Capítulo V - Um Espectro Ronda Circodema / Parte 18: Edgar Visco

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Mudo. Inerte. Permaneci no mesmo lugar, observando o carro se distanciar. Era possível vê-la pela janela. Nada passava pela minha cabeça; estava em queda livre. Ninguém no mundo, nem em Circodema, avisara-me de que o mundo iria acabar.

Acabou.

Senti o chão sob os pés novamente. Seria, finalmente, o fundo do poço? O maldito fim que eu insistia em buscar?

"Por quê?", também perguntava-me. "O que diabos está acontecendo com você, Edgar?". A pergunta era recorrente.

Não sabia. Eu não sei... EU NÃO SEI!

Fitei o anel por um momento; lágrimas ainda corriam em meu rosto. Coloquei-o, delicadamente, no bolso do meu casaco, que vivenciara dois lutos em um só dia, e voltei para o bar sem saber bem o porquê. Assassino? Plano? Charlie? À puta que pariu com o isso e à puta que pariu com o mundo! Nada mais importava.

Apenas um amigo me restara; o mesmo amigo engarrafado que restara-me no dia em que saí do tribunal e conheci o amor da minha vida.... Que se fora.

Tudo o mais se fora. Tudo.

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