Capítulo VII - Olho por Olho / Parte 8: James, Momentos Antes

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"E agora?", pensava, esfregando a mão no rosto e encarando aquele maldito sedã negro. O que deveria fazer? Já não possuía mais o controle em minhas mãos. A ambição me condenara! E se já tivessem me revelado? E se alguém me reconhecesse? Deus! DEUS! Tinha de agir e tinha de agir rápido! Mas como? COMO?

Uma mulher de origem oriental passava próxima a mim, encarando-me. Teria ela me reconhecido? Merda!

E o maldito sino da Igreja da Liberdade ressoava como se previsse – e lamentasse – o que aconteceria naquele instante.

O sino sabia, oh, sim, sabia.

Olho por olho. Edgar Visco revelou-se do outro lado da rua. E o badalar do sino parecia aumentar.

E agora, James? E AGORA, PORRA?

Puxei o braço da mulher, sem saber ao certo o que fazia – meus olhos não desviavam dos de Edgar –, sacando uma faca com outra mão.

"O que você...", a mulher buscava entender o que acontecia quando notou a faca. "Me solta! Me solta!!! SOCORRO!

"NÃO!", o desgraçado gritou.

Em um ato de puro desespero – e talvez maldade –, deslizei a faca pelo macio pescoço da japonesa/coreana/chinesa. Meus olhos continuavam vidrados no outro lado da rua e o quente líquido vermelho viscoso corria mais uma vez sobre Circodema.

Podia ouvi-la engasgar-se, com os olhos esbugalhados, descrente no que ocorria, levando as mãos junto ao pescoço na tentativa de estancar o sangramento.

Ela caiu com os olhos ainda arregalados, sem saber o que havia acontecido – o porquê de tudo aquilo ter acontecido. Estava andando na rua, olhara um sujeito que parecia um pouco mal e pá! O desgraçado – eu – cortara sua jugular. Que mundo duro de merda!

Pude apenas ver Edgar levar sua mão atrás da cintura.

E o badalar do sino cessou após os mais longos segundos vividos pela não mais tão pacata cidade de Circodema.

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