3. Uma Pessoa Muito Melhor Que Eu.

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Acordo com a movimentação no andar de baixo da casa e me recusando a abrir os olhos, afundo mais meu rosto no travesseiro na esperança de dormir de novo.

Alguns minutos se passam antes de eu desistir, me dando conta do braço tatuado me envolvendo. Meu Deus. Isso não pode estar acontecendo comigo agora, não mesmo, não quando eu acabei de conhecer esse garoto e ele muito possivelmente vai surtar por me ter aqui.

- Harry, me solta. Você precisa acordar. - Chamo baixinho enquanto me viro em seu aperto, ele me abraçando mais apertado e perto de si do que antes mesmo dormindo. Acabo sem escolha e tendo que posicionar minha cabeça no seu peito pela terceira vez em menos de 24 horas, meio desconfortável com o fato de ele estar sem camisa e super quentinho como um alfa deve ser e...

Às vezes, eu odeio ser ômega.

- Hmn, quem é? - Ele resmunga e tento fazer o menor movimento possível para ver sua expressão, nariz alargado e olhos apertados para continuarem fechados. O relógio na mesinha do seu lado da cama indica 10 horas da manhã e a luz não deixa mentir, os dedos grandes acariciando minha cintura por estarem por perto. - Você ainda não me disse quem é, e isso é rude.

- Harry, você viu o...Louis? - Anne entra no quarto sem bater e falando bem alto no começo, a voz diminuindo ao longo da frase até um pequeno sussurro. Nós dois pulamos das nossas posições na cama e nos afastamos bruscamente com o susto, meu rosto aquecendo com vergonha da amiga da minha mãe e medo da reação do rapaz de olhos verdes. - O que aconteceu aqui?! Harry Edward Styles, eu saio por uma noite e você seduz o filho da minha melhor amiga? Eu sempre falei sobre não fazer isso e você faz logo com o Louis, meu Deus, filho da Jay!

De tudo o que ela falou, o meu estado de choque só me permitiu processar uma coisa: seu nome completo é tão sexy quanto o corpo que leva.

- Mãe, primeiro relaxa e para de gritar, por favor. Segundo, nós estamos vestidos, não aconteceu nada. Terceiro, estava chovendo e essa não é a casa dele, ele estava com medo e eu quis ajudar. - Talvez sua voz muito rouca matinal ou a proximidade tenham me deixado impressionado, mas principalmente a sua facilidade em mentir para sua mãe. Eu jamais conseguiria fazer o mesmo, no entanto quero saber porque ele não disse a verdade de uma vez. - Que coisa, eu mal conheço o garoto. Já fiz coisa bem pior que dividir uma cama com gente que nunca nem aprendi o nome.

- Graças ao bom senhor, e eu prefiro ficar sem saber sobre suas noitadas. Me desculpe por interromper seu sono, Louis. - Ela frisa meu nome e dá uma tipo de olhar para Harry antes de sair, como se estivesse avisando que essa conversa não acabou aqui para ele. Finalmente volto a respirar de uma maneira normal e sinto ele fazer o mesmo, grunhindo algo no travesseiro como um cachorro irritado.

- Desculpe por isso, ela só tem essa mania de entrar aqui de vez em quando e a regra com as filhas e filhos das amigas dela. Não quer que a minha galinhagem faça com que ela tenha problemas. - Ele explica sem me encarar e eu tento falar, mas minha garganta parece ter sido colada com super cola. Nenhuma palavra sai e ele se vira, rosto inchado por ter acabado de acordar.

- Eu não andei sonâmbulo até aqui, não foi? Eu já fiz isso algumas vezes e assustei toda a casa, entrei nos quartos das meninas e dormi no chão da Fizzy, sem nem lembrar como de manhã. Espero não ter feito isso agora. - Digo rápido e ele solta uma risada leve, negado com a cabeça. Suspiro aliviado, seria realmente vergonhoso se tivesse acontecido. - Não ria, elas disseram que eu falo coisas comprometedoras.

- Você apenas acabou dormindo aqui e eu acordei de madrugada abraçando você por trás. Só tive energia para desligar a TV e voltei pra cá, acho que nos movemos assim de novo durante o sono. - Ele comenta e dá de ombros como se isso não fosse uma coisa importante, minhas bochechas corando de repente. Se eu fosse a mãe dele, que chegou aqui vendo um ômega sem calças e um alfa sem camisa depois de passarem a noite sozinhos, eu teria assumido que eles transaram também. - Você não precisa se envergonhar, espero que saiba disso. Não foi nada demais.

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