Capítulo 7 | Anna

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Acordo perdida sem saber onde estou, com uma vontade enorme de fazer xixi, resultado de toda água que tomei. Estamos na mesma posição e ele dorme profundamente. Nem sei quanto tempo se passou, mas o dia parece que está clareando.

Vou até o banheiro, me olho no espelho e ainda vejo marcas levemente vermelhas pelo corpo. Saio para a sala, observando como conseguimos bagunçar o apartamento todo: vinho esparramado pela cozinha, toalha no chão, taça estilhaçada na sala, almofadas escapando do sofá, uma verdadeira zona. Olho no celular e são 6h15. O que eu faço? Dou uma de namoradinha, faço café da manhã e levo na cama? Arrumo esta bagunça? Ou me deito novamente e finjo que não acordei só para esperar a reação que ele vai ter? Então, mais uma vez, tenho a ideia de fugir.

Me troco rapidamente tentando não fazer barulho e prendo o cabelo que está em estado de perdição. Pego na minha bolsa um papel e caneta para escrever um bilhete, é o mínimo que posso fazer: "Obrigada, você foi maravilhoso em tudo, Anna" e só. Então abro a porta com os sapatos ainda nas mãos e saio daquele apartamento que me deu uma das maiores experiências da minha vida. Olho mais uma vez antes de fechar a porta, desejando voltar mais vezes e repetir tudo novamente.

Chego em casa meia hora depois e vou direto para o banheiro, tomar um banho relaxante. Minha consciência já vem me cobrando explicações: Por que não deixei meu telefone? Será que ele ligaria? Ou será que foi apenas uma noite? Será que ele está se apaixonando tanto quanto eu? Passo as mãos pelos meus seios que ainda estão sensíveis por tudo o que sofreram, com certeza algumas marcas permanecerão por algum tempo, do restante do corpo estão cada vez mais claras. Só espero que estas marcas no meu peito, não se tornem cicatrizes dentro dele.

Quando saio do banho resolvo tomar um café da manhã para retomar minhas energias. Não quero dormir, não estou com sono apesar de não saber o quanto eu dormi esta noite, tenho certeza que ficaria rolando de um lado para o outro, brigando com minha mente. Então preparo uma caneca caprichada de cappuccino e como uma banana. Me jogo no sofá sapeando a TV, querendo ficar com a cabeça vazia. Fico assim por uma meia hora e volto a realidade, ao ouvir o telefone tocar. É a Cris, que fala toda animada:

- Bom dia! Como estamos nesta manhã ensolarada?

- Bem e você? – respondo sem emoção.

- Aposto que não tão bem quanto você, né?!

- Não sei, ainda estou processando tudo o que aconteceu...

- Processando por quê? Ele usou, abusou do seu corpinho e depois abandonou você na cama no meio da noite, sem nem dar o número do telefone no final?

- Não! Fui eu quem fiz isso e o dia já estava amanhecendo – respondo sem muita força.

- Mas por quê? Você está louca amiga? Ele foi chato, tem o pinto pequeno ou tem chulé?

- Pelo contrário.

- Então para de drama!

- É que tudo parece tão surreal.... Ele me levou para jantar em um lugar maravilhoso, ficamos em uma mesa bem reservada, onde começou me atacar. Segurei ele dizendo que não era certo, que não o conhecia e ele contou a vida toda em poucos minutos, quase sem respirar e fazendo eu prometer que iria para casa dele. Depois de muitas investidas dele, fui garantindo que seria apenas para mais um drink, mas é claro que isso não aconteceu, me comeu gostoso, várias vezes e o que tem de melhor, se preocupou em me dar prazer. Em um momento que pedi uma trégua, pois já não conseguia mais, acabamos dormindo na cama dele. Quando acordei hoje cedo, aproveitei seu sono pesado, peguei minhas coisas e deixei um bilhete agradecendo tudo.

WAKE ME UP  | ONE (Disponível 01/09)Where stories live. Discover now