Capítulo 52 | Anna

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Saímos do hospital por volta das 3h da tarde. A Bruna, Lana e o David foram embora bem antes e deram uma carona para a Victória. Fiquei morrendo de vergonha, pois ela é um amor, foi super atenciosa comigo depois que eu expulsei o Léo do quarto para que fosse comer alguma coisa, pois dava para ouvir sua barriga roncar de longe. Ficamos um bom tempo conversando e ela contando todas as peripécias que os dois aprontavam quando crianças, deu para perceber que eles se consideram praticamente irmãos. Como pude ser tão idiota? Depois que ele voltou, falei que ela deveria ir embora, pois afinal tinha que viajar para o interior ainda e eu não queria causar mais problemas do que já tinha causado a todos. Também foi muito fofo da parte do trio esperar todo aquele tempo na recepção, sendo que eles nem puderam entrar para me ver. Preciso fazer algo em forma de agradecimento. Não sei o que eu fiz para merecer pessoas tão especiais em minha vida...

O Léo ficou o tempo todo do meu lado, tentando antecipar minhas necessidades, mesmo antes de eu imaginar que poderia ter. Como não amá-lo? Combinamos que está noite será totalmente esquecida e em hipótese alguma contaremos aos meus pais. Sei que ele me dará todo o apoio necessário para enfrentar o que tiver que acontecer com minha mãe. Deus permita que não seja nada demais.

Assim que saímos de lá, fomos direto para a casa do Léo. Assim que a mãe dele soube do ocorrido através da Victória, ficava ligando de meia em meia hora para saber do meu estado, portanto não teríamos como fugir.

Fui recebida de braços abertos pela Dona Lourdes, ela foi muito carinhosa. Me senti como se fosse alguém da família... Tão da família que ela não poupou esforços para puxar minha orelha, assim que entramos em sua cozinha:

- Minha Anna, entendo seu desespero, mas você não pode buscar no álcool uma fuga para seus problemas, isso não é certo! Você será sempre a maior prejudicada.

- A senhora está certa, não tem justificativa para meu excesso, mas é que esta semana foi incrivelmente difícil. Não estava mais aguentando pensar e o álcool foi a maneira mais fácil que achei para me livrar daquela dor, nem que momentaneamente. Achei que tinha perdido o Léo.

- Perder o Léo? Duvido... Não aguentava mais ouvir ele choramingando pelos cantos, estava pior do que uma adolescente na foça... Nunca vi homem nenhum se comportar assim, ouvindo música triste, comendo o tempo todo, principalmente chocolate...

Essa foi boa, nunca imaginei que homens sofressem por amor. Foi até bonitinho ficar sabendo deste lado dele. Me dá vontade de apertá-lo mais ainda.

- Mãe por favor!!!! – Ele praticamente grita, na tentativa de que ela parece.

- Ok, ok não vou ficar entregando todos os seus segredos - ela fala e solta uma piscadinha de olho para mim. - Vocês almoçaram?

- A Anna ficou no soro o tempo todo. Eu dei uma escapada enquanto a Victória estava lá e comi umas tranqueiras.

- Então já sei, você está morto de fome.

- Podemos dizer que sim - ele fala enquanto sorri maliciosamente para mim. Estava sentindo falta deste jeito faminto dele. Não vejo a hora de matar minha vontade deste corpo.

- Por sorte de vocês estava preparando uma torta para o Rubens e como imaginei que viriam para cá, fiz para vocês também. Só preciso assar, nada que uns 40 min de forno não resolvam. Enquanto isso faço uma vitamina de frutas para vocês. A propósito filho, você vai dormir na Anna hoje, né?

- Provavelmente mãe. Mas por q... Ah mãe! Jura mesmo? A senhora precisava dar um jeito de me falar...

- Mas eu não estou falando nada... - ela faz cara de inocente e tapa uma risada com as mãos.

WAKE ME UP  | ONE (Disponível 01/09)Where stories live. Discover now