Capítulo V - Um Espectro Ronda Circodema / Parte 11: Edgar Visco

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A reunião fora demasiadamente longa em minha opinião. E tudo para quê? Minha palavra prevalecera, mesmo com as discussões junto ao meu caro colega que começava a me dar nos nervos. Todos concordaram comigo. Eu possuía um dom para a coisa! Era ótimo! O melhor no que fazia, alguns alegariam. De que outro modo conseguiria minha fama, afinal? Mérito. Mérito. Trabalho duro, garoto!

O raio de atuação da operação fora aumentado e, desta forma, os grupos diminuídos. O bar pelo qual ficara responsável era, por mim, muito conhecido: Rota 62. Não entendia muito bem o porquê do nome, Cole, o dono, nunca teve sucesso ao me explicar. Mas era um bom nome, tão bom quanto qualquer outro. Vivi muitos momentos naquele lugar, e enfatize muitos! Alguns ótimos, outros nem tanto; mas é preciso apanhar um pouco para apreciar mais o carinho, como é sabido. Mulheres, bebidas, algumas brigas – não podiam faltar. A Rota 62 era a moldura perfeita para colocar o próprio retrato de quem já fora, ou ainda era... minha cabeça estava um pouco confusa com os últimos dias. Não poderia ser diferente.

Antes de entrar em meu bom e velho sedã, passei em uma farmácia, próxima à estação e, mais calmo, comprei mais alguns comprimidos de dipirona para a minha cabeça, que insistia em doer, mesmo que em menor intensidade.

Seria mais uma longa noite na cidade de Circodema.

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