23. A Adrenalina - Parte 1

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Harry's POV.

Quando cheguei da reunião do time de futebol ontem, já era fim de tarde e fui recepcionado por um Louis dormindo de boxers e uma camisa minha bem antiga. Ele exalava conforto e seu cheiro estava em toda parte do quarto, me chamando e me acalmando depois de tanto tempo discutindo diretrizes para o início do campeonato. Minhas habilidades para a liderança foram colocadas em jogo e o treinador parecia disposto a me estressar, deixando minha paciência já reduzida se transformar em pó enquanto eu tentava a todo custo controlar as minhas expressões faciais a cada vez que ele apontava o dedo na minha direção.

Enfim, foi um teste de auto-controle e eu acho que posso dizer que passei.

A minha semana foi normal a salvo de vários princípios de episódios de pico de adrenalina e ansiedade, mas ninguém nem ao menos sonha com isso. Preferi dizer que não era nada mais do que pura pressa em ver Gemma - uma meia verdade. Por isso, quando Louis virou na minha direção após tanto estresse e disse "Vem para a cama, amor", eu nem ao menos hesitei antes de me aconchegar atrás dele e fechar os olhos, caindo num sono parcialmente tranquilo até o jantar.

Passamos o dia inteiro juntos hoje, aproveitando que Jay iria para a minha casa por causa de alguma reunião da fundação de caridade que a minha mãe administra. Louis esteve extra carinhoso e eu estive tentando a todo custo não mostrar como eu estou realmente, que é agitado pra caralho. Eu aprecio demais a companhia dele para incomodá-lo com os meus medos, todas as coisas que ficam voando no fundo da minha mente quando eu fico sozinho.

A verdade é que o fato de eu nunca mais ter tido nenhum tipo de surto me assusta, meu pai conseguiu invadir a minha mente com sucesso. Tenho medo de estar, inconscientemente, acumulando razões para surtar e acabar tendo o pior surto de todos. Não quero que ninguém esteja perto para ver - não é justo arrastar as pessoas para dentro disso.

Quando eu era mais novo, costumava me isolar de todas as pessoas que realmente importavam para mim sempre que sentia que estava quase a ponto de explodir. Odeio ficar agressivo, rosnar e assustar pessoas e desde que Liam se mostrou ômega, eu tomo cuidado ao máximo para não estar perto dele. Eu também costumava arranjar algum sexo casual no meio disso e descontar toda a minha frustração assim; explicando as vezes que fui parceiro de cio de garotas e garotos que eu nem ao menos conhecia.

Então, determinado a deixar o estresse de lado, aceitei o convite de um dos caras do time para ir à sua festa de hoje e chamei Louis para vir comigo. Os pais do garoto estão fora da cidade e ele resolver dar uma festa sob a desculpa de que a temporada dos jogos começa na semana que vem, típico garoto rico que tenta demais se encaixar mas eu relevo. Afinal, eu estou em sua casa, bebendo sua bebida e aproveitando de sua hospitalidade.

Agora, atualmente na festa e vendo Louis tomar um drink colorido em azul e roxo próximo ao bar, tento desviar o meu olhar de seus lábios que sugam o canudo impiedosamente. Estou me sentindo um pouco atordoado com todas as luzes, sons e pessoas, mas não comento nada com Louis porque ele parece estar se divertindo aqui. Ele não é muito de sair, não gosta, então eu não posso acabar com sua alegria; seria maldade tirar aquele sorriso bonito de seu rosto por um simples desconforto.

Mesmo tonto, peço um novo drink e Louis levanta uma de suas sobrancelhas atrevidas para mim, me olhando sério.

- Lembre-se do que a sua mãe falou, Harry. - Ele fala no meu ouvido, acima da música eletrônica que explode pelas caixas de som espalhadas no sistema de som surround da casa e referindo-se à recomendação da minha mãe. Antes de sair, ela me fez prometer que não ia beber.

Talvez ela consiga sentir que eu não estou muito bem.

- Esse é só o meu segundo drink, vai ficar tudo bem. - Entendendo a sua preocupação, começo a tomar o meu drink mais devagar ao sentir a vodka misturada queimar levemente a minha garganta e aquecer o meu peito. Enlaço a cintura de Louis com o meu braço que não segura o copo e encosto as minhas costas contra o balcão do bar, deixando-o no meio das minhas pernas.

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