Capítulo 58 | Anna

4.4K 509 53
                                    

Ainda bem que conseguimos chegar em menos de 8 minutos no hospital, bem rápido considerando a distância, ainda bem que o Léo é um ótimo motorista. Chego e vou direto a recepção para fazer a ficha dela, enquanto a Bruna acompanha a internação. Poucos minutos depois o Léo se junta a mim, dizendo que deixou a Bruna na porta do banheiro, para que pudesse se limpar. Que situação triste. Assim que termino toda a parte burocrática, voltamos para encontrá-la, encontramos ela e o David, discutindo. Não imaginava que iria dar certo este triângulo amoroso depois que a Bruna me confidenciou que não estava tão contente, mas não imaginei que iria resultar nisso. Muito triste. Percebo que o David está começando a se exaltar então falo:

- Léo, pelo amor de Deus, tira este cara de perto dela.

Nos apressamos e Léo chega dizendo:

- Ei cara, vamos dar uma volta para esfriar os ânimos...

Ele não responde nada, apenas o acompanha.

- Como você está Bruna? – pergunto, já imaginando a resposta.

- Estou com muito medo de que algo realmente ruim aconteça. Nunca vi o David se exaltar tanto assim... Parece que eu nunca o conheci. Mas não vou me diminuir por isso. Não vou voltar atrás da minha decisão, só porque ele não está feliz. Chega, cansei de fazer apenas o que ele quer.

- Você está certa. Pense primeiramente em você...

- Isso que eu vou fazer a partir de agora...

Ficamos cerca de umas duas horas esperando até que tivesse alguma resposta médica. Já estava subindo pelas paredes de tanto nervoso. Tinha ido umas "554" vezes em busca de informação, até que aparece um médico perguntando quem era acompanhante da Lana. Corremos até ele, que perguntou se éramos parentes. A Bruna se antecipou e disse que era irmã, também duvido que alguém iria pedir algum documento que comprovasse.

- Bom, a Sra. Lana teve um sangramento mediano, o que ocasionou a perda do bebê. Fizemos o procedimento de curetagem para a retirada do feto e ela ainda está se reestabelecendo da anestesia. Tivemos que fazer este procedimento às pressas, pois corria-se o risco de uma nova hemorragia.

- Oh meu Deus, meu Deus... – Bruna repete sem parar, entre lágrimas.

- E ela, como está? – pergunto assustada.

- Está bem e fora de risco. Terá que tomar alguns cuidados, mas creio que em um ou dois dias ela já seja liberada.

- Quando será possível vê-la?

- Assim que ela for liberada para o quarto. Em alguns minutos vocês poderão perguntar na recepção qual será o quarto dela.

- Ok, obrigada doutor.

O médico sai, nós três nos abraçamos chorando, enquanto o David sai pela porta principal em sentido da rua.

Ficamos um bom tempo apenas abraçado sem dizer nada, cada um com o seu sentimento e sua dor, mas compartilhando o carinho que temos um ao outro. Até que crio coragem para falar.

- Bom, o importante é que ela está bem, agora só terá que se refazer psicologicamente. – falo.

- Estou com tanta pena dela... Por mais que estivesse assustada com a situação, tenho certeza de que ela iria enfrentar a tudo e a todos para conseguir ter este bebê.

- Falando em enfrentar a tudo e a todos, temos que avisar a família dela, não? Você tem algum contato?

- Não, ela nunca me apresentou... sempre íamos na minha casa, não tenho nem o telefone da casa dela. Teremos que esperar que ela acorde.

WAKE ME UP  | ONE (Disponível 01/09)Onde histórias criam vida. Descubra agora