WAKE ME UP | ONE (Disponível 01/09)

Capítulo 11 | Anna

Sinto o chão se abrir em um buraco fundo. Acho que se eu não estivesse sentada, teria caído.

- Pare de brincar comigo seu chato – falo e solto uma risada nervosa.

- Não estou brincando... Você até viu a foto dela no meu quarto...

- O quê? Você não está falando sério? A foto com seu cachorro? Não é sua mãe e suas irmãs?

- Sim e não! A mais velha é minha mãe, a da esquerda é minha irmã e a de cabelo mais escuro é a Luciana.

Levanto desnorteada, andando de um lado para o outro. Sinto todo o meu corpo tremer, um peso enorme no meu peito que me impede de respirar, então percebo que as lágrimas querem cair... Não pode ser verdade!!

- Desculpa, queria ter contado antes... Na verdade ia te falar no dia do restaurante indiano, mas você estava tão quente, que esqueci de falar e cada dia que passa tem ficado mais gostoso, que não queria te chatear com isso... – neste momento ele se levanta e tenta me segurar pelos punhos e eu fico tentando me desvencilhar, preciso respirara... não consigo respirar, o ar está cada vez mais pesado e rarefeito. As mãos que ele põe em mim, me queimam, mas não da mesma forma quente e gostosa como a poucos minutos, agora queimam como uma peça metálica, ferindo a carne.

– Mas calma, não tem problema. Falei com a Lú do dia que te conheci, que acabei te beijando e que depois te encontrei novamente, que tinha gostado muito de você. Depois de muito conversarmos, ela disse que estava disposta a abrir nossa relação para que eu pudesse ter você também...

- E o que te faz pensar que eu quero estar no meio disto?

Olho no fundo dos seus olhos e começo a ver o pânico tomar conta dele também.

- Não se preocupe, tudo vai dar certo... Na verdade não vamos nos casar, só vamos morar juntos e você pode ser minha namorada, ou nossa?

Começo a rir histericamente.

- Você-é-doente! – falo entre os dentes, praticamente espumando de raiva e então grito. - Me solta... AGORA!

- Não, não vou deixar você ir embora. Podemos resolver isto, sei que podemos – fala tentando me abraçar.

- Ahhhh, que engraçado, agora você quer saber minha opinião? Pois adivinha... não vou fazer parte desta loucura – consigo me soltar dos seus braços, vou para sala e ele vem atrás.

- Tenta se acalmar gatinha... vamos tentar nos entender... por favor... não me deixa...

- NÃO CHEGA PERTO DE MIM... cadê meu vestido? Me dá agora!

- Não vou te dar, precisamos conversar...

- Não temos o que conversar... Você está com ela e é com ela que vai ficar... estou fora de tudo isto. AGORA ME DÁ MINHA ROUPA! Senão vou embora assim...

- Calma, vou pegar um copo com água, nós vamos sentar e conversar... Tudo bem você não decidir nada hoje, mas você não pode sair daqui tão nervosa deste jeito – fala e me deixa sozinha, indo em direção da cozinha.

Não acredito que isso está acontecendo comigo. Tem muita coisa passando pela minha cabeça ao mesmo tempo, tudo girando. Meu coração batendo muito rápido, "preciso sair daqui" é só isso que consigo pensar.

Vejo a camisa dele jogada no sofá, então a visto, pego minha bolsa, os sapatos e saio correndo pela porta. Vou pela escada, para não perder tempo esperando o elevador. Percebo que provavelmente ele irá me alcançar, portanto decido subir um lance de escada.