Capítulo 9 | Anna

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A quinta-feira passa voando, nem deu tempo para pensar direito. Saindo da agência vou direto para a casa da Cris para a noite italiana, que com certeza será regada a muito vinho. No apartamento só estão a Dani e a Cris, as outras ainda não chegaram.

As duas me esperam na cozinha, nosso lugar preferido para nossas reuniões. Assim que entro Dani enche uma taça de vinho e entrega na minha mão. Só de olhar o líquido descendo meu corpo se arrepia ao lembrar da noite maravilhosa com o Trevor... Sinto que fico ruborizada e início uma conversa para disfarçar.

- Olá garota! Vocês não esperam ninguém para começar, né?!

- É que este vinho é muito gostoso, furtamos no bar da mãe da Cris. Kkkk

- Espero que minha mãe não perceba, afinal ela tem vários – confirma Cris – Bom, mas vamos ao que interessa, por que você está com esta cara boa? Encontrou o carinha novamente, é? Porque sábado você estava toda irritadinha e hoje está assim, com sorriso de orelha a orelha, então deve ter dado mais umas cinco vezes esta semana...

- Não, foram só duas.

- Ahhh sua cachorra! Então pode começar a contar, ou quer esperar as outras chegarem?

- Acho melhor falar agora, a Amanda é muito certinha, ficaria me olhando feio, pois é claro, nada com ele é convencional. Bom resumidamente, ele sumiu durante a segunda e terça-feira e eu já estava desconsolada, achando que ele tinha me esquecido, ou ficado com raiva por ter largado ele na cama. Mas na quarta-feira ele apareceu depois do almoço lá na agência, me levou até uma rosa, muito fofo. Ele disse que foi lá para tentar almoçar, mas não conseguiu me encontrar e como eu não poderia almoçar novamente, o chamei para tomar um café na agência, depois o acompanhei até o elevador, mas acabou me arrastando para a saída de emergência e me comeu ali mesmo. Não sei onde estava com a cabeça!

- Uau! Que excitante.

- Depois saímos para jantar, eu falando que iriamos SÓ jantar e que, portanto, não iria para seu apartamento, ou deixaria ele entrar no meu. Aconteceu, que ele me "atacou" dentro do carro mesmo, próximo à entrada do meu prédio.

- Sua louca! Tá achando que tem quinze anos de novo? Kkkkk.

- Com ele não consigo pensar direito... Ele faz coisas que me tiram do ar. Quando estamos longe, faço um discurso perfeito na cabeça, mas quando ele está perto, seus toques mandam sinais descodificados para minha mente e se começa a morder meu pescoço então, esquece, acabo fazendo o que ele quer...

- Ihhh, esta daí já está caidinha pelo garoto – comenta Cris.

- E tem como não estar? Vocês o viram. O cara é gostoso pra cacete e faz coisas muito fofas, não tem como resistir.

- Ixi, eu já estaria assim, desde o dia no apto dele – fala Dani.

- Pois é, ele queria me encontrar hoje novamente, mas disse que tinha que vir aqui. Até fez uma ceninha de ciúmes, mas resolvi ser forte, afinal tenho que trabalhar no outro dia e quando estamos juntos, perdemos a noção do tempo e do senso. Então nos veremos amanhã... depois as mantenho informada das cenas dos próximos capítulos...

- Isso está mais para um seriado pornô, isso sim....kkkkk – Dani comenta e explodimos na risada.

- Mas vem cá, ele não tem nenhum amigo gostoso, ou um irmão igual a ele para nos apresentar? – Cris pergunta.

- Amigos acho que sim, pois na balada ele estava com uns outros caras, mas irmãos acho que não. Vi um porta-retratos na casa dele com um cachorro e três mulheres, uma era mais velha, então acho que é a mãe e duas irmãs. Mas vou ver o que posso fazer para vocês duas.

Logo depois Amanda e Nicole chegam e voltamos a falar as amenidades de sempre. Pedimos uma pizza muito boa e ficamos em pé mesmo na cozinha próximas a bancada comendo tudo com a mão, na tentativa de não fazer tanta sujeira como na semana passada, que pelo amor de Deus, tinha chilli e nachos por todos os lugares da cozinha.

Volto para meu loft umas 11h30 da noite e não consigo conter a vontade de mexer com o Trevor, então resolvo provocá-lo um pouco mandando uma mensagem de texto.

"Tomar vinho sem você é tão sem sentido. Desde a primeira gota fiquei relembrando o caminho que ele percorreu em meu corpo até chegar na sua boca".

Em menos de 5 segundos veio a resposta:

"Onde você está?"

"Onde você não pode estar"

Ele me liga, mas eu não atendo.

"Você me provoca e agora quer fugir?? Estou indo para seu ap."

"Não está não, você não sabe o meu apartamento"

"Quer ver como eu descubro?"

O telefone toca de novo e mais uma vez não atendo:

"Atende este telefone, caralho".

"Que feio, falando palavrão. Preferia que estivesse falando isso no meu ouvido".

"Já estou na metade do caminho".

Nessa hora começo a tremer de desejo... Mas desta vez não vou ceder.

"Não adianta, não estou no meu ap"

Ele liga pela terceira vez, então decido atender e ele já começa falando:

- O que você está fazendo comigo?? Por que quer me deixar louco? – ouço o som da sua respiração profunda e um barulho que imagino ser um soco no volante.

- Adoro ver você assim, alucinado – falo com a voz bem baixa e rouca.

- Você está só me ouvindo, então me veja.

- Não quero. Quero ter tempo o suficiente para fazer o que eu quiser com você da forma que eu bem entender.

- Gatinha, eu sei que você quer, então deixa eu te encontrar?? – a súplica aumenta o tom de sua voz em cada palavra dita.

- Não dá... Agora vai dormir, que eu farei o mesmo. Recuperarei todas as minhas energias para gastá-las com você de todas as formas possíveis.

- Como você espera que eu durma depois disto? Estou até com dor no meu pau de tanto que ele lateja.

- Boa noite... gatinho! – Falo e desligo o telefone, sem esperar sua resposta.


WAKE ME UP  | ONE (Disponível 01/09)Where stories live. Discover now