Capítulo VI - O Epitáfio e o Espetáculo / Parte 9: Paul Thompson

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Fora um longo dia de confabulações no Segundo Distrito Policial da Cidade de Circodema. E, a despeito de muito dialogarmos e discutirmos, não chegamos a um veredito. Não sabíamos o que faríamos; o assassino continuava à solta e nenhuma epifania surgira para resolver o caso. Sozinho, sentando na cadeira de George, refletia; estava à espera de um milagre, desejando que as respostas passassem pela porta daquele escritório.

Nenhuma resposta surgiu e ninguém ao menos adentrou o local. "Quando você voltará, George?"

Tal como meu querido e desaparecido desafeto, decidi que não iria carregar o peso em minhas próprias costas. Fizera tudo que estava ao meu alcance, até mesmo ouvindo quem não deveria, e nada resolvera. Que alguém resolvesse aquele caso! Senti falta dos trabalhos mais simples – as pessoas ignoram o poder dessa palavra.

Coloquei-me a caminho da saída do escritório.

"Tom", meu calvo colega foi o primeiro quem vi no saguão.

"Paul."

"Escute, tenho assuntos urgentes a tratar", mas o que seria mais urgente que um assassino em série à solta? "E preciso que você fique no comando esta noite". Senti-me envergonhado de afastar-me da responsabilidade, mas precisava de um descanso.

"Mas senhor..."

"Me desculpe. Gostaria de ajudar, mas não é possível. Problemas...", desviei o rosto; era um péssimo mentiroso. "Questões pessoais."

"Tudo certo", ele respondeu. "Farei o que estiver ao meu alcance, dou a minha palavra."

"Nunca duvidei de você, Tom. Nem eu, nem George, garanto". Ele sorriu com as palavras. "Com sua licença."

"Senhor."

Com meus assuntos urgentes para tratar, saí da delegacia. A verdade é que eu não sabia bem para onde seguir, apenas precisava sair um pouco daquele lugar.

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