modo como Levi conseguia me arrancar um sorriso nos piores dos meus momentos, isso me fazia sentir conforto perto dele, mas eu ainda fugia disso, ele é uma pessoa boa mas eu ainda não estou pronto e também não quero me entregar a uma amizade que eu nem sei se pode ou não durar, é inevitável e inusitado, no entanto, eu estava me abrindo aos poucos com ele.

— Eu iria gostar de um abraço. — Respondi, não demorou muito para que ele respondesse a minha mensagem da forma mais fofa possível, mandando um vídeo abraçando a tela, de modo que estivesse insinuando que estava me abraçando, sinto o meu coração apertar levemente, dando me um embrulho no estômago, sorri novamente. Em seguida ele disse:

— Amanhã eu vou te dar um desses bem apertado, eu prometo.

— Estarei no aguardo. — Finalizei a conversa, em seguida devolvi o celular na escrivaninha e adormeci, na amanhã seguinte, acordei com a porta do meu quarto sendo esmurrada pela a minha mãe que chamava pelo o meu nome loucamente, levantei-me já estressado e abri a porta, meio zonzo e sonolento.

— Oi? — Passo a mão sobre o olho, coçando.

— Estamos de saída, voltaremos amanhã à noite, você não vai, né? — Perguntou ela já arrumada para sair, eu não sei por que ela ainda pergunta se eu vou, ela mesmo odeia que eu saia com eles.

— Não, eu não vou. Tenho trabalho do colégio para fazer.

— Ótimo, se vira então. — Ela deu as costas e desceu as escadas, meu irmão saiu do quarto dele em seguida com a mochila nas costas, apenas me encarou sem dizer absolutamente nada, fecho a porta em seguida e voltei para a cama, porém, antes de eu me deitar novamente, olhei a hora no relógio que já marcava 8:45 da manhã, era cedo, e provavelmente eu não voltaria a dormir, olhei através da janela do meu quarto e vi o carro dos meus pais se distanciando, finalmente, dois dias de paz nesse lugar sem ter esses três me perturbando o dia todo, logo chegou uma notificação de Levi, ele em tese era a única pessoa que me manda mensagem, nem meus pais faziam isso:

— Bora bora, já está acordado?

— Iae cara. Sim, acabei de acordar. — Logo ele respondeu.

— Perfeito, passei a noite pensando, programei algo legal para hoje. — Disse ele.

— O que exatamente?

— Eu passo na sua casa, vamos para o shopping, fazemos algo por lá, voltamos para a sua casa e depois a gente faz o trabalho, o que me diz?

Não era uma má ideia, meus pais não estavam, então não tenho que me preocupar com eles me dizendo o que fazer.

— Gostei da ideia, eu topo!

— Ótimo, que horas posso ir para a sua casa?

— Olha, eu já estou sozinho, se quiser vir eu estarei à sua espera.

— Nesse caso, partiu casa do Kevinho. — Ele me colocou um apelido? E isso mesmo? Extremamente fofo e amigável, eu simplesmente adorei.

— Haha, pode vir! — Entro no meu aplicativo de música e coloco para reproduzir uma música aleatória enquanto tomo banho, e a música que começou a tocar foi "Thats What I Want - Lil Nas X" Pego a minha toalha e vou para o banheiro, ligo o chuveiro e me jogo embaixo da água gelada, até por que estava um calor insuportável e não era nem 9:00 horas da manhã ainda, escovei os meus dentes, lavei o cabelo e o corpo, desligo o chuveiro e me sequei em seguida, pego uma cueca box de cor vermelha na gaveta do guarda-roupa e me vesti, foi o tempo que recebi uma mensagem de Levi dizendo que já estava na rua da minha casa, e não sabia qual casa era, até por que eu nunca disse a ele onde eu morava exatamente, fui até a janela e vi ele se aproximando, acenei para ele quando ele me viu, sorriu.

— Estou aqui haha.— Ele mandou. Envolvi a toalha na cintura e desci até a sala, não vi problemas em descer só de toalha, afinal, não havia ninguém em casa, abri a porta e ele sorriu quando me viu.

— Eu não interrompi o seu banho não, né?

— Não, na verdade, eu acabei de sair dele, entra aí. — Disse dando-lhe espaço para entrar, fecho a porta e ele me seguiu.

— Uau, que casa linda.

— Acredite, ela só é assim quando os meus pais não estão em casa. — Disse a ele subindo a escada e chegando ao meu quarto

— E esse é o meu quarto, fique à vontade. — Ele entrou e olhou em volta, colocou a sua mochila em cima da minha cama e só agora eu fui perceber que ele estava totalmente arrumado, bermuda branca com rasgos, um tênis preto e branco, e uma camiseta cinza, os cabelos pretos penteados para frente.

— Vem cá, a gente vai sair agora para você já está todo arrumado? — Perguntei tirando a toalha da cintura e ficando apenas de cueca, vejo ele olhar de relance, me senti um tanto envergonhado.

— Sim, vamos ao shopping, então se arruma aí. — Ele colocou as mãos no bolso. — Inclusive, cueca bonitinha em.

Olhei para ele com um sorriso bem envergonhado, e ao sorrir, sinto uma fisgada vindo do machucado do soco de ontem, levei a mão até lá rapidamente, Levi percebeu:

— Ei, vem cá! — Ele se aproximou de mim, fui até ele, ao mesmo tempo que sinto o seu abraço bem apertado, nossa que abraço bom, era confortável e, me senti acolhido.

— Eu sinto muito pelo o que rolou, você não está sozinho, ok? — Sinto a sua mão na minha nuca.

— Valeu, isso me conforta. — Disse olhando em seus olhos, ele sorriu para mim.