Capítulo 65 | Anna

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Por Deus, o que eu terei que fazer para que este maluco me esqueça?? Tentei falar, tentei gritar, mas nada tem resultado... Talvez eu devesse deixar o Léo dar uma surra nele, quem sabe pegando bem pesado ele não tira esta ideia da cabeça. Ou então deveria apresentar uma inimiga para ele, quem sabe se ele se apaixonasse por outra pessoa, ele me tiraria do seu caminho... Acho que poderia dar uma ligada para a Amanda, quem sabe.... Só que não, do jeito que aquela vaca é, é capaz de dizer que eu tenho que ficar com Trevor, só para ela poder pegar o Léo novamente, conseguindo assim me irritar mortalmente. Melhor não mexer com quem está quieto.

O Léo já me mandou umas 15 mensagens depois que eu o avisei que teria que almoçar com o cliente... Imagino a tensão que ele está... Do jeito que ele é, deve estar se segurando para não vir nos encontrar, para resolver isso com as próprias mãos. Na verdade, acho que se eu tivesse contado o local do restaurante, ele teria dado um jeito de aparecer por lá como quem não quer nada. Decido mandar uma mensagem dizendo que já estou quase chegando. No mesmo minuto ele responde:

"Chegando, quanto?? – meu Deus, este moço deve estar um desespero só. Tudo bem que se fosse ao contrário, também estaria.

"5 minutos"

Ele não me responde mais nada. Passados os 5 minutos, acho uma vaga bem próxima a agência, uma puta sorte. Quando estou próximo a entrada, vejo o Léo me esperando na porta. Parece até um pai esperando o nascimento de um filho, de tão nervoso e ansioso que ele está. Quando chego perto, ele vem ao me encontro.

- Linda, que bom que você chegou. – ele fala e me beija docemente, apesar de estar totalmente nervoso. – Por favor me fale o que aquele filho da puta fez com você?

- Nada demais, Léo!

- Duvido... Quero muito saber sobre sua mãe, mas por favor me fale primeiro dele. Estou com uma vontade enorme de acabar com a raça deste bosta, então por favor, me dê um misero motivo para que eu possa fazer isso.

- Calma, Léo!! Ele foi bem... como posso dizer, incisivo, mas não ultrapassou nenhuma barreira.

- O que você quer dizer com isso, Anna? – ele fala e aperta os punhos.

- Ele ficou falando da cesta, do que tinha dentro, do que ela representaria para mim, então falei que fiz uma doação, que não fiquei com ela.

- Mas o que esta merda de cesta deveria representar a você?

- Léo, por mais que doa para mim dizer isso, vou te falar toda a verdade.

- Fala Anna... – sua voz sai ríspida.

- Ele colocou itens que representavam alguns momentos de quanto estávamos juntos.

- Filho da puta... Mas por que vocês conversaram tanto? Ele por acaso inventou esta reunião só para poder falar com você? E você ainda foi almoçar com ele?? – ele fala cada vez mais alto.

- Léo, não seja injusto. Tivemos que esperar o cliente e ele aproveitou este período para falar o que ele queria. Ainda tentou me dar algo, que não sei o que era, pois não quis nem abrir.

- Que ódio deste infeliz...

- Logo depois o cliente chegou, fizemos a reunião e no final ele chamou para almoçar. Disse que não poderia, mas aí o cliente fez questão de que almoçássemos juntos, dizendo que gostaria de saber mais da Malu. Decidi ir, para encurtar o falatório. Almoçamos e o Trevor deu a entender que me conhecia, o Sr. Paulo pelo visto, sabia da estória da noiva e que uma tal de Anna era o motivo da separação, então ele ligou uma coisa à outra. Fiz questão de falar com todas as palavras, em alto e bom som que estou em um outro relacionamento. O cliente até pediu desculpas. Como para mim já tinha dado aquela situação toda, me despedi e levantei para vir. Ele ainda tentou me encontrar na porta, tentando mais uma vez que ficasse com a caixa preta. Até deixei que caísse no chão, mostrando que eu não queria nem o presente, muito menos ele. Quando sai pela porta, pude ouvir ele dizendo que isto ainda não acabou.

WAKE ME UP  | ONE (Disponível 01/09)Onde histórias criam vida. Descubra agora