Capítulo 56 | Anna

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- ESSE FILHO DA PUTA QUER O QUE? – acho que falo um pouco alto demais, pois o Léo aparece na minha sala logo em seguida.

- Está tudo bem por aqui? – Ele pergunta.

- Não, né!? Aquele cretino do David quer que ela tire o bebê...

- Ele foi muito grosso... Disse que eu estraguei a vida dele... E que por minha causa ele corre o risco... de perder a Bruna para sempre... Gritou muito... Disse que amanhã ele vai tentar falar com ela novamente... e que se não conseguir... estou ferrada... Estou com tanto... medo... E se ele fizer algo comigo? Não sei o que ele... é capaz de fazer...

- Não se preocupe. O David mais late do que morde. – Bruna fala baixinho, com parte do corpo fora da sala.

- Bruna... Desculpa... – Lana olha de forma sofrida para a Bruna. Eu e o Léo mais uma vez ficamos no meio sem saber o que fazer e aí será que deveríamos sair? A esta altura do campeonato, é melhor nem respirar para não interferir... Então continuamos ali parados.

- Não sei se consigo esquecer isso tão rápido, vai levar um tempo para fechar a ferida toda... Me machucou demais saber que vocês estavam agindo nas minhas costas. Poxa, se vocês tinham interesse de se pegar sem que eu estivesse por perto, me falasse. Claro que ficaria com ciúmes, mas saber depois é muita traição.

- Desculpa, a culpa foi toda minha. Eu que liguei para ele. Achei ele bacana para conversar, de verdade, não tinha intenção nenhuma nem de beijar ele se você não estivesse por perto, mas o álcool as vezes faz com que façamos coisas meio sem sentido...

- Não acredito nisto... A bebida pode ajudar a fazermos algo, mas não se realmente não quisermos. A vontade já existia, o álcool foi apenas um pontapé.

- Pelo menos eu achava que não... Na verdade acho que foi mais uma curiosidade, se conseguiria ir até o final apenas com um homem... Mas só pensei nisto quando começaram a instigar que nos beijássemos... Agora já foi. Só queria que soubesse a verdade. Gostaria que vocês conversassem e se entendessem.

- Não sei se isso será possível...

- Não?! – o olhar da Lana é um misto de dúvida e esperança.

Bruna se aproxima e senta na frente da Lana.

- Lana, por mais que isso esteja acontecendo agora, está servindo para que eu pare e reflita, já tem um tempo que estava com dúvidas sobre tudo isso. Acho que minha relação com o David já estava falida... Acho que estávamos nos encaminhando para o fim. Trazer você para a relação foi uma tentativa de dar uma renovada... no começo foi bom...

A Lana começa a melhorar sua fisionomia, está quase que ensaiando um sorriso.

- Minha mãe viu o nosso beijo e depois ficou me dando sermão. Na hora fiquei muito irritada, pois ela não tem o direito de se intrometer desta forma nas minhas escolhas. Mas me fez pensar sobre tudo e agora consigo enxergar com mais clareza o que realmente quero. Foi muito bom nossa experiência, mas sinto que isso não é para mim. Gosto muito de você, mas como amiga. Não consigo mais ver-nos em um relacionamento amoroso. Sinto falta das nossas conversas descompromissadas.

- Mas Bruna, eu te amo... – seu rosto volta a ficar triste e as lágrimas voltam a molhá-lo.

- Desculpa, mas não posso mentir para mim mesma. Pensei muito nestes dias e tomei minha decisão. Podemos voltar a conversar como amigas, mas só isso. Te darei total apoio com seu bebê, meio que me sinto um pouco responsável por ele, mas vai ser só isso.

- Oh não... – Lana exprime os olhos para que as lágrimas saiam mais livremente.

- Portanto se vocês quiserem ficar juntos, será difícil ver no começo, mas não serei um empecilho.

WAKE ME UP  | ONE (Disponível 01/09)Onde histórias criam vida. Descubra agora