WAKE ME UP | ONE (Disponível 01/09)

Capítulo 8 | Anna

Mais uma semana começa e estou aqui fazendo as mesmas coisas que todos os dias, executando-as quase que roboticamente. Estou ansiosa para a hora do almoço, para poder encontrar com o Trevor novamente e tentar reverter meu erro. Chego na agência que ainda está vazia. Logo depois o Léo entra e está com cara de poucos amigos, não deve ter pego ninguém e por isto está de mau humor.

Malu chega em seguida, dá um rápido "bom dia" e vai direto para sua sala. As outras duas chegam depois de meia hora animadas como sempre, fofocando sobre o último capítulo da novela. Dou um sorriso de longe e nem me aproximo, nem saberia interagir nesta conversa, afinal odeio novelas.

Chega a hora do almoço e tento esconder meu nervosismo, mas está difícil segurar. No caminho do restaurante a Bruna pergunta:

- E aí, não vai nos contar do final de semana?? Como foi o encontro com o gatinho.

- Foi bacana, fomos a um restaurante indiano bem legal e gostoso. Tomei um drink que não lembro o nome, mas sei que tinha um "que" de afrodisíaco. No sábado sai de balada com as meninas e no domingo fui almoçar na casa de meus pais, fazia muito tempo que não os via e estava morrendo de saudade. Minha mãe tentou uma receita nova que não deu muito certo, teve que jogar tudo fora, então meu pai assumiu a cozinha. Foi bem legal. E o de vocês, como foi? – falo tudo de uma vez, quase que sem respirar, emendando um assunto no outro para não dar chance de grandes especulações.

Nesta hora chegamos ao restaurante e nem sinal do Trevor, presto atenção ao máximo na conversa alheia, para não pensar muito.

Todos contam como foram de final de semana e já está na hora de sair. E nada de Trevor. Sinto meu ânimo murchar mais e mais, constatando: Realmente foi só uma foda.

Voltamos para o trabalho, depois de escovar os dentes, sento no meu lugar e logo a Malu me chama em sua sala:

- Anna, quero que você pare de fazer o projeto do cliente novo, o Astúrias. Por algum motivo que ainda não descobri, fomos excluídos da concorrência. Então pode continuar com os demais projetos, ok? Só tire eles do cronograma geral, por favor. Agora à tarde, vou visitar um cliente, que está com problemas e não volto hoje. O Otávio... não sei muito bem onde ele está, portanto não deverá vir para agência.

- Sem problemas. Se eu puder ajudar em algo, é só me avisar.

- Ok querida. Obrigada.

Saio da sala dela e volto para minha mesa. Logo em seguida Malu deixa a agência. Aproveito para mexer com o Léo, apesar de falar do final de semana animadamente, não me pareceu tão animado assim.

Chego por trás massageando suas costas que estão tensas. Ele pende a cabeça de um lado para o outro, tentando relaxar, depois a joga para trás; vejo que ele fecha os olhos. Fico massageando durante um bom tempo, logo depois abaixo minha cabeça até seu ouvido e falo:

- O que mais posso fazer para te deixar feliz? – falo sussurrando para provocá-lo, mas no final solto uma risada. Ele dá um pulo assustado e responde:

- Não provoca! Senão não vou respeitar nem você, nem o local.

- Brincadeirinha. – Ponho as mãos para cima fingindo rendição e encosto na sua mesa – Só vim saber porque você está tão estranho ultimamente.

- Nada demais linda. – Ele fala e pega um papel para se abanar – Peraí, deixa eu me recompor.

- Ah para vai!

- Estava pensando em umas planilhas que estão complicadas aqui, só isso.

- E seus pais?

- O que tem eles? Ah, tá! Estão ainda no meu pé, mas não se preocupe com isso não.