Cook

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"Nothing good ever stays with me. Absolutely nothing." - Cook, Skins.


Point of View of James Daniel Cook

Meus pés estavam inquietos, assim como as minhas mãos. Eu as esfregava com força, procurando manter minha respiração em um ritmo que eu a pudesse controlar. Ainda sentado dentro do carro após sair correndo de casa, acho que estava a ponto de vomitar. Brenda foi uma escrota dizendo aquilo pra mim...

Encarei novamente a grande e grotesca escadaria em frente a clínica. Eu precisava vê-lo ao menos mais uma vez. Brenda nunca vinha. Acho que minha irmã apertou o foda-se a muito tempo. Ela alegava que não gostava do lugar, que se sentia mal com aquele bando de gente lá dentro olhando para ela como se fosse louca também. Eu não ligava. Ali era um dos únicos lugares em que me sentia realmente bem desde que mamãe morreu.

Apaguei a porcaria do cigarro após descer do carro e segui em frente. Já tinha feito aquilo milhões de vezes, mas por que hoje estava tudo tão mais difícil?

- Boa tarde, James! – a recepcionista me recebeu com o sorriso de sempre.

- Hey! - apoiei os cotovelos no balcão, esperando. Tentei sorrir de volta. Acho que pareci uma cópia tosca do Patrick sem o Bob Esponja.

- Sua tia já vai recebe-lo – a moça informou após desligar o telefone.

Dei as costas, fitando a recepção arcaica daquele lugar. Paredes de madeira escura, piso frio, poltronas mais velhas que meu bisavô e um silêncio matador. Não entendia como ali podia ser tão quieto se três portas mais a frente era um inferno.

Inferno esse que começou a abençoar meus ouvidos a medida que as portas iam sendo destrancadas pelos seguranças, aumentando cada vez mais os gritos, lamúrias e choros.

- Cookoo! – minha tia Ava surgiu de trás da última porta de vidro, contemplando-me com toda loucura daquele lugar – Venha, vamos para minha sala, querido. – disse pegando na minha mão.

O barulho das chaves e maçanetas girando, com movimentos apressados abrindo e trancando portas faziam-me questionar se aquilo não era uma prisão. A sala da minha tia ficava na ala mais "tranquila", com pacientes sorrindo, sem um grau de demência avançada. Acredito que era uma fachada, para não assustar os visitantes.

- Sente-se – ela pediu – O que o traz aqui na clínica em plena sexta-feira às 18 horas? – questionou ajeitando os óculos e fechando a tela do computador – Não devia ir para a balada, se divertir, encher a cara, arranjar confusão ou conhecer garotas? Sabe, essas coisas que adolescentes da sua idade fazem!!! – ela riu.

- Quero ver meu pai – cuspi direto e reto.

- James... – murmurou, levantando da sua cadeira e seguindo até meu lado, segurando minha mão – Você sabe que o horário de visita já acabou... – ela tentou me enrolar.

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